FC Porto 4-1 Boavista FC: Dupla Taremi-Evanilson causa estragos no dérbi

A CRÓNICA: AZUIS E BRANCOS LEVAM A MELHOR DOS AXADREZADOS

Dia de derby na Invicta é sinónimo de rivilidade intensa entre FC Porto e Boavista FC. Mas, naquele que foi um dia triste para o futebol português com o falecimento de Bernardo Tengarrinha, foi em sinal de união que vimos adeptos azuis e brancos e axadrezados a juntarem-se numa bela homenagem ao antigo jogador que alinhou em ambos clubes da cidade do Porto.

Mas com o apito inicial de Tiago Martins, acabam-se as amizades, com as picardias habituais a começarem. Não foram muitos os adeptos boavisteiros que fizeram a curta viagem até ao Estádio do Dragão, mas os cerca de 200 presentes faziam-se ouvir.

Mas dentro das quatro linhas, só dava FC Porto. Um início de jogo dominante, com o primeiro golo a chegar aos 21′ por Luis Díaz. O extremo que está a fazer um início de época estrondoso até de cabeça marca, depois de um cruzamento da direita de João Mário.

Os dragões reclamam depois um pontapé de grande penalidade sobre Evanilson aos 25′, mas nem Tiago Martins nem o VAR concordaram. Pouco depois, aos 30 minutos, Hamache faz aquilo que melhor sabe, e atira uma autêntica bomba para o fundo da baliza de Diogo Costa. Um pé esquerdo invejado por muitos do francês, que empatou a partida.

Mas sempre com o jogo controlado, o clube da casa conseguiu ainda regressar à frente antes do intervalo. Mehdi Taremi recebe entrelinhas, Evanilson desmarca-se nas costas dos defesas contrários, recebe a bola frente a frente com o guarda-redes e não falha. Uma jogada simples mas extremamente eficaz dos azuis e brancos.

Com o intervalo pelo meio, mas numa sucessão muito curta de minutos de jogo, primeiro aos 41′ e depois aos 47′, o FC Porto praticamente que fecha a partida. E foi num lance tirado a papel químico daquele apenas 6 minutos de jogo antes que Taremi, novamente no espaço entre meio-campo e defesa boavisteira, encontra na perfeição Evanilson, que volta a não vacilar frente a Alireza. Simbiose perfeita entre os dois avançados dos dragões.

Seguiu-se um resto de segunda parte com mais polémicas, faltas, amarelos do que futebol. Fica a impressão de mais que uma grande penalidade por assinalar a favor do FC Porto, mas nem Tiago Martins nem o VAR acabaram por assinalar as faltas pedidas pela equipa da casa e pelos 31207 adeptos portistas no Estádio do Dragão.

Houve ainda tempo para um golo nos descontos, do estreante Danny Loader. Grande jogada de Luis Díaz pela esquerda, com o avançado inglês a encostar para o fundo das redes. A partida acabou mesmo 4-1, um resultado expressivo, mas que poderia ter sido ainda mais para o FC Porto, dado o domínio sobre um Boavista FC incapaz de causar perigo.

A FIGURA

Mehdi Taremi FC Porto Boavista FC
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Taremi – foi Evanilson quem marcou os dois golos da vitória dos dragões, mas a chave para o sucesso ofensivo do FC Porto foi mesmo Mehdi Taremi. Numa posição mais de “número 10”, como tem sido nas últimas partidas, o iraniano foi o perfeito elo de ligação entre o meio-campo e o avançado brasileiro, e acaba o jogo com duas assistências primorosas.

O FORA DE JOGO

FC Porto Boavista FC Mehdi Taremi Javi García
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Javi García – o espanhol já não tem andamento para ser central numa partida contra o FC Porto. Fica mal em todos os lances de golo – perde com Luis Díaz o cabeceamento no primeiro, deixa fugir nas suas costas Evanilson no segundo e terceiro, e é ultrapassado com uma facilidade tremenda por Luis Díaz no quarto. A experiência pode valer muito no balneário, mas nas quatro linhas há muito que Javi já só é uma debilidade para o Boavista FC.

ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

Sérgio Conceição voltou a apresentar a versão do seu 4-4-2 mais recente. Taremi nas costas de Evanilson, a funcionar muitas vezes como terceiro médio, tanto a atacar como no processo defensivo. No duplo-pivô, Vitinha e Uribe faziam as vezes entre quem descia mais para pegar na bola e quem se posicionava mais entrelinhas. Luis Díaz partia muito da esquerda, mas sempre com muitos movimentos interiores. Por vezes era até o colombiano a aparecer perto da última linha da defesa contrária com Taremi mais encostado à ala, de forma a aproveitar as movimentações do extremo.

Ambos laterais subiam bastantes, sendo que João Mário com mais destaque até pelas dinâmicas do lado direito do ataque da equipa de Conceição – Otávio ocupa os terrenos interiores quando a equipa tem bola.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (6)

João Mário (7)

Pepe (6)

Marcano (5)

Zaidu Zanusi (5)

Matheus Uribe (6)

Vitinha (7)

Otávio (6)

Luis Díaz (8)

Evanilson (8)

Mehdi Taremi (8)

SUBS UTILIZADOS

Sérgio Oliveira (5)

Francisco Conceição (5)

Marko Grujic (6)

Fábio Vieira (-)

Danny Loader (6)

ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

Já o Boavista FC de João Pedro Sousa apresentava-se, no momento defensivo, no habitual 5-4-1, num bloco baixo e compacto para tentar não dar espaço nas costas aos jogadores adversários. Contudo, em desvantagem no marcador, o treinador das panteras foi obrigado a ir subindo mais as linhas, deixando os três centrais mais desprotegidos.

Mas com bola, Nathan, central pela direita mas lateral-direito de origem, ocupava a posição que lhe é mais natural, com inicialmente Reggie Cannon e depois Pedro Malheiro a subir para a posição de extremo-direito. Com isto, Gustavo Sauer fletia da direita para o meio-campo, juntando-se aos dois médios mais recuados.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Alireza (5)

Nathan Santos (4)

Javi García (2)

Abascal (3)

Reggie Cannon (-)

Makouta (4)

Reymão (3)

Hamache (5)

Gustavo Sauer (5)

Kenji Gorré (4)

Petar Musa (5)

SUBS UTILIZADOS

Pedro Malheiro (5)

Sebastián Pérez (4)

Yusupha Njie (-)

Tiago Morais (-)

Vukotic (-)

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

FC Porto

Não foi possível fazer questões ao técnico do FC Porto Sérgio Conceição

Boavista FC

BnR: Hoje no momento ofensivo a sua equipa desfazia a linha de 5 defesas, com o ala direito a subir para extremo e o central pela direita a fazer a lateral. Perguntava-lhe o que queria com aquela dinâmica, e se esse 4-3-3 com bola, como jogava no Famalicão FC, é a estrutura que quer, a médio-prazo, introduzir nesta equipa do Boavista FC.

João Pedro Sousa: Sim, de facto o nosso processo ofensivo passou um bocado por aí. Estamos a tentar preparar, desde o início da época, um modo de jogar diferente. Mas neste momento sentimos que estamos mais confortáveis com uma linha de 5, porque os nossos jogadores do meio-campo não têm tido capacidade de aguentar o miolo. Mas sim, queremos trazer uma forma diferente de jogar aqui ao Boavista FC.

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Alexandre Matos
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O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.

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