A CRÓNICA: OS TRÊS PONTOS MAIS DESEJADOS
As portas do Estádio de S. Miguel abriram, num final de tarde, duma sexta feira friorenta, para a 15ª. Jornada da Primeira Liga.
Será um duelo intenso uma vez que o CD Santa Clara ocupa o 16º. Classificado da tabela classificativa, e necessita dos 3 pontos para poder respirar um pouco fora da zona de perigo. Já o Vitória FC ocupa o 7º. Lugar e procura manter e distanciar-se dos seus adversários.
Soava o apito inicial e a partida começava com um Santa Clara a tentar marcar posição por aproveitar qualquer falha para chegar à baliza de Bruno Varela, no entanto, este estaria atento e conseguiria manter-se seguro. Mas o Vitória não se deixaria ficar por aí e acabava por tentar responder a esse atrevimento por pressionar e tentar chegar à baliza dos açorianos.
Aos 8 minutos, após um canto batido por Rafael Ramos, o Santa Clara voltaria a atacar, com João Afonso a cabecear para as redes do vitória.
Uma oportunidade clara de golo viria aos 19 minutos, através dum bonito passe de Lincoln para Cryzan, este tenta rematar mas a bola acaba por passar por cima da baliza, e fica no ar a vontade de marcar.
Metade da primeira parte já havia passado e o ritmo acalmava. Por um lado, os Bravos Açorianos marcavam posição no jogo, ao induzir o Vitória ao erro e, por sua vez, a conseguir chegar com maior facilidade à baliza do Vitória e, mantendo maior posse de bola.
Seria Lincoln, através duma bonita abordagem, faz um passe certeiro para Rui Costa que inaugura o marcador fazendo-se, assim, justiça entre a exibição e o resultado. Ainda antes do cair do pano, Cryzan cabeceia mas a redondinha acaba por sair ao lado.
GOLOOOOO! CDSC 1×0 VSC 🔴⚪️
Grande passe de Lincoln, Rui Costa contorna Bruno Varela e inaugura o marcador! Vantagem justa dos Bravos 💪🏻#BravosAçorianos #MisticaInsular pic.twitter.com/ay0vd2UtJr
— cd.santaclara (@CD_SantaClara) December 17, 2021
Energias recarregadas e a segunda parte começava. O Vitória permanecia um pouco apático e sem grande energia. Já o Santa Clara mantinha alguma da energia apesar de uma postura algo faltosa e com algumas falhas na definição.
Num clima de calmaria, a partida acabava por se centrar a meio campo com a equipa da casa a atentar manter o resultado e a procurar alguma oportunidade para alterar o marcador. Como forma de segurar o resultado, os vermelhos e brancos acabariam por tentar manter a posse de bola.
Ainda aconteceram alguns momentos de tensão mas a equipa estava segura e manteve as emoções no sítio e conseguiram, de forma exemplar, conquistar os três pontos, saltando, assim, para 11º. lugar da tabela.
A FIGURA

Lincoln – O brasileiro foi um autêntico quebra cabeças para a defensiva vimaranense. Assumiu a batuta do jogo ofensivo encarnado e fartou-se de pincelar qualidade e classe no terreno. Foi dos seus pés que saíram as melhores oportunidades dos açorianos.
O FORA DE JOGO

Handel – O jovem vitoriano passou ao lado da partida, acumulou maus passes e más decisões. Um jogo a esquecer.
ANÁLISE TÁTICA – CD SANTA CLARA
O CD Santa Clara alinhou-se com o esquema tático 4-3-3. Tiago Sousa, técnico interino dos encarnados, manteve o já habitual 4-3-3 do Santa Clara embora com ligeiras mudanças.
Marco Pereira foi o guardião das redes encarnadas que, à sua frente, contou com quatro homens. Rafa Ramos como lateral direito, João Afonso e Mikel a fazer dupla na defesa e Paulo Henrique a substituir o castigado Mansur. Morita atuou como elemento mais recuado no centro, peça importante na construção de jogo, junto com Lincoln.
Anderson Carvalho atuou com maior liberdade no terreno, sendo fundamental, principalmente, nas zonas mais recuadas. Na frente, Cryzan jogou mais solto pelas alas, Jean Patric foi o homem responsável pela aceleração da equipa e Rui Costa foi o homem mais avançado da equipa.
ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES
Marco Pereira (5)
Rafael Ramos (4)
Mikel Villanueva (3)
João Afonso (3)
Paulo Henrique (3)
Lincoln (Sagna 88’) (6)
Anderson Carvalho (3)
Hide Morita (4)
Rui Costa (Bouldini 71’) (4)
Cryzan (Ricardinho 70’) (4)
Jean Patric (Boateng 76’) (4)
SUBS UTILIZADOS
Ricardinho (Cryzan 70’) (3)
Bouldini (Rui Costa 71’) (3)
Boateng (Jean Patric 76’) (-)
Néné (Lincoln 89’) (-)
Pierre Sagna ( Rafa Ramos 89’) (-)
ANÁLISE TÁTICA – VITORIA SC
A equipa do Vitória alinhou-se com o esquema tático 4-3-3- Pepa manteve-se fiel ao seu esquema tático predilecto: 4-3-3. Bruno Varela, guardião vimaranense, foi secundado por uma linha defensiva composta por quatro homens.
Na lateral direita atuou João Ferreira, na esquerda Rafa Soares e no eixo central Mumim fez dupla com André Amaro.
No miolo do terreno, Handel foi o elemento mais recuado, junto com André Almeida, ficando Tiago Silva mais solto no meio.
Na frente, três homens de ataque. Edwards mais vertical e encostado pela ala, Rochinha a explorar posições mais interior e Oscar Estupiñan como a referência ofensiva.
ONZE INICIAL E PONTUAÇÕES
Bruno Varela (2)
João Ferreira (4)
Amaro (3)
Abdul Mumin (3)
Rafa Soares (3)
Tiago Silva (Ricardo Quaresma 46’) (3)
Handel (Nicolas Janvier 60’) (4)
André Almeida (Alfa Semedo 70’) (3)
Marcus Edwards (Rúben Lameiras 70’)(3)
Estupiñan (4)
Rochinha (Bruno Duarte 61’) (4)
SUBS UTILIZADOS
Ricardo Quaresma (Tiago Silva 46’)
Nicolas Janvier (Handel 60’) (3)
Bruno Duarte (Rochinha 61’) (3)
Alfa Semedo (André Almeida 70’) (5)
Rúben Lameiras (Marcus Edwards 70’) (4)
BnR na CONFERÊNCIA
CD SANTA CLARA
BnR: A exibição de hoje contrastou com a semana atípica que a equipa viveu. O que disse aos seus jogadores para os motivar?
Tiago Sousa: A mensagem interna foi a união. É na adversidade que nos unimos e somos uma familia. Se apontarmos para objetivos diferentes não vamos conseguir chegar ao nosso objetivos. Precisamos de união. Disse para pensarem nos 3 anos e meio que tiveram aqui, acreditarem em tudo o que desenvolveram até agora para poderem dar resposta a uma grande equipa.
VITÓRIA SC
BnR: O Vitória SC apresentou-se amorfo no momento da recuperação da posse e na reação ao golo sofrido. O que faltou à sua equipa hoje?
Pepa: Faltou tudo. Hoje desperdiçamos 90 minutos. Não fomos iguais a nós próprios no nosso processo ofensivo. Costumamos fazer muito ruído, presença na área.
O Santa Clara foi melhor que nós do primeiro ao último minuto. Ganharam todo os duelos individuais. Temos de fazer mais e melhor. Não tivemos com a energia que é costume.
Não podemos estar a desperdiçar 90 minutos, perder 3 pontos. Temos de sair do campo com a sensação que demos tudo.