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FC Porto Cabeçalho
Liga dos Campeões, 2.ª mão dos oitavos de final: terça-feira, 12 de março de 2024, 20h00.

A ANTEVISÃO: PROVA DE ESFORÇO PORTISTA, SOBRETUDO PARA MEDIR O ARCABOIÇO MENTAL – AGUENTAR O PRIMEIRO ÍMPETO É ESSENCIAL

A autorrealizável profecia de Arteta tornará a viagem do FC Porto a Londres numa batalha secular contra os deuses do desporto e a sua própria história. Seguramente que os do Olimpo já salivam com a possibilidade duma bonita apuração Gunner, com todos os trejeitos duma aventura épica – depois da desilusão, a vingança, o extâse, a festa junto dos seus. É demasiado óbvio, convicção partilhada por Odegaard.

«Sempre que jogas tens de provar alguma coisa. Depois do que aconteceu no Porto, se compararmos com os outros que fizemos recentemente, é o único que destoa do que temos feito. O sentimento que tivemos é que não fomos suficientemente bons, é algo que podemos mudar e é o que vamos tentar fazer amanhã. Pelo jogo que fizemos lá, sentimos que temos de fazer algo diferente e estamos prontos».[1]

 Na última vez, em contexto muito similar, depois duma vitória pela margem mínima na primeira-mão, o FC Porto de Jesualdo Ferreira foi abalroado no Emirates por esclarecedores 5-0. Na altura, também o FC Porto estava fora da luta pelo título – eram Benfica e Braga os concorrentes – e o foco de galhardia na temporada fixava-se na Europa. Com receio da avalanche de Wenger, Jesualdo fez entrar Nuno André Coelho para a posição seis. Não correu bem. Como não correu quando Lopetegui, depois de conseguir vencer Guardiola por 3-1, introduz Diego Reyes em Munique. Uma receita fora de prazo.

A ideia da adição dum central à composição para conseguir lidar com os futebóis mais físicos não é ideia nova no contexto português, nascendo de pressupostos muito simples: se os outros são matulões, nós metemos mais matulões. O próprio Sérgio Conceição já o tentou, naturalmente sem resultado – num 3-1 no Etihad, em 2020-21, quando introduziu Malang Sarr para completar uma linha de cinco com Mbemba, Pepe, Corona e Zaidu; e um ano antes, numa derrota desleixada em Glasgow, no Ibrox, desta vez com Marcano. 

A grande dúvida para a noite portista será mesmo essa: se, depois de encontrar o seu melhor onze – com prova dos noves tirada frente ao Benfica –, irá o técnico português sacrificar a sua tão adorada obsessão pela disciplina e segurança defensiva pela criatividade dos quatro da frente. A ideia de começar com o recente 4-4-2 que muitas vezes é 4-2-4 pode assustar o conservadorismo vigente, que sabiamente prevê o desastre anunciado: junta-se Eustáquio à parelha da intermediária? Adiciona-se Fábio Cardoso à rectaguarda porque à terceira é de vez?  Ou mantêm-se as rotinas, pedindo um esforço a Galeno na contenção do corredor, tornando-o o real lateral-esquerdo e Wendell o terceiro central? As dúvidas que se impõem na tentativa de discernir as melhores nuances para evitar o descalabro no jogo que define a época.

Do lado londrino, as dúvidas colocam-se da forma contrária: como será possível tornar a equipa ainda mais avassaladora? Como lidar com o prevísivel bloco baixo português? Será preferível ter a finesse de Zinchenko ao invés da fisicalidade de Kiwior? Trossard, apagadíssimo no Dragão, deve dar lugar a Gabriel Jesus de forma a garantir mais presença na área – já que não há Martinelli, lesionado para as próximas semanas…? 

O escolhido para o apito é Clément Turpin, que já esta época esteve na derrota caseira do Benfica contra a Real Sociedad e no empate do Braga contra o União de Berlim. À terceira…?


[1] https://maisfutebol.iol.pt/champions/liga-campeoes/fc-porto-vamos-ter-uma-atmosfera-incrivel-e-sera-uma-linda-noite

10 DADOS RÁPIDOS

  1. Desagradável para o FC Porto jogar em Inglaterra: nunca ganhou para lá da Mancha, o melhor foram três empates em 22 jogos. A vitória contra o Chelsea, nos Quartos da Liga dos Campeões 2020/21, não conta porque foi jogada em… Sevilha. Coisas do Covid.
  2. A isto acresce o score Gunner nas recepções a portugueses: 28 golos marcados em dez jogos, sete vitórias e dois empates. A única derrota foi contra o Benfica de Eriksson, no play-off de 1991-92.
  3. O que dá esperança é o registo de Mikel Arteta, que eliminou a muito custo um Benfica mediano em 2020-21 e foi categoricamente jogado para fora da Liga Europa pelo Sporting de Amorim o ano passado; A única vitória do técnico espanhol em cinco jogos contra portugueses é o tímido 3-2 contra o Benfica em Atenas (novamente, coisas do Covid), com Aubameyang a resolver já em cima dos noventa.
  4. Mas esse era um Arsenal muito longe do actual, que lidera a Premier League, ganhou todas as jornadas jogadas em 2024 (oito) e marcou 26 golos nas últimas seis; Tem o melhor ataque e a melhor defesa da Liga inglesa.
  5. Só em Fevereiro, 18-2 em golos nos quatro jogos realizados, dando a Arteta o privilégio de receber o Premier League Manager of the Month, o seu sétimo prémio desde 2021-22. Ganhou 29% dos prémios desde 2021-22![1]
  6. Saka foi o Jogador do Mês para os adeptos pelos seus sete golos no período (leva 15 golos e 16 assistências); Havertz anda de pé quente e veremos como já a seguir; Se Odegaard tem cinco contribuições para golo nas últimas cinco jornadas, Declan Rice tem… sete (quatro assistências e três golos); Ben White marcou ao Sheffield e assistiu os golos da vitória contra o Brentford; Jorginho ganha ritmo e acumula três titularidades desde a partida do Dragão; e estão todos aptos!  
  7. Sérgio Conceição também conseguiu consolidar o seu onze e vive boa fase, depois da afirmação no Clássico, e tentará agora lutar contra a sua própria história – já que nunca conseguiu encontrar antídoto para o futebol britânico, com sete derrotas em 11 confrontos. Em solo inglês, o melhor que conseguiu foi o 0-0 em Anfield em 2017-18, quando já estava tudo decidido. Leva 23 golos sofridos e… cinco marcados.
  8.   O escolhido para servir como juiz é Clément Turpin, o francês que não lembra grandes noites a portugueses: em 16 jogos, só cinco vitórias.
  9. O FC Porto, porém, não tem grande razão de queixa. Só uma derrota em quatro jogos e foi ele o árbitro na vitória contra o Chelsea em Sevilha!
  10. Já o Arsenal não o encontra desde um 3-1 caseiro ao Valência na Liga Europa de 2018/19, o quarto jogo com o senhor em questão. Nunca perderam.

[1] https://twitter.com/OptaJoe/status/1766079237184684486

JOGADORES A TER EM CONTA

Kai Havertz Tem voado no sistema de Arteta pela liberdade em se assumir na plenitude como o perfeito híbrido: tem técnica e classe suficientes para ser terceiro homem da intermediária, a capacidade física para se impôr como target man e a fantasia para se associar às brincadeiras dos corredores – com a consistência nas exibições e os golos importantes, como o que desbloqueou o Brentford, o alemão convence finalmente a plateia do Emirates de que os 60 milhões não foi um mau preço e os topos de Stanford Bridge a voltar atrás nas suas injustas apreciações e apressadas despedidas.

Alan Varela a jogar pelo FC Porto com João Félix
Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

Alan Varela Lição na arte de defender contra benfiquistas e demonstração de grande sapiência no trato da bola contra portimonenses, assim foram passadas as últimas duas semanas do argentino, convencendo-nos completamente da sua capacidade em fazer no Emirates a exibição colossal tão necessária à sobrevivência do FC Porto. Só um grande Varela, apoiado por um grande Nico González, poderão fazer da eliminatória algo a recordar.

XI´s PROVÁVEIS

Arsenal: Raya; Ben White, Saliba, Gabriel e Zinchenko; Jorginho, Rice e Odegaard; Saka, Havertz e Trossard

Treinador: Mikel Arteta

«Todas as semanas temos jogos difíceis, com faltas e intensidade alta, mas todos os oponentes têm as suas fraquezas e forças e a maneira como preparam o jogo. Agora sabemos um pouco melhor, porque na Premier League jogamos sempre este tipo de jogos, um deles há três dias. Mas só temos de nos focar em nós mesmos e controlar melhor o que fizemos na primeira mão».

FC Porto: Diogo Costa; João Mário, Fábio Cardoso, Pepe, Otávio e Galeno; Alan Varela, Nico González e Eustáquio; Pepê e Evanilson

Treinador: Sérgio Conceição

«Temos que olhar para a nossa equipa, observando e vendo o que o adversário pode fazer nessa muitíssima qualidade que existe. É uma equipa bem treinada, que sabe e percebe todos os momentos do jogo e não só. Há também uma agressividade muito interessante, é uma equipa completa, bem treinada, com excelentes individualidades. Qualquer um dos jogadores é fortíssimo. Olhamos para isso com respeito, não com qualquer tipo de receio ou medo. Viemos aqui disputar o jogo e ganhar o jogo».

PREVISÃO DE RESULTADO: Arsenal 3-1 FC Porto

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

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