De vilão a herói, de besta a bestial, eis a principal revelação deste campeonato. Ninguém, à exceção de Sérgio Conceição (que começa a colecionar méritos), acreditaria tanto nas capacidades e na utilidade de um jogador como Marega para a ideia de jogo deste Porto, ao ponto de uma lesão deixar os adeptos a suspirar pelo regresso o mais rapidamente possível.
Na verdade, o mais desatento dos portistas poderá constatar que há/houve um Porto com e sem o avançado do Mali. Marega é sinónimo de força, explosão, velocidade, muito trabalho e golos. A técnica não lhe assiste, mas isso não tem sido problema atendendo a todas as virtudes com que Marega compensa essa lacuna. O próprio Aboubakar, com quem Marega vinha formando uma dupla temível, já confessou algumas dificuldades com a obrigatoriedade de jogar só na frente de ataque. Na verdade, os dois complementam-se, e os números de um e outro são bem mais elevados quando partilham as zonas de finalização em simultâneo.

Fonte: FC Porto
Sérgio Conceição vem sabendo lidar com todas as contrariedades, resolvendo problemas mesmo antes de eles poderem sequer aparecer. Ao cabo de doze partidas no campeonato, cinco na Liga dos Campeões, duas na Taça de Portugal e uma na Taça da Liga, a verdade é que o FC Porto segue com as aspirações intactas em todas as provas em que está inserido e isso, em função de todas as limitações conhecidas, só poderá ser o resultado de um trabalho com o selo de qualidade do técnico portista. A ausência de Marega e a consequente reorganização da equipa em função da falta de um elemento nuclear, sem perder a qualidade, força e brio que vinha mostrando só pode ser um sinal de que coisas boas estão para vir.
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira