Luís Gonçalves: O papel dos pontas de lança em equipas que jogam para o título

Luís Gonçalves está na Tribuna VIP do Bola na Rede. É treinador de futebol e trabalhou na formação do Sporting onde foi coordenador, treinador e treinador-adjunto. Entre outros projetos trabalhou na Arábia Saudita e foi adjunto do Tondela, Belenenses e Atlético. Treinou os sub-15 do FC Porto em 2014/2015 e foi adjunto de Abel Xavier na seleção de Moçambique. Treinou ainda a seleção da China de sub-16 e foi selecionador principal de Moçambique. O seu último trabalho foi no Interclube de Angola.

Qualquer equipa que queira ser campeã, em qualquer competição, deve ter pontas-de-lança ou avançados, se preferirem, finalizadores. Saber “jogar na área”, dominando os espaços e os “timings” necessários para uma eficaz finalização fazem a diferença. Será esta a única característica de um bom ponta-de-lança? Evidentemente que não.

Um ponta-de-lança tem de ser forte no jogo aéreo, ter uma boa orientação espaço-temporal que lhe permita jogar com pouco espaço, fruto das marcações individuais dos adversários diretos, boa velocidade de execução (sem espaço não há tempo), controlo emocional para manter a “frieza” e ser eficaz na tomada de decisão, mas ao mesmo tempo ser rápido e “explosivo”, demonstrando a capacidade de atacar a profundidade se o jogo o exigir e a ideia de jogo do treinador também. Deverá ser capaz de se posicionar para receber a bola, fomentar oportunidades de finalização e atrair defesas para criar espaços para os colegas de equipa. Muitas vezes será o primeiro homem da pressão, quando a sua equipa não tem bola, assumindo ação importante no momento da perda da bola, ajudando a uma transição defensiva mais efetiva.

Claro que a missão tática do ponta-de-lança varia consoante o modelo de jogo e as ideias preconizadas pelo treinador. É diferente jogar com 2 avançados lado-a-lado ou um atrás do outro. Do mesmo modo também é diferente jogar com um ponta-de-lança bem definido (numa linha de 3) ou com 3 avançados mais móveis. Independentemente disso, as características individuais fazem a diferença e alteram o jogo. A propósito do líder da liga portuguesa, o Sporting, e de Viktor Gyokeres, o imutável dispositivo tático 3-4-3, tem dinâmicas diferentes, com jogadores diferentes, apesar dos mesmos princípios. É diferente jogar com e sem este avançado.

Gyokeres é forte dentro de área, agressivo e antecipa bem. Realiza muitos movimentos de rotura, atacando o espaço. Para além disso é muito veloz e agressivo, realizando estes movimentos frequentemente, provocando constantemente desequilíbrios na linha defensiva adversária. Não tem receio de provocar o confronto, utilizando a sua capacidade atlética, procurando o 1×1 e demonstrando uma boa capacidade de desequilíbrio, criando muitas oportunidades de golo.

Para além disto tudo, tem mentalidade ganhadora. Como dizia outro grande ponta-de-lança, o internacional português Gonçalo Ramos: «A mentalidade também está ligada à atitude, não é só dos pontas de lança, é de todos os jogadores e do desportista em geral. É o que guia isto tudo, sem uma boa mentalidade não vai haver atitude, não vai haver cabeça nem disponibilidade para limar os pequenos pormenores que faltam aperfeiçoar».

Redação BnR
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