Boavista FC 0-1 FC Porto: Garras da pantera para dentro perante a chama do dragão

A CRÓNICA: NO DERBY, A INVICTA PINTOU-SE DE AZUL E BRANCO

Seja em que altura da época for, é sempre histórico. O aclamado derby da Invicta não é marcado apenas pelo jogo, mas marca um pedaço de história interminável. É o bairrismo, a disputa pela honra dos clubes e da cidade que ambas representam: a tão nobre e invicta cidade do Porto.

Esperava-se muita competitividade dentro e fora das quatro linhas, com o amor ao clube a falar mais alto. Mas estamos aqui para falar de futebol e foi mesmo isso que se foi vendo no relvado do Estádio do Bessa. Apareceu um FC Porto criativo e um Boavista FC reticente e a jogar no erro adversário.

E a criatividade acaba por dar frutos. Com meia hora de jogo, a rapidez no lançamento colocou Fábio Vieira no sítio certo, à hora certa, para lançar a vantagem dos dragões. O duelo de honras e criatividade correu assim nos primeiros 45 minutos, porque pouco mais existiu. Mesmo com os boavisteiros a tentar chegar à área de Diogo Costa, a “lei do bombo” não faz milagres.

Petit lá percebeu que não seria assim que algo se ia resolver e o Boavista FC começou a tentar jogar futebol a sério na entrada para a segunda parte.

Artur Soares Dias chamou o vídeo-árbitro numa alegada falta para vermelho de Mbemba, mas, depois de analisar as imagens, o árbitro manteve a decisão de apenas mostrar cartão amarelo ao central dos azuis e branco.

Aos 62 minutos, Fábio Vieira caiu na área depois de uma falta sofrida, mas Evanilson não conseguiu converter a grande penalidade. Bracali adivinhou o lado e ainda defendeu na recarga. Uma verdadeira muralha boavisteira. Estava mesmo a ferver o ambiente no derby.

Mesmo de longe a longe, as investidas não paravam (como a chuva que, repentinamente, começou a cobrir o Estádio). Um “nó” de Fábio Vieira quase culminou em golo, mas o poste impediu que a vantagem se agudizasse no derby.

A ocasião mais flagrante dos axadrezados veio nos minutos finais, com uma investida rápida do Boavista FC no seguimento de um pontapé livre. Petar Musa, por centímetros, não cabeceou a bola para dentro da baliza, mas foi um giro “crossbar challenge”.

Mesmo com um FC Porto a sentir-se mais retraído na segunda metade e um Boavista FC um pouco mais destemido, foram mesmo os dragões a levar a vitória avante por um golo sem resposta. O derby da Invicta acabou pintado de azul e branco.

 

 

A FIGURA

Fonte: Diogo Cardoso/BnR

Fábio Vieira – Marcou o golo decisivo e foi sempre o elemento mais desequilibrador do lado azul e branco, tendo ainda conquistado um pénalti, que diga-se, merecia converter. Para além disso, importa sublinhar que tem uma média de golo ou assistência a cada 59 minutos na Primeira Liga o que, por sinal, é o melhor do campeonato a produzir números ofensivos.

 

O FORA DE JOGO

Musa
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Petar Musa – Costuma ser figura preponderante do Boavista FC, mas, frente ao FC Porto, esteve completamente desaparecido. Apesar da grande ocasião falhada, e tendo sido esse o único momento em que Musa efetivamente apareceu. O avançado boavisteiro “não esteve” no relvado.

 

 

ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

Os comandados de Sérgio Conceição alinharam em 4-3-3, com algumas nuances – já habituais – na formação, com os homens da frente a variarem muito em termos da sua ocupação espacial, não só no momento de atacar, mas também no momento de defender. No que diz respeito ao processo ofensivo, a equipa portista investiu muito no lado direito, onde esteve João Mário em bom plano e, na maioria das vezes, Fábio Vieira para criar superioridade, em conjunto com Otávio ou Evanilson que apareciam muitas vezes nesse espaço para não dar referências a Makouta e Filipe Ferreira no momento de pressionar.

Defensivamente, Sérgio Conceição procurou desde cedo ativar uma pressão alta e bem coordenada, com Otávio a ser a principal voz de comando e com os dois homens da frente – F.Vieira e Evanilson – a realizarem várias permutas entre si, no que diz respeito ao posicionamento no terreno, sendo que Pepê (mais tarde Galeno) colocava-se de forma mais fixa no lado esquerdo da frente.

Em organização defensiva, por fim, a equipa do FC Porto procurou defender em 4-3-3, ainda que, Uribe tenha deixado muitas vezes o espaço do miolo para se posicionar entre os centrais ao lado de Mbemba e Pepe. Nesta situação o FC Porto atuava em 5-2-3.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (6)

João Mário (7)

Pepe (6)

Mbemba (5)

Zaidu (4)

Matheus Uribe (7)

Vitinha (5)

Otávio (6)

Pepê (-)

Fábio Vieira (8)

Evanilson (5)

SUBS UTILIZADOS

Galeno (5)

Eustáquio (-)

Grujic (6)

Wendell (-)

Toni Martínez (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

A equipa orientada por Petit alinhou num 5-3-2 na grande maioria do tempo, tendo variado para um 3-4-3 aquando do momento de ferir a defensiva portista, ainda que as dificuldades para ligar jogo entre setores tenha sido algo bastante notório na primeira parte, com Makouta a não conseguir aparecer no jogo como gosta e com Sebastián Pérez a ter que baixar para ser preponderante, com Sauer e Musa muito discretos com bola e com Yusupha muito desenquadrado no desenho tático de Petit.

Defensivamente, como mencionado, a equipa do Boavista FC procurou defender num 5-3-2 com um bloco médio-baixo numa primeira fase (até ao golo) e num bloco médio-alto (após o golo). O foco esteve em condicionar a zona mais central do terreno, não permitindo que os três homens da frente portistas olhassem de frente o jogo.

Ofensivamente a pantera negra procurou muito a profundidade Yusupha, ao passo que a ligação com Musa/Makouta/Sauer esteve muito condicionada. Tal aconteceu muito por culpa do alto deslocamento de Uribe e do bom posicionamento de Otávio/Vitinha que raramente deixavam receber os homens mencionados com tranquilidade entre linhas.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Bracali (7)

Reggie Cannon (6)

Javi García (-)

Jackson Porozo (5)

Rodrigo Abascal (6)

Filipe Ferreira (6)

Sebastián Pérez (6)

Gustavo Sauer (5)

Gaius Makouta (5)

Yusupha Njie (4)

Petar Musa (4)

SUBS UTILIZADOS

Nathan (6)

Gorré (6)

De Santis (6)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Boavista FC

BnR: Boa noite mister, já que falou do momento ofensivo, gostaria de lhe perguntar sobre o plano defensivo. Sente que a equipa cumpriu com o plano que traçou para o jogo?

Petit: “Não, porque, nós tinhamos trabalhado com o Taremi e o Evanilson, e depois durante o aquecimento vimos que o Taremi ia sair e complicou-nos ali um pouco a entrada do Fábio, nas costas dos médios, ali entre linhas onde conseguiu girar e lançar o jogo e criou-nos essas dificuldades. Mas, eu disse, nós tivemos lá um lance onde o FC Porto poderia ter feito com um cabeceamento do Vitinha, e há um desposicionamento da nossa equipa onde estão os três centrais no mesmo corredor e que abriu espaço ao segundo poste. Depois tivemos a lesão do Javi e o Nathan também tem trabalhado com algumas limitações, mas penso que demos uma boa resposta, triste com o resultado mas dar parabéns aos jogadores pela atitude e por terem acreditado até ao fim”.

 

FC Porto

O BnR foi impedido de realizar qualquer questão ao técnico Sérgio Conceição

 

Artigo redigido por Andreia Araújo e Diogo Silva 

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