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Se há alturas boas para ganhar, o último jogo na Madeira foi o melhor exemplo disso.

Aproveitar a vitória de um FC Porto que parecia encostado às cordas, mas que se reergueu e provar estar na corrida, era obrigatório.

Admito que começa a parecer estranho estar no topo, falta de hábito que nos provoca arrepios na barriga e nos obriga a recuar uma data de anos, até à última vez, essa em que gritámos mais alto e vencemos.

Este sucesso desportivo tem, na minha modesta opinião, um grande responsável que se senta diariamente na sua “cadeira de sonho”. Bruno de Carvalho ressuscitou o Sporting Clube de Portugal, assumindo todos os riscos, que à data, eram mais que muitos, preso a um ideal de vitórias, com a mira apontada ao sucesso.

O Presidente adepto como muitos gostam de o chamar, é alguém que, quanto mais não seja, apelou à devoção sportinguista e uniu todos em redor de um bem maior.

A estrutura leonina ganhou experiência e astúcia, e personalizou-se não apenas no nosso Presidente. Está nas garras de cada leão que vai ao estádio, assiste às vitórias e volta ao trabalho no dia seguinte, estranhando a falta de “sapos engolidos” outrora.

E hoje creio que toda a dinâmica criada em volta do Sporting CP é a maior e mais merecida vitória de todos os que trabalham em prol desse objetivo.

Seria injusto responsabilizar uma só pessoa por isso, essa mesma que recebe (merecidamente) os louros, mas não o incomoda partilhá-los com o resto dos elementos diretivos. E sim, num clube como tudo na vida é o grupo que conta, é a heterogeneidade que torna tudo tão efetivo.

Depois de Soares Franco, José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes, era quase impossível ter alguém tão incompetente ao leme de um grande navio a precisar de uma reforma gigante que o fizesse voltar a águas profundas, sem receio de embater nas ondas de frente, confiante na força e coragem dos seus marinheiros.

O vai e vem de jogadores, uns que nunca o foram, outros que deixaram saudade, mas que a crise financeira do clube não permitiu que ficassem; o estádio quase sempre meio cheio; a descrença; a seca de títulos. O panorama adivinhava-se cinzento e a tristeza ia-se apoderando das conversas mais envergonhadas à porta de Alvalade.

As vitórias conseguidas em Paços de Ferreira e na Madeira têm que ter seguimento nos jogos em casa frente a equipas de menor dimensão Fonte: Sporting CP
As vitórias conseguidas em Paços de Ferreira e na Madeira têm que ter seguimento nos jogos em casa frente a equipas de menor dimensão
Fonte: Sporting CP

Faltava-nos essa tal de estrutura tanta vez discutida aquando da vinda de Jorge Jesus para o Sporting CP. O que é a estrutura? Como funciona? Como se constrói?

A resposta a esta última interrogação é muito mais complexa do que aparenta. Primeiro porque não tem uma resposta correta, depois porque cada um interpreta o termo à sua maneira.

Se ganharmos a estrutura está ótima de saúde, se perdermos, abaixo com ela.

Uma verdade à La Palisse, convenhamos.

Quando os alicerces de qualquer edifício não são os mais sólidos, mais tarde ou mais cedo vamos ter problemas, e deixando a Filosofia um pouco de lado, são comparações que me parecem credíveis e oportunas, não foi apenas a mudança de treinador que nos deu estabilidade.

Um grupo repleto de prata da casa aliado à chegada de bons jogadores potenciou a qualidade da equipa, comandada também por um excelente treinador, que conhece o futebol português como poucos.

Estamos onde queria chegar: A estrutura tornou tudo isto possível.

O balneário está mais blindado que nunca, a confiança é evidente, a empatia entre as bancadas e os jogadores está a tornar-se apaixonante, o respeito dos adversários é uma realidade que há muito estava perdida e a sede de vitórias é do tamanho do mundo verde e branco, de todos os que torcem e sofrem pelo Sporting CP, em Portugal ou no estrangeiro, a vinte ou a três mil quilómetros.

No final da época, mesmo que não ganhemos nada, teremos orgulho na equipa e no clube e sorriremos nas tristezas porque sabemos que centenas de pessoas, trabalham diariamente, para que mais cedo ou mais tarde voltemos ao topo do futebol europeu. A estrutura também vence campeonatos.

Rúben Lourenço Nunes
Rúben Lourenço Nuneshttp://www.bolanarede.pt
Fervoroso adepto sportinguista e completamente apaixonado pelo futebol, tem na escrita uma das suas atividades favoritas. A magia do futebol foi-lhe passada por jogadores como Iordanov, Cherbakov ou Duscher, que tão bem caracterizavam a identidade leonina.                                                                                                                                                 O Rúben escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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