Depois das demonstrações de força e personalidade em Vila do Conde, Braga e Alvalade (como referiu Sérgio Conceição), o FC Porto voltou a passar com distinção num dos campos mais difíceis. Apesar do desnível no resultado, o desenrolar da partida mostrou a dificuldade que só um dragão de fato macaco vestido conseguiu debelar. Com o precioso empurrão do mar azul, o FC Porto reassumiu a liderança isolada e enviou mais um sinal à concorrência. Aboubakar, Marega e Brahimi marcaram os golos.
Depois das vitórias de Benfica e Sporting na véspera, só um triunfo interessava à turma de Sérgio Conceição, que encontrou no Boavista a personificação do seu trienador: aguerrido, agressivo e intenso. Jorge Simão optou por surpreender ao escolher o avançado Yusupha para o onze inicial e desde cedo a defensiva azul e branca se viu obrigada a um grande desdobramento para evitar males maiores para a baliza à guarda de José Sá.
Como manda a tradição, um dérbi da invicta deve jogar-se sempre a alta rotação e este, para além da intensidade que se esperava, acabou por se revelar também muito rasgadinho…à boa moda do Porto. Hugo Miguel, sem mãos a medir, foi distribuindo cartões amarelos pelos elementos das duas equipas, ficando a sensação de que poderia optar por um critério menos apertado num ou noutro lance. O espetáculo só teria a ganhar.
Perante a dificuldade portista em assentar o jogo, circular a bola com critério e criar oportunidades de real perigo para a baliza de Vagner, a Pantera foi destapando ‘a careca’ e chegou mesmo a ameaçar as redes de Sá, num lance em que só os reflexos do guardião portista evitaram um golo de antologia (de calcanhar) de Yusupha. O mais perto que o FC Porto ficou de marcar nos primeiros 45 minutos foi num lance em que Corona, a responder de primeira a um cruzamento largo de Alex Telles, atirou enrolado, com a bola a passar perto da trave.
Uma dupla que continua a ser sinónimo de golos Fonte: SPOX
Para a segunda metade estava reservado o inevitável ascendente dos azuis e brancos, que começou a revelar-se logo nos primeiros instantes, quando Aboubakar abriu o ativo, servido por Brahimi que, ao segundo poste, adoçou a bola para o camaronês encostar. Estava feito o mais difícil, mas nem por isso o jogo ficou mais fácil. O Boavista não deixou de incomodar – e até mesmo encostar – o FC Porto, e mesmo as substituições de Jorge Simão (essencialmente com a entrada de Mateus) foram no sentido de procurar bem mais do que uma derrota pela margem mínima.
Os dragões, porém, queriam aplicar uma machadada no resultado e nas aspirações dos axadrezados, pelo que Herrera, vendo pelo retrovisor que Marega se encontrava isolado, serviu-lhe a bola de bandeja e este, no seu jeito muito peculiar, acabou por ampliar a vantagem. O jogo não terminaria sem que Brahimi, com um meio campo deserto pela frente para galgar, estabelecesse o 3-0 final e arrumado completamente com a questão dos três pontos. Estava escrita e contada a história de uma vitória difícil mas saborosa, exagerada mas justa.
Como jogou o Boavista FC:
Titulares – Vagner, Carraça, Rossi, Sparagna e Talocha; Idris, Fábio Espinho e David Simão; Renato Santos, Kuka e Yusupha.
Substituições – Mateus por Kuca aos 65’, Ruiz por Yusupha aos 75’ e Rochinha por Sparagna.
Suplentes não utilizados – Assis, Henrique, Gilson e Vítor Bruno
Golos –
Cartões – Amarelo a Rossi aos 31’, Carraça aos 40’,Yusupha aos 46’, Sparagna aos 51’, Idris aos 90’ e Mateus aos 93’.
Como jogou o FC Porto:
Titulares – José Sá, Ricardo, Felipe, Marcano e Alex Telles; Danilo, Herrera, Corona e Brahimi; Marega e Aboubakar.
Substituições – André André por Corona aos 70’, Maxi Pereira por Aboubakar aos 85’ e Reyes por Danilo aos 90’.
Suplentes não utilizados – Casillas, Óliver, Otávio e Galeno.
Golos – Aboubakar aos 50’, Marega aos 80’ e Brahimi aos 85’.
Cartões – Amarelo a Herrera aos 23’, Marcano aos 43’, Aboubakar aos 51’, Corona aos 64’ e Danilo aos 90’.
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O azul e o branco é parte fundamental da vida do Ricardo. O amor pelo FC Porto faz dele um adepto ferrenho dos 'dragões'. Tem na escrita um amor quase tão grande como o que tem pelo clube, sendo sobre futebol que incide a maior parte das suas escrituras. No futuro, espera encontrar no jornalismo a sua ocupação profissional.
O Ricardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.