A nova época desportiva do FC Porto começou com uma afirmação enfática do atual presidente do FC Porto André Villas-Boas, o qual referiu que o clube iria realizar o maior mercado de transferências da história do clube. A necessidade do ponto de vista financeiro e a pressão dos seus adeptos de obter êxitos desportivos de uma forma imediata, fez com que o clube portista (agora sob o comando técnico do italiano Francesco Farioli), tivesse de abrir os cordões à bolsa, para poder tornar a equipa mais competitiva e dessa forma, ficar mais próxima de regressar à senda dos títulos.
Um trabalho feito de forma muito minuciosa e criteriosa por parte de André Villas-Boas e da sua direcção (onde há que destacar o essencial contributo do malogrado Jorge Costa, que faleceu de forma súbita antes do início da época), uma vez que as receitas foram muito semelhantes às despesas. Neste mercado de transferências, o clube azul e branco efetuou um investimento de quase 80 (!) milhões de euros, sem contarmos com o dinheiro que teve de ser despendido para assegurar o passe definitivo do defesa-central argentino Nehuen Pérez e do avançado espanhol Samu Omorodion.
Dos jogadores contratados, estes são aqueles que eu considero serem os melhores reforços da equipa para esta temporada 2025/2026.
3.

Jan Bednarek – Defesa-central internacional polaco de 29 anos, e com vasta experiência na Premier League (na minha modesta opinião, a melhor liga do mundo) ao serviço dos ingleses do Southampton. A par de Luuk de Jong (este anunciado de forma surpreendente no jogo de apresentação da equipa), Jan Bednarek terá sido o outro reforço menos sonante do clube azul e branco. Mas em poucos jogos, percebeu-se a razão pela qual o FC Porto decidiu investir 7,5 milhões de euros na sua contratação, já se tendo afirmado como o patrão da defesa azul e branca. É um defesa bastante possante e agressivo, com grande sentido de antecipação e um excelente posicionamento, assumindo-se como um líder natural dentro de campo. Num plantel que foi totalmente remodelado e numa equipa que se encontra atualmente em construção e com uma média de idades muito jovem, Bednarek pode ser essencial para uma maior coesão e estabilização da linha defensiva da equipa.
2.

Alberto Costa – No lado direito da defesa azul e branca, temos aquele que para mim será uma das grandes revelações da Liga Portuguesa nesta nova época desportiva. Depois de ter brilhado ao serviço do Vitória SC (sendo um dos maiores artífices da extraordinária campanha do clube vimaranense na última edição da Conference League), foi contratado pelos italianos da Juventus no mercado de inverno do presente ano, onde não conseguiu jogar com tanta regularidade quanto a que desejava, para o qual também não terão contribuído algumas lesões. Envolvido numa troca de jogadores com João Mário, que rumou a Turim, Alberto Costa destaca-se pela sua rapidez, fazendo igualmente uso da sua envergadura física (1,86m), pela sua capacidade de cruzamento e vocação ofensiva, com grande propensão para subir no terreno tendo já demonstrado isso nestes primeiros jogos ao serviço dos dragões, já somando quatro (!) assistências. Tem apenas 21 anos (completa 22 no fim deste mês), uma enorme margem de progressão, e naturalmente, vários aspetos a melhorar, nomeadamente no processo defensivo, onde por vezes confia demasiado na sua rapidez, e permite que alguns adversários se desmarquem nas suas costas. Se continuar a evoluir a este ritmo e sendo um dos titulares indiscutíveis da equipa portista, pode perfeitamente estar entre os eleitos do selecionador do Roberto Martínez para representar a nossa selecção no próximo Mundial.
1.

Victor Froholdt – Contratado aos dinamarqueses do Copenhaga, o FC Porto investiu 20 milhões de euros em Victor Froholdt, um jogador que era desconhecido pela maioria dos adeptos do futebol nacional, muitos (no qual eu me incluo) tendo sido os que questionaram um investimento tão grande. Mas o “príncipe dinamarquês” cedo se impôs na equipa dos dragões, e com apenas quatro jogos oficiais ao serviço da equipa azul e branca, já é (a par de Rodrigo Mora), o jogador mais querido junto da massa adepta portista. A sua raça e o fato de nunca dar um lance por perdido, faz com que já tenha recebido a célebre alcunha de “jogador à Porto”. Um médio talhado e perfeito para este “futebol moderno”, muito centrado na alta intensidade e capacidade física dos seus intérpretes. Apesar de ter apenas 19 anos, demonstra já ter um grande entendimento do jogo, sendo já a peça mais importante da equipa e da filosofia de jogo do seu técnico Francesco Farioli, cujas bases assentam numa alta pressão sobre o portador da bola, para que uma vez que a recupere, consiga encetar ataques letais que desequilibrem as defesas adversárias. Uma autêntica máquina de futebol, que corre de forma desenfreada os 90 minutos. O segredo para a sua evolução também passará por saber dosear os seus esforços, mas é algo que certamente irá aprender ao longo da sua carreira. Um jogador incansável e eletrizante, que consegue chegar facilmente a linhas avançadas, onde faz um excelente uso da sua disponibilidade física e capacidade de finalização. De enorme presença física, caso mantenha este nível exibicional dos primeiros jogos, será seguramente um dos jogadores deste campeonato. Os 20 milhões de euros vão parecer baratos e quase anedóticos, atendendo ao rendimento do médio dinamarquês, e já pensando numa futura venda, que inevitavelmente acabará por acontecer, pois Froholdt está chamado a grandes palcos.