O Muchacho Mexicano vs o Príncipe Argelino

Frente a frente:

No Dragão moram dois génios em alas opostas protagonistas de momentos de pura magia. São eles os criadores das melhores oportunidades e é da inspiração destes génios que surgem os lances de maior perigo para a baliza adversária. Falo claro de Brahimi e Corona. Ambos craques de finta fácil e mais evoluídos tecnicamente do que os companheiros e adversários, mas que ainda não atingiram a plenitude das suas capacidades de dragão ao peito.

Comecemos pelo “Muchacho Mexicano”, Jesus Corona. O extremo mexicano chega ao FC Porto do Twente depois de um investimento forte de 10,5 milhões de euros com o objetivo de curar todos os males do dragão ferido. A estreia não podia ter corrido melhor: Corona bisa e avisa os adversários de que um novo craque de coração azul e branco chegava à Invicta.

No entanto, a pressão era grande. Não só em Corona mas em toda a equipa e o mexicano ressentiu esse peso na camisola. Apesar de ter iniciado bem a sua temporada de dragão ao peito e ter acabado com números interessantes, parece que Corona deixa sempre algo a desejar e que pode ainda dar muito mais. O brilho do craque Corona acende e apaga muito rapidamente.

Do outro lado, temos o argelino Yacine Brahimi. O extremo argelino é neste momento, de forma quase unânime, o jogador mais tecnicamente dotado da Liga Nos.

Brahimi chega ao dragão proveniente do Granada e deslumbrou tudo e todos, deixando os adeptos a pensar como é que o FC Porto tinha conseguido “roubar” um jogador de tamanho calibre de um campeonato tão competitivo como o espanhol sem que os tubarões europeus se tivessem apercebido da sua qualidade. Foi amor á primeira finta! Um “brinca na areia” por natureza, com um estilo único e uma finta característica, Brahimi brilhava na liga portuguesa e na Champions (mais na Champions). Até que chegou a CAN de 2015, a fatídica CAN. Brahimi foi convocado, jogou, voltou e desde então nunca mais foi o mesmo.

Os dois jogadores foram muito importantes para o FC Porto nas últimas temporadas Fonte: FC Porto
Os dois jogadores foram muito importantes para o FC Porto nas últimas temporadas
Fonte: FC Porto

Do Brahimi antes da CAN só se vai tendo uns avistamentos de vez em quando. Desde então as exibições de Brahimi foram dividindo tanto os adeptos como os próprios treinadores. O seu compromisso para com o FC Porto era dubitável e apercebendo-se dos olhares atentos dos tubarões europeus, que anteriormente o tinham deixado escapar, parecia que Brahimi exibia-se a um nível maior nos jogos da Champions por tratar-se da grande montra europeia.

O elo com o FC Porto e com os adeptos foi claramente afetado quando no início da época passada, Brahimi forçou claramente a saída, o que lhe valeu o afastamento da equipa principal e a consequente perda de protagonismo. Tal medida parece ter colhido fruto já que, regressado ao plantel principal, Brahimi parece ir melhorando a cada jogo e conseguindo ser atualmente o principal desequilibrador no jogo do FC Porto.

Tanto em Corona como em Brahimi a palavra de ordem parece ser a mesma: inconsistência. Parece que por algum motivo ambos os jogadores têm problema em assumir o estatuto de craque ou vedeta da equipa. A qualidade destes jogadores só é equiparável à sua inconsistência e essa falta de regularidade já lhes valeu muitas vezes a relegação para o banco de suplentes. São dois jogadores que não conseguem sintonizar os seus momentos de forma: se Corona está bem, Brahimi está mal e vice-versa, são raros os momentos em que ambos estão bem e no passado foram mais frequentes os momentos em que ambos estiveram mal.

É certo que o contexto desportivo atual dos dragões não é o melhor e talvez noutra altura estes craques já teriam saído do FC Porto, mas a verdade é que os verdadeiros craques são aqueles que nos momentos difíceis do clube aparecem no seu melhor para ajudar a equipa. Está na hora de explodirem e sobressaírem. Está na hora de serem craques de verdade. Brahimi e Corona no seu melhor é o segredo para o FC Porto voltar a ganhar.

Nélson Mota
Nélson Motahttp://www.bolanarede.pt
O Nélson é estudante de Ciências da Comunicação. Jogou futebol de formação e chegou até a ter uma breve passagem pelos quadros do Futebol Clube do Porto. Foi através das longas palestras do seu pai sobre como posicionar-se dentro de campo que se interessou pela parte técnica e tática do desporto rei. Numa fase da sua vida, sonhou ser treinador de futebol e, apesar de ainda ter esse bichinho presente, a verdade é que não arriscou e preferiu focar-se no seu curso. Partilhando o gosto pelo futebol com o da escrita, tem agora a oportunidade de conciliar ambas as paixões e tentar alcançar o seu sonho de trabalhar profissionalmente como Jornalista Desportivo.

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