
A CRÓNICA: FC PORTO ARRANCA VITÓRIA EM FAMALICÃO EM JOGO ATRIBULADO
Sábado à noite e o sítio para estar era Famalicão, tudo o resto era secundário. Apesar da covid-19 ter ameaçado retirar alguns jogadores ao FC Famalicão, os comandados de João Pedro Sousa recebiam o FC Porto praticamente na máxima força.
FC Porto que queria continuar a adiar o título ao SL Benfica, numa altura em que uma derrota dava matematicamente o campeonato às águias e o empate o título virtual. Para famalicenses, sem poder alcançar a europa, apenas sobrava o desejo de vingar a derrota na meia-final da Taça de Portugal.
Os dragões entraram com tudo no jogo e Eustáquio ficou muito perto de marcar logo aos dois minutos, sendo travado por Luiz Júnior. Poucos minutos depois, é assinalada grande penalidade e Taremi marca, à segunda, depois de falhar a primeira e ser obrigado a repetir por invasão da área. O conjunto de Sérgio Conceição adiantava-se assim no marcador. O iraniano voltaria a fazer o gosto ao pé aos dez minutos, onde só teve de esperar que o guarda-redes adversário caísse e finalizou com classe.
Foi uma entrada praticamente a perder da equipa da casa, de quem se esperava mais. Depois dos golos, já se notava algum tipo de reação, com a equipa a adotar uma postura mais agressiva no jogo. Com isso, o jogo tornou-se mais físico, com pouco rasgo. Galeno tentou mudar essa tendência, aos 25 minutos, depois de passar por três adversários e cortar para dentro, ficou a uma fração de segundo do golo, mas o seu remate foi travado por Rúben Lima, que apareceu na hora certa.
Os famalicenses nunca se renderam e aos 34 minutos reduziram o marcador, numa jogada de insistência, que terminou com cruzamento certeiro de Ivo Rodrigues para a cabeça de Iván Jaime, que voltou a marcar aos dragões. E como os golos têm o condor de galvanizar, o FC Famalicão continuou a insistir e dez minutos depois conquistou uma grande penalidade, que Santiago Colombatto converteu para colocar a partida empatada ao intervalo.
A entrada para a segunda parte não trouxe um FC Porto tão forte como se esperaria, com os azuis e brancos a oscilar no que diz respeito ao seu rendimento, num jogo mais lateralizado, à procura de criar desequilíbrios. Ainda assim, marcavam presença no último terço adversário com regularidade e foi com essa persistência que conseguiram conquistar mais uma grande penalidade, concretizada novamente por Taremi, que fez assim o hat-trick na partida.
Perto do derradeiro quarto de hora, novo penálti para os azuis e brancos que voltou a ter o mesmo desfecho dos outros dois: Mehdi Taremi a desviar a bola de Luiz Júnior, bola no fundo das redes e golo do FC Porto. O avançado iraniano chegava assim ao póquer de golos nesta partida!
O jogo perdeu emoção e incerteza, com a equipa da casa a acusar esses dois golos sofridos. Com pouco menos de dez minutos para jogar, o FC Famalicão subia no terreno, mas com pouca convicção e os dragões ameaçavam em transições avolumar o marcador. Ele não mexeu mais e o FC Porto levou a vitória por 2-4 para casa e com a certeza que vai ver o dérbi de amanhã com esperança de ainda alcançar o primeiro lugar.
A FIGURA

Mehdi Taremi – É difícil ir contra um homem que faz um póquer. Pode-se criticar a forma, mas o engenho na cobrança é também um atributo importante e o jogador iraniano, com a exceção da primeira grande penalidade, teve a mestria necessária para estar à altura. Para além disso, faz um golo repleto de inteligência e demonstrou mais uma vez ser um jogador que joga em prol do coletivo. Ao fim deste sábado, é o novo melhor marcador da Primeira Liga.
O FORA DE JOGO

Erros defensivos famalicenses – A equipa da casa fez um grande jogo do ponto de vista competitivo, no entanto com tantos erros defensivos é praticamente suicídio contra a equipa do FC Porto. O FC Famalicão somou erros que deram em grandes penalidades e que ajudaram a justificar o resultado. Foi claramente o ponto negativo no jogo de hoje.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC Famalicão
Bola na Rede: A equipa passou hoje por algumas complicações no plano defensivo, sobretudo nos primeiros 20 ou 25 minutos, vendo o jogo desde o banco e sabendo que não é possível parar, o que e que lhe passou pela cabeça a nível de alterações e retificar essas situações?
João Pedro Sousa: Como disse, tomando a opção do nosso posicionamento defensivo e a nossa primeira linha de pressão ser tão subida, sabíamos que podiam acontecer esse tipo de situações. Como queremos a bola e jogar no meio-campo ofensivo, logo no primeiro lance do jogo temos uma ação dessas em que jogamos entrelinhas, com dois ou três jogadores entrelinhas. Ou tomámos essa opção e arriscámos porque achámos que é o caminho que nos pode levar à vitória ou fechávamos as linhas, esperávamos um bocadinho e tentávamos esperar por uma ou outra situação, mas não sabemos jogar assim. Na segunda parte quando pressionávamos com os dois médios, o médio contrário à bola tinha que fazer ligeiramente a cobertura ao médio que estava a pressionar e principalmente do lado do Penetra tinha que controlar o espaço do Galeno, não partir duma zona adiantada.
FC Porto
Não foi possível colocar questões ao técnico do FC Porto, Sérgio Conceição.