Champions: a sorte entre a dor e o sonho

dosaliadosaodragao

Paras. Segues o passo e voltas a parar. Ficas com o olhar distante, perdido no horizonte, buscas o inatingível. Sonhas com os confettis, imaginas a coreografia e trauteias o hino. Recordas os grandes e os mitos e as lendas, revives as gloriosas noites passadas e desejas o paraíso. De novo. E de novo o trauteias … Ce sont les meilleures equipes, Es sind die allerbesten Mannschaften, The main event, Die Meister, Die Besten, Les grandes equipes, The champions. A Champions é isto: a versão térrea do incomensurável.

Amanhã é sexta-feira. Não é terça nem quarta – não é, portanto, o dia da arena, do palco, do estádio ao rubro. Mas é mais um dia de sonhar. Tal como têm sido os mais recentes. É este o condão que tem a chegada a uns quartos-de-final da competição mais bonita do Mundo (a par de uma Copa do Mundo). E é esta a hora de voltar à realidade, de ter o choque do que a sorte nos vai dar a conhecer.

PSG, Bayern de Munique, Real Madrid, Barcelona, Juventus, Mónaco e Atlético de Madrid. Ah… e FC Porto. É esta a elite. Escolher é um inútil exercício de fuga à dor. Não existe, é impossível. Há, porém, como em tudo, preferências. Pelo orçamento e pela história recente, o FC Porto nunca será um óbvio candidato à conquista do caneco mais desejado. Como nunca o foi, aliás – nem em 1987 ou 2004. Por isso, naturalmente, é uma das equipas que todas as outras desejam apanhar. A par do Mónaco. E podemos começar mesmo por aqui.

A equipa orientada por Leonardo Jardim é a preferência óbvia. Ainda assim, um conjunto que saiu vencedor de um grupo com Benfica, Zenit e Bayer Leverkusen, e que foi depois astuto o suficiente para derrotar o Arsenal mais interessante dos últimos anos (mas perdedor, como costume) não pode nunca ser subestimado e encarado como uma pêra doce. Até porque são sólidos como uma rocha a defender e matreiros qb na hora de sair para ao ataque. E com jogadores tão interessantes como Subasic, Kurzawa, Kondogbia, Martial e Berbatov. Para não falar em dois pesos pesados portugueses: Ricardo Carvalho e João Moutinho. Se mandasse, se pudesse, se tivesse qualquer interferência no alinhamento metafisico que acontecerá amanhã e que definirá o adversário portista, era no Principado que queria sentir menos dor e, depois, ser feliz, qual dejá-vu.

Porém, aceitarei ser menos ambicioso: haverá um raio de felicidade (e ainda mais de alivio) se o FC Porto evitar Bayern e Barcelona. São estes os dois verdadeiros monstros desta Liga das estrelas – quem tem Guardiola, de um lado, e Messi, do outro, habilita-se ao Olimpo num estalar de dedos. Porque são os melhores deste Planeta.

Logo a seguir? Dispenso (mesmo!) Real Madrid, PSG e Juventus. Os primeiros dado que, não sendo uma verdadeira equipa, têm jogadores que podem matar o adversário sem este conseguir perceber onde, quando, como e porquê; os segundos porque, hoje, parecem conjugar o que o Real dispõe (as luxuosas individualidades) com o tal conceito de conjunto superior à soma dos egos (o Chelsea provou-o); os terceiros, uma vez que a forma como destruíram o Dortmund foi assustadora – que maturidade, que qualidade, que inteligência táctica, que Tevez!

Por fim, o que o coração quer e a razão não deixa. Sou um indefectível deste Atlético de Madrid, de Simeone – Porquê? É certo que não é mesma máquina fiável da época passada: apresenta hoje várias fragilidades (sem Diego Costa, por exemplo, não existe a mesma capacidade de esticar jogo e explorar a profundidade) e há jogadores que têm rendido menos do que o expectável (o capitão Gabi à cabeça). Mas mantém muita da atitude e da paixão, do rigor defensivo e da agressividade (tanto defensiva quanto ofensiva). E tem em Simeone o catalisador que pode, a qualquer momento, transformar a componente do fracasso da final da época passada em combustível para vencer o único troféu que falta a este grupo de jogadores.

Há sonhos mais ou menos impossíveis. O do FC Porto continuará, independentemente do que dite amanhã o sorteio. Mas se a sorte protege aqueles que são audazes, também é ela que acode aos vencedores. A competência testar-se-á (como até aqui) às terças e às quartas; a dor poderá ser mais ou menos aguda consoante esta sexta. Champions também é isto: dor e sonho. Pode acontecer? É difícil mas … pode. E é esse o maior dos combustíveis.

E lá volta o hino a ecoar …

Fonte: Página de Facebook do FC Porto

Filipe Coelho
Filipe Coelho
Ao ritmo do Penta e enquanto via Jardel subir entre os centrais, o Filipe desenvolvia o gosto pela escrita. Apaixonou-se pelo Porto e ainda mais pelo jogo. Quando os três se juntam é artigo pela certa.                                                                                                                                                 O Filipe não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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