Diogo Leite e Éder Militão: Diferentes estados de maturação

Pouco antes do arranque da temporada agora em curso, escrevi neste espaço, um artigo elogioso, mas cauteloso, sobre Diogo Leite. As exibições na pré-época eram satisfatórias e a falta de opções anunciava uma titularidade conquistada não só por competência, mas, também, por necessidade. Mais tarde, o “meteorito” Militão caiu para os lados do Dragão e o jovem português ficou relegado a um papel secundário, tendo sido apenas utilizado, após a estreia do brasileiro, na receção ao Chaves para a Taça da Liga.

Não retiro uma vírgula ao que disse acerca de Diogo Leite. Tem, parece-me, um enorme potencial, mas comete, ainda, erros típicos de quem por cá anda há pouco tempo. Falha, por vezes, no posicionamento, mas é na saída de bola que apresenta as maiores lacunas. Tal como referi na altura, parece-me que os erros se sucedem mais por ansiedade do que por falta de qualidade. Pedi paciência aos responsáveis técnicos do clube e hoje peço serenidade ao Diogo.

Diogo Leite já se estreou a marcar com a camisola principal do FC Porto na vitória sobre o Belenenses. Éder Militão ainda não fez o gosto ao pé (ou cabeça)
Fonte: FC Porto

Éder Militão, apesar de apenas um ano mais velho do que Diogo Leite, chega a Portugal e ao FC Porto com outra maturidade e experiência. Era já uma referência no São Paulo e no Brasileirão é considerado um dos valores mais seguros do país do futebol. As portas da seleção estavam escancaradas e bastou um par de jogos em Portugal para que Tite (selecionador brasileiro) o chamasse ao Escrete (já vai na segunda convocatória seguida). Estava e está, portanto, numa fase bem mais avançada do seu desenvolvimento enquanto futebolista e, consequentemente, mais preparado para as exigências de uma equipa com os pergaminhos do FC Porto.

Militão tem sido, na minha opinião, o melhor jogador da equipa desde que se estreou, sendo a exibição frente ao Schalke 04 para a Liga dos Campeões, o ex libris da sua, ainda curta, estadia na cidade invicta e no clube. Com uma excelente capacidade física, tem excedido as expectativas em todos os capítulos do jogo. Impecável a dobrar Felipe e Alex Telles quando necessário, te demonstrado uma excelente leitura de jogo e enorme competência a nível de posicionamento. Apesar de, tal como Diogo Leite, não ser propriamente alto para a posição que ocupa (186cm) tem dominado com tranquilidade o jogo aéreo e mostra qualidade de passe acima da média. A todas estas valências, acrescenta uma polivalência (pode jogar como defesa direito ou, até, como elemento mais recuado do meio campo) que pode vir a revelar-se extremamente útil para Sérgio Conceição.

Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, parece-me que Militão pode ser uma boa notícia para Diogo Leite, permitindo-lhe trabalhar com mais tranquilidade durante esta temporada, protegendo-o dos exigentes holofotes de uma temporada inteira como titular. Impede-se, assim, que se queimem etapas e poderemos vir a assistir no futuro, quem sabe, a uma dupla composta pelos dois jovens, caso Felipe venha a abandonar o clube em busca de um melhor contrato.

Antes de concluir, resta lembrar que sobram, ainda, Mbemba e Chidozie que acalentam expectativas, nomeadamente no caso do primeiro, de virem a ser pedras importantes ao longo da temporada azul e branca. A saída do nigeriano em Janeiro poderá ser a solução para a sobrelotação do eixo central portista.
Em suma, são dois jovens com excelentes qualidades e enorme potencial que se encontram em estados de maturação distintos e que, certamente, darão muitas alegrias aos adeptos do FC Porto. Um já no curto-prazo (Éder Militão) e outro (Diogo Leite) como aposta de futuro.

Foto de Capa: FC Porto

artigo revisto por: Ana Ferreira

Bernardo Lobo Xavier
Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.

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