Paciência precisa-se

    O jogo com o Benfica terá sido, até agora, o ponto alto em termos exibicionais. Um ‘partidazo’ como ousaram chamar-lhe os nossos colegas espanhóis. Tudo teria sido tão perfeito se, por obra do Espírito Santo (que ironia!), os encarnados não tivessem sido ‘bocejados’ pela sorte naquele fatídico minuto 92. Já antes, em Setúbal, o nulo obtido no final do jogo não fora condizente com a qualidade ofensiva da equipa. Nem posteriormente em Chaves, nem em Copenhaga, nem agora no duplo confronto com o Belenenses. A sorte, esse mítico fator (tantas vezes chave), também anda de costas voltadas. Que o digam André André, em Chaves. E agora o miúdo Rui Pedro (merece mais tempo com os graúdos). No meio disto tudo, Otávio (Setúbal) e André Silva (Chaves) poderiam também pedir explicações aos respetivos árbitros.

    André Silva é o espelho do desalento portista Fonte: FC Porto
    André Silva é o espelho do desalento portista
    Fonte: FC Porto

    Pois bem, o FC Porto tem, em 2016/17, uma frente de ataque predominantemente jovem: Óliver Torres, Otávio, Corona, Jota e André Silva perfazem uma média de idades cifrada nos 21,2 anos. A juventude pode até ser “uma virtude” como refere o prodígio espanhol, mas tem custado pontos importantes à equipa. Cinco jogos consecutivos a falhar constantemente na finalização tem os efeitos conhecidos na cabeça destes miúdos. A confiança esvai-se a cada lance de golo desperdiçado. A baliza parece começar a encolher, as pernas tremem e os desperdícios aumentam. À parte disto, os homens do apito gostam sempre de ajudar à festa, sempre em desfavor dos do costume.

    É Nuno o grande culpado por um jogador falhar um golo em cima da linda ou de um experiente árbitro não apitar um abalroamento dentro da grande área? Não me parece…. O FC Porto queixa-se de 12 penaltis na presente temporada, o que é manifestamente exagerado. No entanto, contam-se alguns que seriam determinantes no desfecho da maioria das partidas em que os dragões não conseguiram chegar à vantagem. Tudo somado, temos cinco rapazes recheados de talento e margem de progressão presos psicologicamente por um conjunto de fatores. Infelizmente, nem todos estão ao alcance de serem trabalhados por Nuno Espírito Santo, sendo, por isso, urgente maior igualdade de critérios para com o FC Porto em relação aos rivais.

    Ao mister, apenas passar-lhe uma mensagem de esperança no trabalho que tem sido desenvolvido, porque tudo o que de bom esta equipa já mostrou esta época (e não foi pouco, ainda que o queiram fazer parecer) é mérito dele. Aos adeptos (os de vitórias), o sincero pedido de que não compareçam no Dragão para criar ainda mais ansiedade nesta jovem mas valorosa equipa. Seguem-se dois importantíssimos jogos que podem definir muito do que será a época do Dragão. Tenho plena confiança de que, como diria o outro, isto é uma questão de ‘ketchup’: quando recomeçarmos a marcar, ninguém mais nos para. A confiança voltará e aí, não haverá árbitro, bruxedo ou força do mal que nos impeçam de vencer. Porque esse é, desde 1893, o nosso destino!

    Foto de capa: FC Porto

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    Ricardo Anselmo
    Ricardo Anselmohttp://www.bolanarede.pt
    O azul e o branco é parte fundamental da vida do Ricardo. O amor pelo FC Porto faz dele um adepto ferrenho dos 'dragões'. Tem na escrita um amor quase tão grande como o que tem pelo clube, sendo sobre futebol que incide a maior parte das suas escrituras. No futuro, espera encontrar no jornalismo a sua ocupação profissional.                                                                                                                                                 O Ricardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.