Confirma-se o que já há algum tempo se perspetivava: num caso claramente excecional, tendo em conta o histórico recente, o FC Porto terá três candidatos à presidência do clube e um deles é Nuno Lobo.
De um lado, o candidato do costume, Jorge Nuno Pinto da Costa, do outro, José Fernando Rio e, mais recentemente, Nuno Lobo.
Empresário no ramo da restauração, Nuno Lobo, de cinquenta anos, um pouco à imagem de José Fernando Rio, defende que a “era Pinto da Costa” está em claro declínio, sendo, portanto, necessário sangue novo na estrutura azul e branca.
Sangue novo, novas ideias: ideias não apenas direcionadas para o futebol, como também para as finanças e para a vertente das modalidades.
Começando pelo final (pelas modalidades), o candidato à presidência do FC Porto promete, em caso de vitória, dirigir uma atenção particular para esta vertente do clube: esta englobaria uma cobertura total por parte do Porto Canal, assim como a criação de novas modalidades.
A volta do voleibol masculino, bem como a criação, no curto/médio prazo, de uma equipa de futsal (projeto que seria encabeçado por Israel Alves), são duas das principais bandeiras do candidato pela lista B, às quais se juntariam o ténis, o futebol feminino e o andebol feminino.
A saúde financeira foi outro dos temas que mereceu a atenção de Nuno Lobo. O empresário de cinquenta anos acredita que uma parceria clube-cidade seria algo proveitoso para o FC Porto, na medida em que associaria o clube às principais atrações daquela região. O estabelecimento de um teto salarial à administração portista ou até mesmo uma possível negociação dos naming rights do Estádio do Dragão são algumas outras ideias que o empresário enunciou na entrevista recente que concedeu à página Super Portistas.
Nessa mesma aparição, o líder da lista B surge com um discurso áspero relativamente ao SL Benfica (clube cujo nome dificilmente profere ao longo da conversa) e ao seu presidente, Luís Felipe Vieira, homem com o qual, inclusivamente, o candidato afirma que não se sentaria à mesa, visto que este, nos últimos anos, “tem roubado fortemente o FC Porto”.
No que ao futebol diz respeito, Nuno Lobo é perentório: Sérgio Conceição é para manter. O perfil do atual técnico azul e branco parece ser bastante apreciado pelo aspirante à presidência, não tanto por razões técnico-táticas, mas pelo seu espírito “à Porto”.

Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede
Se na principal modalidade do clube há coisas a manter, existem aspetos que necessitam de mudanças. Um desses aspetos é a formação, mais concretamente, a criação de uma Academia azul e branca.
A ideia consistiria cada vez mais na captação de jovens talentos, potencialização dos mesmos e aposta efetiva nas pratas da casa.
Em termos de scouting, Nuno Lobo propõe, nos diversos pontos do seu programa eleitoral que partilhou com O JOGO, apostar em ex-atletas do clube, bem como no estabelecimento de parcerias com outros emblemas, nacionais e internacionais, que visariam a captação de jovens talentos.
As parcerias acima referidas, segundo o candidato à presidência do FC Porto, seriam estendidas para alguns clubes dos escalões profissionais do nosso futebol, de modo a dar minutos (através de empréstimos) a jogadores com menos espaço no Dragão.
Numa outra vertente (a do adepto), Nuno Lobo insiste na ideia de que os preços praticados não são de todo os mais atrativos, impossibilitando, na sua opinião, que muitas famílias portistas se desloquem ao Dragão.
O foco do candidato voltar-se-ia, acima de tudo, para os mais novos e os mais velhos, com planos bem mais acessíveis para reformados e para menores de dezasseis anos.
Em adição a isso, de modo a alcançar a meta traçada pelo próprio de cento e cinquenta mil sócios pagantes, promete um olhar especial para os portistas no estrangeiro, olhar esse que incidiria, especialmente, nos países lusófonos e naqueles com grande concentração de emigrantes.
Para além da aproximação clube-adepto, Nuno Lobo acredita que seria possível, a partir de iniciativas como estas, aliviar o peso percentual que as competições europeias atualmente têm nas receitas do FC Porto, minimizando, dessa forma, os prejuízos inerentes a uma não entrada na Liga dos Campeões.
As claques merecem, também, um olhar particular da lista B: com o intuito de patrocinar as suas viagens, serão propostas várias medidas, como, por exemplo, a criação de um jogo do FC Porto, em parceria com a Santa Casa, e de eventos lúdicos, em que parte das receitas seriam revertidas para os GOA.