FC Porto 5-2 AS Mónaco FC: Nos oitavos à boleia da magia africana

fc porto cabeçalhoUma exibição em cheio dos dragões aliada a uma vitória por número concludentes ajudaram a exorcizar os fantasmas que já se levantavam após três jogos sem ganhar (Besiktas JK, C Desportivo das Aves e SL Benfica). Um Aboubakar endiabrado, alimentado pela exuberante dupla Brahimi-Marega, escreveu o guião de uma noite perfeita que testemunhou a 13ª passagem dos azuis e brancos à fase a eliminar da prova milionária. O primeiro objetivo da época está alcançado.

O contexto era, convenhamos, muito favorável às ambições dos portistas, sobretudo pelas fragilidades que este AS Mónaco FC vinha demonstrando e pela gestão que Leonardo Jardim optou por fazer no seu plantel, em virtude de já não ter objetivos pelos quais lutar na Liga dos Campeões. Acresce a tudo isto as simpáticas notícias que chegavam da Alemanha, com o Besiktas JK a dar uma preciosa ajuda na eventualidade de o FC Porto não conseguir vergar o campeão francês.

Sérgio Conceição apostou no onze que defrontara o Benfica, à exceção de Sérgio Oliveira e, mesmo assim, viu-se obrigado a trocar à última hora Otávio por André André. Do lado monegasco, as mudanças foram muitas (Moutinho e Falcão começaram no banco) e o tal contexto até deu lugar à estreia de Kongolo nas provas europeias.

Feitas as apresentações, é hora de contar, do modo mais sucinto possível, a noite absolutamente mágica de Aboubakar. O camaronês começou por se esconder, aos 8’, no meio da defesa monegasca para não cair em posição de fora de jogo e, assim, beneficiar de uma certa desconcentração para dar o melhor seguimento a uma assistência de Brahimi e abrir o ativo na cara de Benaglio. O mote estava dado, mas uma vintena de minutos depois o génio do camaronês voltou a sobressair quando bailou com classe na frente de Glik, um durão de rins, e elevou a contagem, aplicando o melhor final a um ataque rápido brilhantemente iniciado por Brahimi e com não menos espetacular seguimento de André André e Danilo.

Vincent não parava e quando se lembrou de descer para vir buscar um passe a rasgar linhas de Herrera, então, o Dragão só teve de se levantar para aplaudir. Abou, com um toque subtil, soltou-se do seu adversário direto e isolou Brahimi com um passe magistral. O argelino fez o que lhe competia e dava quase uma machadada no adversário. A história da primeira parte só fica completa com o episódio mais triste da noite. Numa falta a meio campo, Felipe e Ghezzal envolveram-se numa pequena rixa e, sem contemplações do árbitro Eriksson, acabaram expulsos.

Sérgio Conceição optou por mexer na equipa, mesmo não ficando em inferioridade numérica, e acabou por sacrificar André André, colocando Reyes em campo e devolvendo um central de raiz a uma posição que estava a ser ocupada por Danilo.

Jonas Eriksson esteve bem ao expulsar Felipe e Ghezzal, mas falhou na(s) grande(s) penalidade(s) Fonte: UEFA
Jonas Eriksson esteve bem ao expulsar Felipe e Ghezzal, mas falhou na(s) grande(s) penalidade(s)
Fonte: UEFA

A segunda parte trouxe mais um momento mágico à noite do Dragão. Desde logo, o regresso de dois ilustres ao relvado da Invicta: Moutinho e Falcão foram acarinhados como poucos. Antes disso, porém, já o juiz sueco havia metido água, assinalando uma grande penalidade muito discutível por suposta mão de Marcano quando minutos antes não descortinara uma mão de Kongolo na área dos monegascos, essa sim bem mais evidente. Estavam reunidos os condimentos necessários para que Glik reduzisse distâncias e o polaco não vacilou. Mas isso não haveria de ser problema algum, já que pouco tempo depois Alex Telles encheu o pé esquerdo da força necessária para levar a bola até ao fundo das redes do guarda-redes suíço. Um grande golo do lateral esquerdo que esteve esta noite sob observação da equipa técnica da seleção brasileira que, certamente, levou notas muito positivas.

Os golos não paravam de aparecer, e a dez minutos do fim, Radamel Falcao matou saudades das balizas do Dragão, acabando a pedir desculpa a uma massa adepta que tanto o adora. O público respondeu com aplausos, perdoando-o pela pequena traição, até porque o resultado assim o permitia.

Para que a história ficasse contada de vez, também Tiquinho Soares, que entretanto substituíra a estrela da companhia, Aboubakar, haveria de picar o ponto, respondendo com um enorme cabeceamento a um cruzamento milimétrico de Ricardo. Era a consumação de mais uma grande noite europeia testemunhada pelo público do Dragão e a certeza de que o FC Porto recuperou o seu fôlego, na véspera de uma visita importante ao Bonfim, já no próximo domingo, para o campeonato.

Foto de Capa: FC Porto

artigo revisto por: Ana Ferreira

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