FC Porto 4-0 CD Tondela: O Ketchup abriu e o Dragão voltou a sorrir

A CRÓNICA: DA PRIMEIRA PARTE PARA A SEGUNDA VAI UMA DISTÂNCIA…

O FC Porto recebeu o CD Tondela e voltou às goleadas, desta feita por 4-0. O jogo ficou marcado por duas partes distintas, onde o ketchup abriu aos 73 e só fechou aos 79, com a arte dos homens vindos do banco a vir ao de cima, assim como as fragilidades da formação beirã.

Importa sublinhar: estávamos, à condição, perante o segundo melhor ataque da Primeira Liga e a pior defesa. Dado elucidativo das diferenças entre ambas as equipas, que viria a ter peso dentro de campo, e não digo em termos concretos – domínio avassalador de uma equipa perante a outra – mas sim na preparação estratégica de ambos os conjuntos.

Um início com os homens da casa algo apressados na busca do golo que trouxesse (alguma) tranquilidade ao jogo, e um CD Tondela que, cedo, indicou o caminho que pretendia traçar para o resto da partida. Isto é, muita cautela, muito acerto defensivo – setores muito bem coordenados -, e um bom pedaço de pragmatismo na hora de atacar, que se traduziu em oito (!) remates em apenas 45 minutos.

Embora o FC Porto acarretasse mais tempo com bola, a verdade é que as oportunidades de grande perigo não apareciam, faça exceção um remate de Wendell e um cabeceamento de Pepê.

Apesar de tudo, Taremi, mais uma vez, revelou-se decisivo. Ora entre linhas, ora na procura da profundidade, o iraniano apresentou-se austero e, num lance de insisistência, surgiu uma grande penalidade, que o próprio converteu, em hora perfeita, mesmo em cima do apito para o intervalo. 1-0 para os portistas, depois de 45 minutos esclarecedores do CD Tondela.

Segunda parte e história (muito) diferente. Depois da estratégia de Pako apenas ter vacilado por uma ocasião no primeiro tempo, no segundo e com as mudanças de Sérgio, a narrativa alterou-se.  O CD Tondela foi obrigado a subir linhas e a pressionar mais alto, o que provocou muitos espaços em transição para os portistas.

Fonte: Diogo Cardoso/BnR
Galeno foi um dos que mexeu com o jogo

Sérgio, descontente com o rumo da partida, encontrou em Francisco e Fábio Vieira as soluções ideais para mudar o jogo, e assim foi. Algo que, com a expulsão de Manu Hernando, só se intensificou, ao passo que o barco tondelense ficou ainda mais exposto a uma eventual maré portista. Um barco que, naufragou ao minuto 73 e não mais se reconstituiu até ao apito afinal, com Galeno, Francisco e Fábio Vieira a serem os principais causadores da queda do CD Tondela.

 

 

A FIGURA

Fonte: Diogo Cardoso/BnR

Taremi – Nomear um jogador apenas num jogo destas características é complicado, aliás, o principal homem que mudou o jogo talvez tenha sido mesmo Sérgio Conceição que alterou significativamente o rumo dos acontecimentos na segunda parte. Ainda assim, Taremi foi a cara da perseverança, da estabilidade e, principalmente, da tranquilidade, tendo efetuado o tento inaugural. Nota também para Francisco Conceição que mexeu muito com a partida.

 

O FORA DE JOGO

Fonte: Diogo Cardoso/BnR

Transição defensiva do CD Tondela – Aqui, é impensável nomear apenas e só um responsável pela segunda parte catastrófica do CD Tondela. Foi a consequência natural de uma equipa que, mesmo reduzida a 10, procurou arriscar um pouco mais em processo ofensivo, e que encontrou um FC Porto sagaz na procura dos espaços, e que os encontrou com extrema facilidade a partir do minuto 70’.

 

 

ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

Os comandados de Sérgio Conceição alinharam no clássico 4-4-2, que se desdobrava num 4-2-3-1, apresentando duas mudanças – Wendell e Fábio Cardoso –  em relação ao último desaire perante o Lyon.

Com muitas dificuldades em encontrar aberturas na defensiva cerrada do CD Tondela, era essencialmente através de movimentos de ruptura entre o central-ala que os dragões mais perigo conseguiam criar. Nota para a importância da envolvência dos laterais no jogo dos dragões, sendo que em jogos destas particularidades – perante um bloco muito baixo – é fundamental que ambos os laterais tenham alguma predominância ofensiva.

Na segunda parte, as mexidas de Sérgio Conceição ajudaram a mudar o rumo. A dimensão fisíca de Galeno, em adição com a criatividade de Francisco Conceição e Fábio Vieira foram os tónicos necessários para encontrar mais espaços na frágil transição defensiva do CD Tondela depois do primeiro golo.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (6)

João Mário (6)

Fábio Cardoso (6)

Mbemba (6)

Wendell (5)

Uribe (7)

Vitinha (6)

Otávio (6)

Pepê (6)

Taremi (8)

Evanilson (5)

SUBS UTILIZADOS

Francisco Conceição (8)

Fábio Vieira (7)

Galeno (7)

Toni Martínez (6)

 

ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

A equipa orientada por Pako Ayestarán alinhou num 5-3-2, com o objetivo de condicionar ao máximo o jogo posicional ofensivo do FC Porto, apresentando uma linha de três (centrais) + dois (alas), sendo que os alas acompanhavam o trabalho dos oponentes que estavam a dar mais largura no campo.

Para servir de exemplo, quando João Mário se apresentava aberto era Borges que acompanhava o ala, ao passo que Pedro Augusto – jogador do meio campo mais descaído na esquerda – pressionava o homem mais perto que aparecia nesse setor (por norma Otávio).

Do ponto de vista ofensivo, para além das transições rápidas, Pako procurava uma saída com a linha de três muito próxima e Sessi o jogador mais fixo à frente dos centrais. Raramente a saída era «limpa», na medida em que a pressão forte do FC Porto se impunha perante as aspirações tondelenses de sair curto.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Pedro Trigueira (5)

Tiago Almeida (5)

Manu Hernando (3)

Marcelo Alves (6)

Modibo Sagnan (5)

Neto Borges (6)

Pedro Augusto (6)

Iker Undabarrena (6)

Sessi D’Almeida (6)

Renat Dadashov (5)

Daniel dos Anjos (5)

SUBS UTILIZADOS

Tiago Dantas (5)

Eduardo Quaresma (5)

Juan Boseli (5)

Eduardo Quaresma (5)

 

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

 

FC Porto

BnRBoa noite mister, gostaria de lhe perguntar sobre a forma como utilizou o Fábio Vieira no momento em que ele entra na partida, sei que não é novidade esta temporada, mas acaba por, em organização defensiva, ser o primeiro homem a pressionar a defesa adversária, mas depois, do ponto de vista ofensivo juntou-se inúmeras vezes ao meio campo para formar uma espécie de 4-3-3. Sentiu que, com o decorrer do jogo ia ganhar mais em ter mais um médio do que propriamente um avançado?

Sérgio Conceição: “Precisava era de gente que não colasse à linha defensiva que ficava muito confortável da forma de defender do CD Tondela. Nós olhamos para o Fábio como o homem mais adiantado, mas depois com bola e como está a dizer e muito bem, sai muito daquele espaço e vem para outro espaço onde cria superioridade numérica. Nós queríamos exatamente isso, para depois de frente para a linha defensiva pudesse definir, como define tão bem. Foi com esse pensamento que eu meti o Fábio nessa posição”.

 

CD Tondela

BnRBoa noite mister, que mudanças comportamentais fez na equipa a partir do primeiro golo do FC Porto?

Pako Ayestarán: “Fundamentalmente não queremos trocar muito, porque controlamos bastante bem o poderio ofensivo do FC Porto. O único comportamento defensivo que tentamos corrigir, um bocadinho, foram as dúvidas em situação de defender os meiocampistas que apareciam no corredor, tanto o Uribe como o Vitinha. A nível ofensivo, tratar melhor a bola e não só jogar a espaços, para depois poder jogar com mais número, e não deu tempo para isso acontecer”.

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O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.

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