Na época passada, Jovane Cabral foi um dos jogadores mais decisivos do Sporting CP. Muito embora nunca tenha conseguido alcançar o estatuto de titular indiscutível, mostrou-se preponderante sempre que foi chamado a jogo por Rúben Amorim.
Chegou-se a falar na possibilidade de sair, tanto em janeiro como neste defeso, mas a atribuição da camisola 10 ao extremo cabo-verdiano poderá vir a colocar um ponto final nas especulações. Para além disso, a possível ida de Marcus Edwards para o Olympiacos CFP poderá fazer com que Jovane permaneça em Alvalade.
Recentemente, em entrevista ao Jornal Sporting, o extremo afirmou que desde pequeno que queria jogar com a camisola 10. Quando chegou à formação leonina, esse número já estava ocupado, assim como na subida à equipa principal – Alan Ruiz, Fredy Montero e Luciano Vietto usaram o número. No entanto, soube esperar pelo seu momento e garantiu que não irá sentir a pressão por carregar nas costas um número com tanta representatividade no futebol.
🎙 31′ GOLOOOOOO! Jovane Cabral converte a grande penalidade e deixa os Leões novamente na frente do marcador! 💪#SCPBSAD | 2-1 | #PréÉpocaSCP #DiaDeSporting pic.twitter.com/532JOmsfcM
— Sporting Clube de Portugal 🏆 (@Sporting_CP) July 15, 2021
O número 10 é, normalmente, atribuído àquele que é o craque da equipa – falamos de um número eternizado por nomes como Pelé ou Maradona. Seria esperado que Daniel Bragança deixasse o genérico 68 e assumisse o número que já foi de Balakov, até pelas suas características mais condizentes com o histórico de craques que usaram o 10, mas este foi mesmo para Jovane.
Será interessante, noutra perspetiva, perceber se Jovane Cabral terá mais oportunidades do que teve na temporada transata – com a saída de João Mário para o SL Benfica, Pedro Gonçalves poderá começar a época a jogar mais recuado, ao lado de João Palhinha, o que possibilitaria, ainda que temporariamente, a entrada de Jovane para a frente de ataque titular.

Desde a sua estreia pelo Sporting CP na temporada 2017/18, ainda sob as ordens de Jorge Jesus, o cabo-verdiano já leva 80 jogos de leão ao peito, sendo titular em apenas 33 ocasiões, pelo que já leva 18 golos e 16 assistências – uma média de cerca de uma participação em golo a cada 98 minutos, ou seja, Jovane marca ou assiste praticamente sempre que entra em campo.
Apesar dos números muito interessantes, Jovane não tem as características nem a qualidade técnica refinadíssima de um 10, mas trata-se de um jogador explosivo, com uma ótima capacidade de finalização e acima de tudo com clutch – marcou golos decisivos – pelo que a sua permanência em Alvalade é importantíssima para as aspirações do clube na Liga dos Campeões. Resta saber se conseguirá finalmente ultrapassar o eterno estatuto de “arma secreta”…