Wilson Manafá, a arma silenciosa dos Dragões

Wilson Manafá chegou ao FC Porto em 2018, e, lentamente, tem ganho o lugar na equipa como um dos jogadores mais importantes. Não é um jogador perfeito, e tem algumas falhas visíveis a todos, mas cumpre exatamente aquilo que o treinador lhe pede, e tem ganho cada vez mais confiança para fazer a diferença em momentos importantes.

Fez a transferência para o Dragão depois de boas exibições no Algarve, ao serviço do Portimonense, mas o seu papel inicial seria sempre de suplente. Originalmente um extremo, foi adaptado para ala esquerdo em Portimão, e chegou ao FC Porto, pelo menos na ótica de quem está de fora, para ser suplente de Telles. A verdade é que, sendo destro, começou, inicialmente por questões de lesões na defesa, a ser opção como lateral-direito.

Não vou mentir, nesses primeiros meses não me convenceu. Ofensivamente não parecia ter muito mais para além da sua enorme velocidade, e defensivamente estava longe do nível exigido aos jogadores do FC Porto. Tecnicamente tinha (e ainda tem, de certa forma) dificuldades, e não parecia acrescentar muito ao jogo portista.

E creio que os responsáveis do FC Porto tinham a mesma opinião. No início da época seguinte (2019/2020), a posição de lateral-direito foi uma das que foi abordada no mercado de transferências, com a contratação de Renzo Saravia. Mas, como todos sabemos, o argentino não convenceu, de todo, Sérgio Conceição. Assim sendo, Manafá teve que assumir o lugar. E apesar de continuar a não impressionar de uma forma incontestável, começava a mostrar mais daquilo que tínhamos visto ao serviço do Portimonense.

E a verdade é que acabou a época com 45 jogos em todas as competições. Nesses registou oito assistências e ainda um golo. No final da temporada, era já titular indiscutível, tirando uma ou outra partida em que jogou o jovem Tomás Esteves, e uma peça fulcral do jogo de Sérgio Conceição. Dá profundidade, velocidade e uma capacidade física para fazer o flanco todo os 90 minutos que não muitos são capazes.

Wilson Manafá chegou ao FC Porto em 2018, e, lentamente, tem ganho o lugar na equipa como um dos jogadores mais importantes.
Manafá tem subido de rendimento nesta temporada
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

E diga-se, é possível ver uma evolução bastante significativa no seu jogo em geral. Já não compromete tanto defensivamente, apesar de continuar a não ser o seu forte, e tem agora uma capacidade muito maior de se associar com os colegas. Seja a promover o jogo interior na construção mais baixa, seja em tabelas rápidas com os avançados na frente para conseguir ganhar a linha de fundo e cruzar. Mesmo no cruzamento, o Manafá de hoje é muito mais inteligente, usando muito mais o cruzamento baixo e atrasado para os avançados e médios mais na entrada da área.

E com mais confiança do próprio jogador, cresce também a confiança dos dirigentes e equipa técnica nele. As contratações feitas nesta última janela de transferências foram claramente apenas para aumentar a profundidade do plantel, com Carraça e Nanú, e quando está bem fisicamente, Manafá é o titular, sem mais nem menos.

Com muito mérito próprio, e da equipa técnica também, Manafá tornou-se num lateral muito mais completo, muito mais consistente, e muito mais decisivo. O exemplo mais recente é o do seu trabalho no único golo da mais recente vitória frente ao SC Farense. Sempre a partir da linha lateral, possui uma capacidade muito acima da média de chegar ao sítio onde fazer o último passe, quer seja, como já referi, através de tabelas e desmarcações, como de jogadas individuais, como vimos no golo finalizado por Mehdi Taremi.

Alexandre Matos
Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.

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