A CRÓNICA: EM JOGO DE LANTERNAS VERMELHAS, O MARÍTIMO ALCANÇA 1.ª VITÓRIA DA ÉPOCA
Num duelo entre adversários diretos na luta pela manutenção na Primeira Liga, o CS Marítimo deslocou-se até à Capital do Móvel, para defrontar o FC Paços de Ferreira. As duas equipas ainda não tinham vencido esta temporada e ambas queriam aproveitar a oportunidade de finalmente conhecer o sabor da vitória. À entrada da jornada 11 as duas formações tinham dois pontos.
O Marítimo começou melhor no jogo, a conseguir bolas paradas em zonas adiantadas do terreno logo nos primeiros minutos do encontro. Foi assim que surgiu uma das primeiras grandes oportunidades do jogo, aos dez minutos, num cabeceamento de Léo Andrade para defesa de Jordi. O aviso nas bolas paradas já se ia sentindo e aos 28 minutos, à quinta foi de vez. Xadas cobrou um pontapé de canto com conta e medida e na boca da área e Ramírez não perdoou. Um golo que acabou por dar justiça ao jogo, onde a formação de João Henriques entrou bem.
O Paços de Ferreira reagiu ao golo na expetativa, e a equipa maritimista foi controlando o jogo com paciência e calma na circulação. Ao intervalo o marcador estava a favor dos madeirenses.
Na segunda parte a atitude da equipa da casa foi totalmente distinta e assumiu as rédeas do jogo, apanhando o Marítimo de surpresa. Antunes deu o mote com um remate perigoso aos 48 minutos e o recém-entrado Nigel Thomas também causou alvoroço aos visitantes. Sentia-se a urgência da formação do norte e as entradas de Thomas e Gaitán agitaram o jogo em seu favor.
O Marítimo não conseguiu ter tanta bola na segunda parte, estando mesmo nos primeiros 15 minutos com apenas 26% de bola, fruto da boa entrada pacense. Ainda assim, os jogadores dos verde-rubros conseguiram encontrar por algumas vezes a referência Ramírez de costas para o jogo e André Vidigal em situações de profundidade.
Depois do susto inicial, o Marítimo conseguiu ganhar faltas em zonas adiantadas e estabilizar o jogo, estando algumas vezes perto de fazer o segundo golo no jogo. Ainda assim, manteve a vantagem da primeira parte e conquistou a primeira vitória da época.
A FIGURA

Bruno Xadas – Num jogo muito competente de várias figuras do Marítimo, Xadas acabou por ser aquela que mais se evidenciou. Fez a assistência para o golo, mas foi ainda mais importante a gerir os ritmos do jogo e a definir os timings de ataque da sua equipa. Criou várias oportunidades para os seus colegas e a jogar por dentro revelou inteligência com bola.
O FORA DE JOGO

Fernando Fonseca – José Mota deu-lhe a titularidade, mas não conseguiu mostrar o porquê de ser opção, acabando mesmo por ser substituído ao intervalo. Teve poucas vezes a bola no ataque, com o foco a ir para o lado esquerdo, e quando a teve definiu quase sempre mal. Defensivamente sentiu dificuldades para conter as subidas pelas alas do Marítimo e não conseguiu estar bem o posicionado para evitar algumas bolas nas suas costas.
ANÁLISE TÁTICA – FC PAÇOS DE FERREIRA
Fernando Fonseca e Matchói regressaram à titularidade, juntamente com Jordi, que aproveitou a lesão de Vekic no último jogo. Os castores entraram em campo com alguma dificuldade em conseguir impor o seu jogo e a serem muitas vezes empurrados para o seu meio-campo. Com bola, a equipa da casa tentou, sobretudo, privilegiar o corredor esquerdo e as combinações entre Antunes e Uilton, com calma no ataque na procura do desequilíbrio e algumas variações de bolas longas para os homens mais adiantados em posição central.
Os comandados de José Mota deram pouco risco na construção de jogo, optando por bolas longas e a aproveitar zonas de maior concentração de jogadores. A nível defensivo a equipa da casa pressionou de forma mais agressiva e com envolvimento dos extremos em zonas do seu meio-campo defensivo, optando por uma abordagem mais conservadora em fases mais adiantadas. Koffi ficou grande parte do tempo em pressão nos centrais, principalmente o do meio, com o resto da equipa a organizar-se na linha abaixo de pressão. Mesmo na fase em que conseguiu ter o jogo mais controlado revelaram dificuldades na defesa de bolas paradas, que foram sempre um perigo para a sua baliza. A correr atrás do marcador optaram por uma pressão mais alta e agressiva, mas muito ansiosa e faltosa.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Jordi (7)
Fernando (4)
Flávio Ramos (6)
Tiago Illori (6)
Antunes (7)
Rui Pires (6)
Bastien Toma (6)
Matchoi (6)
Juan Delgado (6)
Zé Uilton (6)
N’Dri Koffi (6)
SUPLENTES UTILIZADOS
Nigel Thomas (7)
Nico Gaitán (6)
Adrián Butzke (6)
Kayky (6)
Arthur Sales (7)
ANÁLISE TÁTICA – CS MARÍTIMO
O CS Marítimo manteve o 3-4-3 da última partida, com um 3-4-1-2 em processo ofensivo, transitando para 5-2-3 no processo defensivo. Diogo Mendes e Chuchu Ramirez entraram para o 11 em detrimento de Beltrame e Joel Tagueu. A formação visitante apresentou-se com o avançado(Ramirez/Tagueu) a ser o primeiro elemento de pressão em zona central, com Vidigal e Xadas encarregues de pressionar os laterais. Com bola, o Marítimo privilegiou a construção entre centrais e alas em momentos de pouca pressão, alternando com bolas longas para o avançado referência(Ramirez/Tageu) e bolas na profundidade para Vidigal. Este último caiu várias vezes para a lateral em momentos de posse e procurou várias vezes o lance individual
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Trmal (7)
Zainadine (6)
Matheus (5)
Leo Andrade (6)
Cláudio Winck (6)
João Afonso (6)
Diogo Mendes (5)
Vitor Costa (6)
Xadas (7)
Vidigal (6)
Chuchu Ramirez (6)
SUPLENTES UTILIZADOS
Stefano Beltrame (6)
Joel Tageu (7)
Edgar Costa (_)
Pablo Moreno (_)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC Paços Ferreira
Bola na Rede: O Paços não teve um começo fácil do jogo, com o Marítimo a conseguir chegar várias vezes à área através de bolas paradas e o golo acabou por surgir na sequência duma. Acha que foi no começou menos bom do jogo que colocou a equipa intranquila e criou dificuldades anímicas para o resto do jogo?
José Mota: Não. O Marítimo entrou a dominar o jogo, não foi só a questão das bolas paradas. O Marítimo desde o primeiro minuto que se notou que foi uma equipa mais desinibida, uma equipa com mais qualidade, mais determinação em muitos lances, com sucessivos cantas naquela primeira fase e isso poderia e deveria ser um alerta para nós. Pelo contrário, nós continuamos naquele ciclo, naquela forma de estar, naquela abordagem ao jogo…e isso não é benéfico. Temos que quando não podemos sair organizados em termos de bola temos de sair ora exatamente em termos de bola mais comprida e ter os homens com uma pressão mais forte, mas isso faltou. Faltou. Quase todas as bolas que eventualmente jogamos na frente, sem nexo. Mesmo este tipo de bolas dos defesas do Marítimo, jogaram a seu belo prazer, sem pressão. Pegavam no jogo, construíam a seu belo prazer e vinham novamente e criavam mais um lance parado, mais um livre, sempre a chegar tarde à bola. (…) Foi tantas questões, foi mau demais para até ter explicações para isto. Aqueles primeiros 45 minutos foram maus. Muito maus.