Alan Ruiz (FC Arouca)
Não é piada nem é uma lista de flops do Sporting. Ultrapassando os fantasmas da passagem por Portugal no passado, há muita qualidade em Alan Ruiz que não está verdadeiramente a ser apreciada. Um pouco à semelhança do Arouca que, sem fazer barulho, ocupa o sexto lugar da Liga.
Armando Evangelista criou uma máquina competitiva que tem garantindo resultados. Não é uma equipa ultradefensiva, apesar dos estereótipos que se possam criar nesse objetivo. O quinto melhor ataque do campeonato tem apresentado um futebol positivo que tem garantido resultados – com goleadas pelo meio. Há jogadores a render, desde os mais conhecidos do futebol português – experiente David Simão e a certeza João Basso – àqueles que acabaram de dar entrada em Portugal – Sylla, Mujica ou Dabbagh. Alan Ruiz é outro dos nomes em destaque nos arouquenses.
Não se pode dizer que deu a volta à carreira por cima, mas resgatou alguns dos melhores momentos. Aos 29 anos está provavelmente na melhor forma e é um dos jogadores que mais cativa em Portugal. Joga preferencialmente nas costas do avançado, podendo também cair nos corredores, e tem no passe a sua principal arma de desequilíbrio. Deixa marca de água em cada bola colocada nas costas da defesa. Nem todas dão resultado, mas as que dão são altamente perigosas. É um desequilibrador altamente eficaz na arte de inverter o movimento dos defesas, escolhendo de forma constante o movimento de subida da linha para colocar a bola – limitando assim as possibilidades de sucesso no corte.
Não é o jogador mais regular, não faz sempre tudo bem. Mas tal não o impede de ser um dos jogadores que mais prazer dá ver dentro de campo. Contradiz a mecânica do futebol e tem de ser destacado por isso.