A CRÓNICA: DRAGÕES GOLEIAM EM TERRENO HISTORICAMENTE DIFÍCIL
Depois do adversário direto Sporting ter entrado em campo no sábado, o FC Porto deslocou-se a Paços de Ferreira, para defrontar os castores, décimos classificados do campeonato com 27 pontos. No palco da última derrota dos portistas em competições internas, os comandados de Sérgio Conceição entraram para fazer esquecer esse fatídico jogo de horrores do dia 30 de outubro de 2020, em vésperas de Dia das Bruxas.
Desde cedo que o líder do campeonato quis tomar conta do jogo e vai atirar pela primeira vez à baliza de André Ferreira à passagem do minuto seis. Grande trabalho de Vitinha, que com um slalon entre adversários, ganhou espaço em posição frontal e obrigou o guardião pacense a ceder canto. Aos dez, surge a segunda. Taremi entra na área pela esquerda e cruza atrasado para Evanilson, mas o internacional olímpico pelo Brasil não conseguiu desviar para golo.
A insistência portista ia continuando e, quando faltavam três minutos para os vinte, lá chegou o golo dos azuis e brancos. Com Vitinha no centro da jogada, que isolou Pepê, mas André Ferreira afasta com uma palmada. A bola vem ter com o 20 portista mais uma vez e, mais uma vez volta a deixar sozinho um colega na cara do guarda-redes, desta vez Taremi, mas novamente André Ferreiraa evitar o golo, desta vez com o pé. À terceira foi de vez, Taremi alcança a bola perdida, atrasa para Wendell que cruza ao segundo poste, onde Pepê aparece sozinho e faz, de cabeça, o 1-0 no marcador.

O Paços ia estando por baixo do jogo, mas foi crescendo e, na primeira ocasião de perigo, empatou mesmo a partida. Cruzamento largo de Antunes na esquerda, ultrapassa toda a defensiva portista e Juan Delgado finaliza perto do poste esquerdo da baliza defendida por Diogo Costa, que fica algo mal na fotografia.
O FC Porto, que estava na sua pior fase, acordou com o golo e logo depois do golo pacense voltou a restabelecer a vantagem no marcador. Passe magistral de Otávio pela direita, deixando Taremi em muito boa posição. O iraniano, altruísta como sempre, assistiu Evanilson para um golo com a baliza escancarada. Resultado ao intervalo: 1-2.
O segundo tempo não podia ter começado melhor para os dragões. Mago Vitinha, que percorreu vários metros a dar toques, serve Mehdi Taremi que cabeceia para a direita, deixando Evanilson à mercê para fazer o golo e bisar na partida. Apenas sete minutos do segundo tempo e a equipa do Porto aumenta a vantagem para 3-1.
O FC Porto iria aumentar mais uma vez a vantagem ainda antes dos 60 minutos. Mais uma vez, Vitinha com um bom trabalho, deixa para Evanilson que toca ao lado e serve Taremi para mais um bonito golo da equipa azul e branca. Inverteram-se os papeis, mas o resultado foi o mesmo. Quarto do Porto. O Paços não baixou os braços e respondeu aos 65´. Antunes com mais um cruzamento muito largo e é o pequenino Gaitán, acabadinho de entrar, que faz de cabeça o 2-4 para a equipa verde e amarela.
Até ao fim, o Porto geriu a vantagem e conseguiu vencer confortavelmente por 4-2.
A FIGURA
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— FC Porto (@FCPorto) March 6, 2022
Mehdi Taremi – Entregar este galardão a Taremi é injusto quando tivemos exibições como as de Evanilson e Vitinha. O iraniano fez um golo e duas grandes assistências, sendo a figura maior da equipa portista, até por jogar numa posição que não é a sua de origem. Taremi e Evanilson são a melhor dupla de avançados no futebol português.
O FORA DE JOGO

Fernando Fonseca –Não teve a sua melhor primeira parte. Ofensivamente, a equipa pacense atacou preferencialmente pela esquerda, não tendo grande relevância. Defensivamente, levou com uma constelação e é do seu lado que surgem os golos da equipa portista.
ANÁLISE TÁTICA – FC PAÇOS FERREIRA
A equipa pacense apresentou-se num registo diferente daquele que as equipas apresentam contra os grandes. A pressionar alto e com a linha defensiva subida, tentou condicionar o Porto desde muito cedo no jogo.
César Peixoto apenas mudou uma peça em relação à vitória no Jamor, fazendo entrar Delgado no lugar de Hélder Ferreira. A equipa apostou num 4-3-3, que em processo defensivo foi um 4-4-2. Matchoi e Denilson formaram a primeira linha de pressão, mas deu sempre a impressão que estavam descoordenados do resto da equipa, sendo que o Porto colocava mais homens na construção e saia facilmente.
Ofensivamente tentou fazer mossa em contra-ataque (até chegou ao golo na primeira vez que saiu) mas o Porto foi sempre superior. Teve uma boa fase, entre os dois primeiros golos do Porto, mas depois não aguentou o ritmo.
ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES
André Ferreira (6)
Maracás (5)
Baixinho (5)
Fernando (4)
Antunes (7)
Luiz Carlos (5)
Nuno Santos (6)
Matchoi (5)
Delgado (6)
Lucas Silva (5)
Denilson (5)
SUBS UTILIZADOS
Rui Pires (6)
Butzke (5)
Gaitán (6)
Uilton (5)
Diaby (-)
ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO
Fiel a si próprio, o Porto entrou pressionante e chegou ao golo cedo. Com o seu futebol requintado e positivo, chegou ao primeiro golo cedo no jogo. A nível ofensivo, Vitinha, Taremi, Evanilson e Pepê foram donos e senhores do jogo, estando envolvidos em todos os lances que aparentavam perigo à baliza pacense.
O Porto entrou num 4-3-3, camaleónico como de costume. Taremi à esquerda foi uma dor de cabeça clara à defensiva pacense, associando-se muito bem com os seus colegas em posições mais centrais. O Porto mudou 3 peças em relação ao empate com o Gil Vicente, fazendo sair Zaidu, Fábio Cardoso e Eustáquio para as entradas de Wendell, Pepe e Uribe.
ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES
Diogo Costa (5)
Mbemba (7)
Pepe (6)
Wendell (7)
João Mário (6)
Uribe (7)
Vitinha (9)
Otávio (7)
Pepê (7)
Taremi (10)
Evanilson (10)
SUBS UTILIZADOS
Bruno Costa (6)
Francisco (6)
Toni (6)
Grujic (6)
Galeno (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC Paços Ferreira
Bola na Rede: O Paços viveu um bom período no jogo, ali entre o primeiro e o segundo golo do Porto. Claro que não é fácil sofrer logo a começar a segunda parte, mas acha que esses dois momentos, um golo perto do intervalo e outro a abrir a segunda parte, foi fundamental para a equipa ir se abaixo em termos anímicos?
César Peixoto: Claro que não é fácil sofrer um golo, muito mais em cima do intervalo, mas também foi por aí que mexemos ao intervalo. Tentamos ser proativos e mexer com o jogo, com o Delgado a vir mais desde trás. Sofremos o terceiro, fomos a baixo e acabamos por sofrer o quarto. Depois conseguimos reencontrar-nos e chegar ao segundo golo, podíamos também ter feito o terceiro. Estou muito orgulhoso da minha equipa.
FC Porto
Não foi possível realizar qualquer pergunta ao treinador do FC Porto, Sérgio Conceição.