Marítimo 1-1 FC Porto: Empate para presidente ver

eternamocidade

O FC Porto voltou a sair da ilha da Madeira sem o sabor da vitória. O empate a uma bola frente ao Marítimo simboliza a primeira perda de pontos no campeonato para a equipa liderada por Julen Lopetegui que, com este resultado, não consegue aproveitar da melhor forma o empate do Sporting.

A conclusão que a esmagadora maioria fará depois deste resultado é a de que o FC Porto definitivamente não se dá com os ares da ilha. A meu ver, esse é o ponto que menos deve preocupar Lopetegui, os jogadores e a direção portista. Depois de um jogo como o que vimos no Estádio dos Barreiros, creio que ficou à vista de todos as limitações gritantes que o plantel portista tem. Mas vamos por partes: Marítimo e FC Porto entraram para a partida sem grandes surpresas no onze. Do lado madeirense, Ivo Vieira lançou as novidades Patrick Vieira e Raúl Silva, que substituíram os lesionados Diney e João Diogo; do lado portista, Julen Lopetegui optou por colocar Tello no banco, dando as alas ofensivas a Brahimi e Silvestre Varela.

É caso para dizer que o jogo não podia ter começado da pior forma para o FC Porto: aos 5 minutos, um cruzamento perfeito de Xavier do lado direito do ataque pôs a nu as fragilidades defensivas de Cissokho. Mal posicionado defensivamente, o lateral contratado pelo FC Porto neste marcado deixou que Edgar Costa cabeceasse de forma simples e eficaz, dando a vantagem inesperada no marcador ao Marítimo. Se o jogo já se previa complicado para os portistas, então com a desvantagem no marcador ele tornou-se ainda mais complexo. E isso aconteceu muito em virtude da passividade com que a equipa foi sempre jogando. Com um meio campo muito preso taticamente e com enormes dificuldades para romper a defensiva do Marítimo, o ritmo com que os portistas foram jogando na primeira parte foi de uma lentidão inacreditável.

Não foi por isso de estranhar que Brahimi tenha sido não raras vezes o único impulsionador do jogo ofensivo portista, fazendo dos movimentos interiores a sua principal arma para tentar mexer com a defensiva contrária. Nas alas, Cissokho andava desaparecido e Maxi Pereira apenas a espaços conseguia combinações perigosas com Varela. O golo portista aos 34 minutos acabou por ser a exceção na exibição sonolenta e passiva que o FC Porto foi tendo no primeiro tempo nos Barreiros. Nesse momento, apenas o suspeito do costume – Brahimi – foi capaz de romper em diagonal pela esquerda, metendo para Imbula que, de cabeça, deu para Herrera empatar a partida.

Maritimo-e-FC-Porto
O Marítimo voltou a travar o FC Porto na Madeira
Fonte: jornalacores.net

Ao intervalo, o empate no marcador penalizava a exibição portista e era um prémio para a eficácia ofensiva e defensiva de um Marítimo que foi jogando sempre com as armas que tinha e as limitações que possui. No regresso dos balneários, a situação portista ainda foi pior. Se na primeira parte ainda tinham existido, a espaços, alguns momentos de perigo junto da baliza de Salin, no segundo tempo isso praticamente não existiu. Herrera e Imbula continuaram a ser demasiado macios no meio campo portista, sendo que Varela e Aboubakar continuavam a passar completamente ao lado do encontro. No caso do avançado camaronês, essa foi uma evidência quase confrangedora, tendo em conta a falta de capacidade que Aboubakar demonstrou durante quase todo o encontro. No banco, Lopetegui também não deu melhores sinais à partida: ao ver o FC Porto com dificuldades enormes para construir lances de ataque, o técnico espanhol não foi capaz de arriscar nas substituições.

Colocando André André e Tello para os lugares de Herrera e Varela, Lopetegui não fez mais do que simplesmente mudar peça por peça. Por isso, não foi de estranhar que o figurino do jogo não se tenha alterado e que a exibição tenha continuidade a ser uma completa nulidade. O Marítimo, bem consolidado na sua estratégia defensiva, com um meio campo muito forte em termos de agressividade e posicionamento, nunca pareceu estar verdadeiramente em perigo com o jogo portista. Aliás, à medida que os minutos passavam, Ivo Vieira foi acreditando na possibilidade de vencer o jogo, levando a equipa a subir o bloco e a tornar-se cada vez mais perigosa. Mesmo sem ter criado grandes oportunidades de golo durante o encontro, a verdade é que a segunda feira foi correndo ao ritmo que o Marítimo queria, perante um FC Porto incapaz de criar lances de perigo e de fazer perigar verdadeiramente a baliza de Salin. Bem vistas as coisas, a segunda parte trouxe apenas duas grandes oportunidades ao FC Porto, por Aboubakar – grande defesa de Salin – e Maxi Pereira que, no último lance da partida, enviou a bola à trave da baliza do guarda redes francês. Ainda assim, e apesar dessa falta de sorte no último lance do encontro, a verdade é que, bem vistas as coisas, não se pode dizer que o FC Porto tenha merecido mais do que este empate.

À segunda jornada, a primeira perda de pontos fez denotar as limitações que o plantel portista tem em situações de dificuldade. Em termos individuais, parece claro a falta de um lateral esquerdo de qualidade firmada, tendo em conta as limitações que Cissokho demonstra. No meio campo, e tal como já disse tantas vezes, a falta de um médio criativo que dê algo mais ao jogo ofensivo portista é por demais evidente. Por tudo isso é que acredito que, mais do que um empate para os jogadores portistas refletirem, este é um resultado que deve fazer a estrutura portista pensar no que quer para esta época. A 8 dias do fecho do mercado, parece claro que faltam peças a este FC Porto. E isto sob pena de jogos como o de hoje voltarem a repetir-se. É o que acontecerá se a equipa não ganhar, até final de agosto, jogadores que façam a diferença em momentos decisivos.

 

Figura do Jogo: Consistência defensiva do Marítimo – Mais uma vez se provou a qualidade que existe nos Barreiros, sobretudo a nível técnico. Ivo Vieira voltou a montar muito bem a sua equipa e limitou ao máximo a ação ofensiva portista. Tal como tinha acontecido na época passada, é muito por ação do treinador que o Marítimo tira pontos ao FC Porto.

Fora de Jogo: Lentidão portista – A falta de velocidade com que os portistas fizeram o jogo frente ao Marítimo foi absolutamente confrangedora. Durante 90 minutos, uma posse de bola estéril foi a única coisa que o FC Porto conseguiu fazer. De forma previsível e passiva, a equipa na segunda parte não conseguiu criar jogo suficiente para vencer um jogo perfeitamente ao alcance.

Sabe Mais!

Sabe mais sobre o nosso projeto e segue-nos no Whatsapp!

O Bola na Rede é um órgão de comunicação social de Desporto, vencedor do prémio CNID de 2023 para melhor jornal online do ano. Nasceu há mais de uma década, na Escola Superior de Comunicação Social. Desde então, procura ser uma referência na área do jornalismo desportivo e de dar a melhor informação e opinião sobre desporto nacional e internacional. Queremos também fazer cobertura de jogos e eventos desportivos em Portugal continental, Açores e Madeira.

Podes saber tudo sobre a atualidade desportiva com os nossos artigos de Atualidade e não te esqueças de subscrever as notificações! Além destes conteúdos, avançámos também com introdução da área multimídia BOLA NA REDE TV, no Youtube, e de podcasts. Além destes diretos, temos também muita informação através das nossas redes sociais e outros tipos de conteúdo:

  • Entrevistas BnR - Entrevistas às mais variadas personalidades do Desporto.
  • Futebol - Artigos de opinião sobre Futebol.
  • Modalidades - Artigos de opinião sobre Modalidades.
  • Tribuna VIP - Artigos de opinião especializados escritos por treinadores de futebol e comentadores de desporto.

Se quiseres saber mais sobre o projeto, dar uma sugestão ou até enviar a tua candidatura, envia-nos um e-mail para [email protected]. Desta forma, a bola está do teu lado e nós contamos contigo!

Redação BnR
Redação BnRhttp://www.bolanarede.pt
O Bola na Rede é um órgão de comunicação social desportivo. Foi fundado a 28 de outubro de 2010 e hoje é um dos sites de referência em Portugal.

Subscreve!

Artigos Populares

Braga confirma local de estágio de pré-época e data do regresso ao trabalho

O Braga vai estagiar na Áustria nesta pré-temporada. O clube minhoto volta aos trabalhos no dia 17 de junho.

Rio Ave vai jogar na Primeira Liga 25/26 após bater Famalicão no playoff

O Rio Ave garantiu este sábado a promoção à Primeira Liga Feminina. Equipa do Vila do Conde venceu playoff ao Famalicão.

Sergi Altimira e Caio Barone apontados ao FC Porto

Sergi Altimira e Caio Barone foram apontados ao FC Porto nas últimas horas. O médio espanhol pertence ao Sevilha e o guarda-redes está no Flamengo.

Benfica com orçamento para 2025/26 chumbado

O Benfica viu o orçamento do clube para 2025/26 rejeitado pelos sócios. Sócio estão reunidos em Assembleia Geral.

PUB

Mais Artigos Populares

Ange Postecoglou deixa mensagem de despedida ao Tottenham: «Aquela noite em Bilbau foi o culminar de dois anos de trabalho árduo»

Ange Postecoglou foi demitido recentemente do comando técnico do Tottenham, depois de ter vencido a Liga Europa.

PSG com baixa de peso para o Mundial de Clubes

O PSG vai ficar privado de utilizar Ousmane Dembélé no Mundial de Clubes. O avançado francês saiu lesionado do encontro frente à Espanha.

Já se sabe quando arrancam a Primeira Liga e Segunda Liga

A Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol chegaram a acordo para o arranque das competições profissionais em 2025/26.