O melhor ficou para o fim | FC Porto

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    No passado dia 28 de julho o FC Porto deu por terminada a sua pré-época, no Estádio do Dragão, com uma vitória por 4-0 sobre o coletivo árabe, Al Nassr, liderado por Luís Castro. Desta forma, o grupo, sob a batuta do novo treinador, atingiu o pleno de vitórias nesta fase de preparação, com 8 triunfos em 8 jogos.

    Foi um dia de boa disposição, marcado pelo retorno da cerimónia de apresentação dos jogadores, pelo regresso a casa de algumas caras bem conhecidas (Alex Telles, Otávio e Luís Castro) e por uma exibição que parece, finalmente, ter enchido as medidas dos adeptos portistas.

    Em pouco mais de 90 minutos de jogo, já foi possível identificar alguns traços deste FC Porto de Vítor Bruno, que realizou uma primeira parte de extrema competência, fechando o jogo nos primeiros 45 minutos. Já a segunda parte não teve essa mesma qualidade, facto esse que mudou a partir do momento em que o treinador portista realizou as primeiras substituições, refrescando assim o grupo.

    Embora o grupo de trabalho já seja bem conhecido pelos adeptos, não deixou de ser uma exibição surpreendente, pelo menos a meu ver.

    É verdade que a equipa de Luís Castro nunca conseguiu, no decorrer do jogo, competir frente a frente com o FC Porto, tendo em conta que as suas maiores oportunidades surgiram em lances de bola parada. Acredito que isto se deveu tanto a um demérito da equipa árabe, como ao mérito do plano de jogo da equipa portista.

    Dito isto, creio que existem algumas ideias a destacar, relativamente ao futebol praticado por este novo FC Porto.

    Antes de mais, é fundamental perceber que o coletivo portista se apresentou num 4-4-2, no momento defensivo, e num 4-2-3-1, com uma vertente assimétrica, na fase de ataque.

    A assimetria deve-se à flexibilidade, maioritariamente, dos jogadores das alas (com Iván Jaime muitas vezes a assumir uma presença numa zona mais central, depois de vir da ala, enquanto, a grande parte das vezes, Gonçalo Borges desempenhava o papel de extremo clássico, bem aberto na ala, procurando cruzamentos) e com as dinâmicas entre o Namaso (que vinha muitas vezes apoiar o jogo a uma posição mais recuada) e o Nico (que atuou, em alguns casos, quase como um segundo avançado).

    Uma das ideias mais claras, na minha opinião, foi a mentalidade do grupo. Decerto que não irão abordar todos os jogos da mesma forma, no entanto, considerei aparente uma mudança nesse sentido.

    A construção de jogo portista, por exemplo, foi feita de uma forma mais rápida e, por vezes, mais direta, quebrando um pouco a norma da época passada. Outros momentos do jogo que deixaram latente esta nova característica, foi a quantidade de jogadores que aparecia na área, em momentos de cruzamento, bem como o posicionamento mais ofensivo de Nico, ao longo de toda a partida.

    Tudo isto faz-me acreditar que a equipa tem a liberdade para assumir uma mentalidade mais atacante e objetiva, realidade essa que me agrada, tendo em conta a nossa ineficácia e inoperância atacante na época passada.

    Continuando no tópico da construção de jogo, é de notar mais uma grande diferença, em comparação com a temporada anterior, que consiste na presença de uma dupla de pivots em frente à defesa, neste caso representada por Alan Varela e Marko Grujić. Esta dupla serviu, em diversos momentos, como um meio de ligação entre o ataque e a defesa, quer numa posição mais central, quer em jogadas mais perto das laterais.  

    Todas estas mudanças previamente mencionadas, são assumidas, por mim, como positivas, sendo que aprecio esta (aparente) abordagem mais ofensiva e, acredito, ser algo que faltava já há algum tempo ao clube.

    FC Porto jogadores Taça de Portugal
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Como tudo tem um verso, é perentório também identificar que possíveis desafios podem surgir em tal configuração, nomeadamente, já no jogo do próximo dia 3 de agosto, frente a um dos nossos rivais, o Sporting.

    Uma das questões que surge na mente dos adeptos, em termos de grupo de trabalho, é como será feita a integração dos internacionais que apenas recentemente voltaram. O onze apresentado por Vítor Bruno, pareceu bastante consolidado no que toca às suas ligações e à própria química entre os jogadores, o que leva a uma incógnita nesse setor.

    Por outro lado, se considero positiva a influência dos dois pivots na construção de jogo portista, também tomo como preocupante a nossa possível dependência nesses dois médios.

    Será intrigante perceber como é que o FC Porto reagirá a situações onde esses dois jogadores não tenham espaço, ou sejam alvo de uma marcação mais individual, e que outras opções irão surgir nesse contexto.

    Por último, algo que parece ainda não estar perfeitamente sólido, é a questão da linha defensiva.

    Otávio não se apresentou contra os árabes, da minha ótica, a um nível suficientemente bom para ser considerado um intocável na nossa defesa, portanto será certamente curioso entender que espaço terá David Carmo, do lado esquerdo da linha mais recuada da equipa portista.

    Por outro lado, a questão do posicionamento dessa mesma linha defensiva, também parece ser, ainda, uma ideia que necessita de mais fortalecimento.

    O FC Porto apresentou uma linha defensiva bastante avançada no terreno, o que pode criar problemas em lidar com a profundidade de determinados adversários. Esta problemática, foi reconhecida pelo próprio Vítor Bruno, em entrevista pós-jogo à Sport TV.

    Todas estas particularidades podem ser exploradas por Rúben Amorim, que certamente esteve atento à última performance dos dragões.

    O próximo sábado será, certamente, o primeiro derradeiro teste ao coletivo dos dragões e ao seu treinador, Vítor Bruno, que terá de provar o seu valor, contra uma equipa do Sporting extremamente entrosada, que, até agora, não sofreu grandes desfalques no plantel.

    Resta acreditar que o resultado será positivo para os dragões, e que Vítor Bruno conseguirá dar início a uma nova era no FC Porto, com o primeiro troféu no jogo que marca o início desta nova temporada.

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