Tanto se falou das deficiências da finalização portista que eis que foi precisamente a eficácia a valer ao FC Porto na deslocação a um dos mais míticos redutos do campeonato português. Bem, a eficácia e Diogo Costa, que fez uma das exibições mais valiosas desde que assumiu a baliza portista. Num jogo claramente mais pertença do Vitória SC – sobretudo a primeira parte -, os dragões souberam sofrer (e souberam não sofrer, mas, de novo, muito, mas muito graças a Diogo Costa).
E souberam marcar, algo que não tem sido assim tão natural para as azuis-e-brancos. E conseguiram-no com um lado e um jogador em destaque: ambos os golos surgiram do lado direito e do pé de Francisco Conceição. De resto, já na receção ao Royal Antwerp havia sido o lado direito o corredor de nascença dos lances de golo.
Em casa vitoriana, voltou a sê-lo, desta feita com Conceição a somar um golo e uma assistência. Os momentos do golo foram, de resto, os momentos de perigo da turma de Sérgio Conceição em toda a partida, mas foram suficientes para vencer. E, diga-se, a vitória e a melhoria na finalização foram das poucas boas notícias para o técnico portista.
Até porque, taticamente, o reforço do meio-campo, preterindo de Taremi, foi incapaz de suster o fluxo de jogo do Vitória SC, que, se necessário, não hesitava em sair com pontapé mais longo, sobretudo nos pontapés de baliza de Bruno Varela, ganhando muitas vezes a segunda bola e empurrando o FC Porto.
Quando circulava bola mais atrás, tinha quase sempre capacidade para descobrir movimentos nas costas da defesa azul-e-branca, que obrigaram Pepe e David Carmo a vários sprints de recuperação e a estarem muito atentos aos homens da frente dos vimaranenses. Faltou eficácia, desta vez, aos pupilos de Álvaro Pacheco. É, no entanto, nestas partidas que o estofo de equipa grande vem ao de cima e os dragões souberam ter estofo para aguentarem e até sairem por cima de uma partida que deu muito mais Vitória SC do que FC Porto.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
BnR: O mister Álvaro falava na evolução da equipa de um jogo para o outro. A pausa para seleções pode ter algum impacto nessa evolução?
Álvaro Pacheco: Não é de um jogo para o outro que nós vamos melhorar, esqueçam isso. Nós trabalhamos diariamente naquilo que é o crescimento, que não é no jogo, é no treino. O jogo vai ser uma consequência daquilo que vamos fazendo. É claro que gostávamos de ter o jogo para perceber se aquilo que estamos a trabalhar está a resultar, mas vou aproveitar a paragem para trabalhar algumas nuances.
Outras declarações:
“Faltou a eficácia”.
“Mandámos durante os 90 minutos”.
“Quem teve mais capacidade para criar oportunidades foi o Vitória SC”.
“Perdeu a melhor equipa”.
“É esta mentalidade de campeões que temos de ter todos os dias”.
“O Vitória SC fez um grande jogo”.
“Queríamos aproveitar a mística que se gera nestas bancadas e que passa para o campo”.
“Também crescemos em relação ao último jogo”.
Declarações de Sérgio Conceição:
“Foi um triunfo difícil, frente a uma boa equipa, num ambiente que sabíamos que não ia ser fácil”.
“Entrámos bem no jogo, mas tivemos que retificar ao intervalo”.
“Tivemos situações em que esticámos o jogo e não devíamos”.
“Tínhamos homens livres e nunca os encontrávamos”.
“Foi um jogo muito competitivo, muitas faltas”.
“Tem-nos faltado alguma eficácia, hoje também defensivamente”.
“São três pontos importantes. Ganhar na casa de um clube top-5 é uma boa vitória”.
“Às vezes em que parece que estamos a conseguir evoluir e depois há momentos… Há um mérito também dos adversários, que se organizam bem contra nós”.
“Esperava mais, esperava estar em primeiro. Temos de ir à procura da consistência, da solidez”.
“O coletivo é o mais importante”.
“Os jogadores são dedicados”.
“O Francisco é um jogador muito forte no 1×1”.