Mulheres são cachopas e homens. Mas não são gajas | Sporting CP

A crónica que se segue contém ironia. Pelos vistos, o mecanismo pode beliscar suscetibilidades. Tentem não se irritar. Canalizem a raiva para os 125€ que vos serão retirados. E não para adeptos do Sporting CP.

Se há coisa que deixa um homem de cabeça perdida, é o talento – por norma, repilo o conceito, mas admito que possa fazer sentido quando visto sob este prisma – que uma gaja reúne para o deixar confuso. O confronto com o perfeito caos feminino impele a um pensamento à la moda de Hitchcock, mas que Brian de Palma reclamou: por vezes, apetece sacar a navalha que temos na algibeira ou no “bolso mais à mão” e reproduzir todas os golpes do assassino de Dressed to Kill (1980).

A segunda espécie existente no universo – Deus era machista e ninguém tem coragem para o admitir – adora emitir rodriguinhos e valer-se deles para semear devaneios. Repare de que forma é que o autor deste texto instalará a polémica e o debate violento na sociedade Bola na Rede. As gajas não tinham consciência do seu poder até contactarem com os filmes de Billy Wilder. Quem é que ele pensou que era para lhes atribuir essa importância? Todos os homens, nessa altura, já viam a bola com uma cerveja na mão e com uns aperitivos salgados sobre a mesa. Sem ninguém os chatear.

Hoje, tal não é possível. Há sempre alguém a querer limpar um canto da casa com dois ou três grãos de pó ou a ter de perguntar quando é que supermercado fecha porque precisa de comprar 15 ovos para a semana que vem enquanto queremos fazer algo bem simples: ver futebol.

O próprio futebol também surge revigorado, com táticas e esquemas que, por vezes, em nada contribuem para o espetáculo. Por exemplo, quando António Oliveira, Rui Jordão e Manuel Fernandes estavam na quadra com a camisola do Sporting, ninguém lia, nem que fosse o Pêndulo de Foucault. A maioria dos embates prende-se numa modorra, torna-se aborrecido e anémico e um gajo prefere estar entretido com o último do José Rodrigues dos Santos. É a esse ponto que se chega quando temos um ataque composto por Pedro Gonçalves, Marcus Edwards e Francisco Trincão.

Francisco Trincão
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Individualmente, todos fazem sonhar: diferenciam-se pela qualidade técnica e pelos seus pormenores, sabem pôr a bola a rolar e entregam-na redondinha nos pés dos restantes colegas de equipa, imprimem velocidade às partidas e conseguem, quando inspirados, desatar aqueles nós que esgaçam a pele dos dedos. A exibição do Sporting CP na Alemanha, diante do Eintracht Frankfurt, foi prova disso mesmo. Nos grandes jogos, os meninos mostram que até sabem ser homens. Daqueles de barba rija e de muito pêlo – o respeito pelo acordo ortográfico neste caso, como em muitos outros, não faz sentido – no peito. Nos jogos pequenos, entram em cena os alter egos travestidos do tridente ofensivo do leão: Pedra Gonçalves, Marcus Edwards e Francisca Trin-órgão sexual feminino em calão.

Todos os adeptos, incluindo meninas e mulheres, desesperam. A trindade reveste-se da supremacia natural evidenciada – na teoria – sobre os emblemas “menores” e pratica futebol longitudinal como ninguém: variações de flanco aos magotes, dribles e consequentes recuos às resmas, cruzamentos para dar e vender, triangulações e meiinhos de forma sobeja.

Pensei em acusá-los de falta de verticalidade, mas seria erróneo da minha parte construir um argumento à volta desse tópico. A meu ver, são jogadores verticais em demasia porque, quando não praticam a modalidade de maneira horizontal, insistem no designado “jogar para a frente”. Só que com uma ligeira diferença das restantes equipas: simplesmente, não rematam.

Sporting Estoril
Fonte: Pedro Loureiro

Desconheço as razões para não rematar. Não sei se sabem fazê-lo, mas já aparentaram saber. Não sei se querem, mas já demonstraram que, quando quiseram, o ato surtiu efeitos vantajosos. Não sei se podem antes de a bola conhecer o toque dos 11 elementos constitutivos de uma equipa, mas creio que têm autorização rubricada pela equipa técnica. Não sei se, entre eles, está em vigor uma aposta que estabeleça como vencedor aquele que conduzir o esférico até à linha de golo, mas, se estiver, eu e alguns adeptos do Sporting que conheço solicitamos que cessem essa brincadeira. Não sei se, no início da época, os três selaram um pacto no qual estava estipulado que só podiam vencer “a jogar bonito”, mas eu digo-vos – e penso que falo em nome de todos – que podem jogar feio à balda.

Pedir-vos-ia, caríssimos, que deixassem de ser cachopas. Aliás, deixem mesmo de ser gajas. Podem continuar a ser cachopas, porque cachopas rematam. Gajas não. Se não se quiserem tornar homens ou cachopas nos jogos pequenos, tornem-se mulheres. Porque mulheres também rematam.

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