FC Porto 1-3 Club Atlético de Madrid: Os ânimos exaltados de um inesperado cair por terra

A CRÓNICA: DO MASSACRE OFENSIVO PORTISTA À EFICÁCIA COLCHONERA

Chamaram-lhe o “grupo da morte” e a emoção guardada até ao final representou isso mesmo. A última e decisiva jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões opôs o FC Porto e o Club Atlético de Madrid para a decisão final do segundo lugar da tabela e consequente acesso à próxima fase da competição.

Estando o Liverpool FC com lugar já assegurado, a equipa azul e branca tinha de esperar um mau resultado do AC Milan frente aos ingleses e apenas empatar frente ao Club Atlético de Madrid. Em caso de vitória da equipa italiana, os dragões estariam obrigados a vencer.

Nos primeiros minutos ficou percetível o jogo que ambas as equipas iriam efetuar de forma a concretizar o objetivo de vencer. Carrasco ia desequilibrando pela ala esquerda, com a turma de Diego Simeone a apostar no erro do adversário e a jogar nas transições ofensivas rápidas.

Quem ameaçou verdadeiramente a equipa de Madrid na construção de jogo foi Luis Díaz, junto de João Mário, com Vitinha a pressionar no meio-campo.

A primeira situação de grande sufoco apareceu aos 21 minutos da partida. Com um cruzamento pela grande área fora e um golo que parecia iminente de acontecer, acabou a ser Diogo Costa, nos limites do poste, a desviar aquele que poderia ser o golo da turma colchonera e a fazer a primeira defesa no encontro.

Suspirou-se de alívio nas bancadas do Estádio do Dragão.

Taremi quase fez as alegrias e desejos dos adeptos portistas à passagem da primeira meia hora de jogo, mas Oblak e Vrsaljko tiraram o pão da bola ao avançado iraniano que rematou já em esforço. Por dois momentos, quase foram feitas as honras ao marcador, nas duas grandes (e únicas) situações de golo até ao momento.

A superioridade do FC Porto sobre o Club Atlético de Madrid foi sendo demonstrada ao longo da totalidade da primeira parte, com os colchoneros a verem-se dificultados nas aproximações à grande área de Diogo Costa, principalmente devido a Pepe que seguiu o ditado ”no lugar certo à hora certa”.

O massacre portista continuou à entrada para a segunda parte, com Taremi a ter duas bolas de potencial conversão em golo, vindas de Otávio e Luis Díaz. A abertura do marcador parecia iminente com as ocasiões a favor dos portistas a aparecerem, mas o pé direito de Oblak aparentava estar lá sempre.

Mas há uma coisa que se deu a aprender no Futebol ao longo dos anos, o “quem não marca, sofre”. Aos 55 minutos, foi o Club Atlético de Madrid que, sem grande ocasião a apontar para além da já citada, chegou à área de Diogo Costa e, por Antoine Griezmann, concretizou o golo colchonero.

O rumo do encontro não parecia ditar isto, mas foi o sucedido.

O ambiente no estádio do Dragão estava a ferver dentro e fora das bancadas. Após um corte de bola, os ânimos exaltaram-se e Yannick Carrasco acabou por ver cartão vermelho após uma ação sem qualquer tipo de cabimento sobre Otávio.

No seguimento, a cabeça de todos já estava totalmente perdida e, o recém-acabado de entrar em jogo, Wendell também acabou expulso do encontro por, segundo o árbitro, situação de alegada conduta violenta.

Se já tudo parecia do “sonho” ao pesadelo para os portistas, assim acabou mesmo por ser.

O sonho parecia deitado por terra e, já perto do cair do pano, Ángel Correa quase colocou um ponto final nas decisões do grupo, com o golo que concretizou o 2-0 e, segundos depois, foi Rodrigo De Paul quem arredou a sério com as esperanças dos dragões que estiveram bem vivas durante quase a totalidade dos 90 minutos.

Já pouco ou mesmo nada existiria para fazer e, para finalizar o resultado, Sérgio Oliveira ainda fez alguns adeptos gritar pelo golo na bancada para lá dos 90 minutos, depois de inserir a bola no fundo das redes de Jan Oblak.

Assim, com esta derrota por 3-1, o FC Porto viu-se arredado da Liga dos Campeões, procurando renovadas esperanças na Liga Europa, enquanto a equipa de Madrid continuará na maior prova europeia.

Estes resultados são consequência, também, da derrota do AC Milan perante o Liverpool FC. O cair por terra dos azuis e brancos, com a esperança a espreitar por cima do ombro, caminha, agora, pelo play-off dos dezasseis-avos da outra competição europeia.

A FIGURA

FC Porto Club Atlético de Madrid
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Eficácia do Club Atlético de Madrid – O jogo foi dominado pelo FC Porto praticamente a todos os níveis, mas a eficácia do Club Atlético de Madrid é que acabou por sobressair. Sem grandes ocasiões ao longo do encontro, foram as três mais flagrantes que equacionaram em golo e que fizeram o resultado e a eliminação dos dragões.

Dizem que “vem nos livros que quem não marca, sofre” e foi assim que se sucedeu perante a equipa de Madrid, nunca jogo em que o perigo iminente colchonero praticamente não existiu.

O FORA DE JOGO

FC Porto Club Atlético de Madrid
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Yannick Carrasco (Club Atlético de Madrid) – Poderia ter sido um dos homens do jogo, dado o desequilíbrio que potenciou pela ala esquerda do terreno de jogo, mas acabou a ser um dos maus da fita. A agressividade não vale tudo perante qualquer que seja o rumo do jogo.

ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

O FC Porto de Sérgio Conceição voltou a imprimir um 4-4-2, desfalcado com as ausências de Matheus Uribe e Pepê. Nos flancos defensivos, Zaidu pela esquerda e João Mário na direita imprimiram velocidade e verticalidade ao jogo. Pepe e Chancel Mbemba ocuparam as posições mais centrais da defensiva azul e branca.

No meio-campo, Vitinha voltou à titularidade junto de Marko Grujic e Otávio, com Luis Díaz a desequilibrar igualmente na ala. Na frente, restavam Evanilson e Taremi, sendo que o avançado iraniano estava encarregue de elaborar movimentos interiores de aproximação ao meio-campo.

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (6)

João Mário (7)

Pepe (8)

Chancel Mbemba (6)

Zaidu Sanusi (5)

Marko Grujic (6)

Vitinha (7)

Otávio (7)

Luis Díaz (7)

Mehdi Taremi (6)

Evanilson (6) 

SUBS UTILIZADOS

Wendell (4)

Sérgio Oliveira (5)

Corona (5)

Toni Martínez (5)

Fábio Vieira (5) 

ANÁLISE TÁTICA – CLUB ATLÉTICO DE MADRID

Diego Simeone arquitetou um 3-4-3 remendado, dadas as várias ausências da equipa colchonera, e moldável em 5-3-2 em momentos defensivos, com os alas a baixar no terreno. Na baliza permaneceu Oblak, com a defesa montada a três, juntando Mario Hermoso a Kondogbia e Vrsaljko.

A dar profundidade ofensiva pelas alas ficaram Yannick Carrasco a desequilibrar pela esquerda e Marcos Llorente na direita, com Koke e Rodrigo De Paul no meio-campo

Com Lemar a efetuar movimentos interiores de ligação ao ataque composto por Griezmann e Suárez, a equipa da capital espanhola teve de pôr todas as suas fichas no ataque dada a linha defensiva desfalcada.

ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES

Oblak (5)

Vrsaljko (5)

Mario Hermoso (5)

Kondogbia (5)

Marcos Llorente (5)

Yannick Carrasco (4)

Koke (6)

Rodrigo De Paul (7)

Lemar (6)

Antoine Griezmann (7)

Luis Suárez (-)

SUBS UTILIZADOS

Matheus Cunha (5)

Ángel Correa (6)

Renan Lodi (6)

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

FC Porto

Não foi possível fazer pergunta ao treinador Sérgio Conceição. 

Club Atlético de Madrid 

Não foi possível fazer pergunta ao treinador Diego Simeone

Artigo revisto por Joana Mendes

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A Andreia é licenciada Ciências da Comunicação, no ramo de Jornalismo. Depois de ter praticado basquetebol durante anos, encontrou no desporto e no jornalismo as suas maiores paixões. Um dos maiores desejos é ser uma das vozes das mulheres no mundo do desporto e ambição para isso mesmo não lhe falta.

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