Festival de Rei Leão no Catar: primeiras notas

Sou muito bom a fazer-me de palerma: normalmente, quando alguém profere o conjunto de palavras “nem sabes, tenho uma coisa para te contar”, vem atrasadíssimo porque já me inteirei daquela situação em particular e sem muito esforço empregado. Tudo me chega aos ouvidos. Sou exímio no correlacionar de assuntos com as pessoas que mos podem relatar. Contudo, tenho adotado um método pouco popular de maneira a mitigar a minha falta de tudo: calmamente, digo “não precisas de abrir a boca, já sei o que vais dizer”. Esta temática grita “bom material para uma película”. Sou perito na admissão. Ando a admitir coisas há muito tempo e gosto do que faço. Quando se gosta do que se faz, é meio caminho andado para alcançar o estado pleno de felicidade. E eu ando muito perto disso. Como tal, para sustentar esta minha tese, realizo mais uma admissão dentro de momentos. Querem ver? O meu filme preferido da Disney é o Rei Leão ou o The Lion King porque agora as histórias do Instagram ficam melhor em inglês. Já está. Foi muito fácil. Também é normal que o tenha sido porque faço isto há anos a fio.

Só nas duas últimas semanas, vi o filme nove vezes. Os protagonistas mudavam, mas a história era a mesma. Adaptaram o título no Japão, no Uruguai e no Gana. Dali, resultaram bons trabalhos. É preciso ter isso em conta. Além disso, acompanhei as filmagens e os bastidores porque já conhecia os intervenientes de outras selvas.

Na versão asiática, o protagonista foi Simba Morita. No primeiro take, o médio acusou alguma fadiga muscular e não compareceu à gravação. No segundo take, mostrou capacidade de interpretação nas falas que lhe estavam destinadas, mas acusou nervosismo e teve influência no (não) cumprimento do prazo para a exibição no grande ecrã. No terceiro take, brindou a assistência com uma excelente performance, principalmente notada aquando daquela batalha com o Scar espanhol.

Todavia, a obra cinematográfica uruguaia foi o exemplo perfeito de uma fita inconsistente de início ao fim. Timão e Pumba tiveram desempenhos antagónicos e parte da crítica afirma que o diretor do filme, bem como toda a restante produção, são obrigados a assumir responsabilidades e a fazer mea culpa.

Durante os ensaios, Timón Coates foi uma das personagens que mais trabalhou e tentou corresponder às diretrizes oriundas da cadeira: substituiu outro compatriota no papel de suricata e pegou de estaca na construção de túneis. Escavou até ao limite para que a versão do Uruguai escapasse às garras das hienas. Já Pumba Ugarte comeu mais larvas do que as estipuladas ao são funcionamento: a barriga cheia não possibilitou a memorização das linhas para o papel e redundou em sestas constantes nas plataformas cilíndricas. O último teste ainda comoveu os espetadores privilegiados, mas a estreia foi relegada e o argumento despejado no caixote do lixo mais próximo do estúdio.

A curta-metragem do Gana foi promissora. Notou-se desenvoltura na maior parte das personagens. Por sua vez, Rafiki Fatawu – modelo e guia espiritual escolhido para a história – não correspondeu à expectativa que os fãs depositaram nele: sabe-se que, durante as aulas de representação na terra Natal, Rafiki se destacava dos restantes colegas, facto que impulsionou a aposta efetuada por um conhecido projeto europeu de cinema. Nervosismo intestinal, imaturidade e a falta de experiência associada foram fatores que frustraram a sua estreia e o trilho que quer percorrer em direção a indústrias como a Premierwood, Bundeswood ou Seriewood A.

As versões do Rei Leão para o cinema uruguaio e para o cinema ganês estão em queda livre. Do Japão, parece ter saído algo capaz de marcar presença em concursos internacionais e de arrecadar boas críticas, mas ainda é cedo para comparar Hajime Moriyasu com Akira Kurosawa.

 

PS: Queria desejar um ótimo Festival de Al Daayen a Simba Morita e um ótimo FantasLeiria a Rafiki Fatawu, Timon Coates e Pumba Ugarte.

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Romão Rodrigues
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