O dinamismo necessário ao novo FC Porto

    FC Porto Cabeçalho

    O FC Porto quer-se e quer ser novo. Fora de campo, mas também dentro dele, renovado em algumas ideias e com uma palavra-chave para compreender tudo o que Vítor Bruno quer implementar: dinamismo.

    Promover dinâmicas entre jogadores, complementando características e tentando encontrar soluções distintas para problemas muitos deles semelhantes é o grande objetivo do FC Porto. Foi assim que o FC Porto operou a reviravolta diante do Sporting e foi assim que passeou diante do Gil Vicente numa exibição sem o mesmo brilho, mas com competência. E, depois de um início tímido, o dinamismo apareceu.

    O Gil Vicente fechou-se atrás com duas linhas de quatro muito juntas e deixando o portador da bola livre para decidir, mas sem grandes opções. Os extremos acompanhavam os laterais operacionalizando uma linha de 6 em muitas ocasiões e o FC Porto, dominando claramente o jogo, não conseguia ameaçar com grande perigo. Após 20 minutos desta toada, o FC Porto começou a crescer e transformou o domínio em situações de golo. Há ainda muitos detalhes a limar e a afinar (a transição defensiva, por exemplo, raramente foi testada), mas os dragões têm uma ideia clara de jogo, capacidade de ajustar mediante o adversário e jogadores identificados com o modelo de jogo.

    Nico González é, porventura, o exemplo mais claro. O médio foi puxado à frente, largou o duplo pivô e transformou-se num infiltrador que procura atacar a área e definir mais perto da baliza. Contra o Gil Vicente ganhou os dois penáltis e teve também influência na saída de bola, lateralizando à esquerda e permitindo a Wenderson Galeno, um falso lateral esquerdo, projetar, atacar o corredor e Iván Jaime. O desenho inicial era um mero ponto de partida porque, na prática eram as dinâmicas a ditar o ritmo da partida e a enquadrar os jogadores em funções adequadas às suas características: Nico a relacionar-se com a bola, Galeno a jogar por fora e a atacar o espaço e Iván Jaime com liberdade para atacar por dentro.

    Wenderson Galeno FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    À direita, Gonçalo Borges ganhou asas para jogar a toda a largura (no segundo golo aparece à esquerda). O extremo português está longe de ser um produto acabado, mas precisa de jogar neste estágio da carreira. O que ainda lhe falta aprimorar ao nível das decisões compensa com a ousadia e a confiança de tentar e voltar a tentar. Ter um jogador tão fiável quanto Martim Fernandes atrás ajuda. Nesta fase da carreira ganha muito mais conforto a jogar à direita, podendo funcionar a diversas alturas do campo e compensando com bola os movimentos de Gonçalo Borges. Consegue definir mais baixo no terreno, oferecendo uma opção de saída de bola (e complementando as lacunas de Zé Pedro), mas também projetar-se pelo corredor. Tem capacidade associativa para jogar por dentro e uma boa batida na bola para cruzar.

    A Martim Fernandes foi pedido para jogar por fora para o FC Porto ter espaço para criar por dentro. A defesa do Gil Vicente controlava a largura e os dragões queriam aproveitar o espaço criado por dentro. É o ponto a continuar a trabalhar por Vítor Bruno, mas as dinâmicas iniciais são claras. Danny Namaso parte da posição mais avançada do terreno, mas oferece-se constantemente em apoio, recuando em campo para se dar ao jogo e procurando arrastar jogadores. A sua presença tem de ser complementada pelos extremos (Gonçalo Borges a atacar o espaço, Iván Jaime à procura de receber entrelinhas) e pelos médios. Nico González está a aprimorar está característica e Stephen Eustáquio foi chamado a jogo no lugar de Marko Grujic para ser mais um médio com capacidade de chegada à área. São estes os movimentos compensatórios que o FC Porto precisa e já vai tendo a espaços. Trabalhar o coletivo para os ter a 100% é o grande desafio de Vítor Bruno. Pelo menos nos (muitos) jogos em que o FC Porto terá sempre mais bola.

    BnR na Conferência de Imprensa

    Bola na Rede: Félix Correia e Tidjany Touré são jogadores que tiveram os melhores momentos a partir da esquerda. Hoje o Tidjany foi colocado à direita e foi o Félix Correia quem pareceu sempre mais ativo em jogo. É possível conjugar os dois no mesmo onze sem que nenhum fique prejudicado e em qual dos dois vê maior potencial para poder jogar noutra zona do campo?

    Carlos Cunha: Os dois preferem jogar no lado esquerdo e é aí que eles se se podem superiorizar mais. De qualquer das formas, o Vítor Bruno teve a capacidade de criar uma nuance com o Galeno à esquerda, que projetava muito mais a equipa do FC Porto por esse lado e isso limitava mais o Tidjany. De qualquer forma, entendo que os dois jogadores podem cumprir à direita e é uma questão de estimular as relações entre eles. Acho que ambos podem estar na mesma equipa. Mas em termos estratégicos, para nós, foi mais importante hoje ter o Félix Correia à esquerda e até acho que, em termos estratégicos, as coisas estavam a correr bem. O jogo foi o que foi, aceitamos o que aconteceu e temos de cair em cima dos erros. Temos de progredir, avaliar o que não foi bem feito e potenciar o que está melhor.

    Vítor Bruno: O Bola na Rede não teve direito a questão ao treinador do FC Porto.

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