📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Não houve Bruxa ou Fantasma de Halloween capaz de assustar um Sporting onde todos são Santos

- Advertisement -

O Sporting está a caminho de, numa altura onde se conjugam os doces do Halloween e do Pão por Deus, chegar ao ponto rebuçado. Se é verdade que falta a eficácia e tranquilidade de resolver o jogo cedo para se poder falar num domínio amplo e sem qualquer risco, também o é que, em todos os outros pontos, há uma supremacia clara a ser criada em solo nacional.

Diante do Alverca, tal como já tinha acontecido contra o Moreirense, o Sporting marcou tarde o golo que desbloqueou o jogo. Mesmo assim, à medida que os minutos iam andando e os ponteiros do relógio se mexiam, nunca houve calafrios, receios infundados ou sustos de perda de pontos. Apenas a sensação de que, com tantas vezes na fonte, o cântaro inevitavelmente acabaria por partir.

Por mais que fosse noite de Halloween, não houve fantasmas capazes de assustar o Sporting. Para isso, muito contribuem os Santos – à exceção do Nuno, ainda lesionado – que vão permitindo aos leões ser, neste momento, a equipa portuguesa com uma ideia ofensiva mais capaz de desbloquear adversários, variando posicionamento e estratégias para chegar à área.

O primeiro dos Santos do Sporting é Rui Borges. Tem muito mérito na forma como se procurou adaptar ao plantel na última temporada, abdicando de alguns dos valores que regeram a sua carreira para dar conforto a uma equipa que voltou a conseguir valorizar Viktor Gyokeres. Já sem o sueco, mudou não só a formação base – que na prática, em vários momentos, continua a ser algo semelhante, mas também a capacidade de dominar os três corredores.

Rui Borges Sporting
Fonte: Ana Beles / Bola na Rede

A sucessão do sueco – e de Conrad Harder – foi também um sucesso. O Sporting mudou as características dos avançados e tem agora dois “titulares” que privilegiam a associação e as combinações à explosão. A Luis Suárez, que chegou mais cedo e tem sido o dono do onze, só falta (ainda mais) golo. Diz muito sobre o volume e caudal ofensivo do Sporting a forma como se olha para um jogador com oito golos em 15 jogos e se aponta a frieza na área como lacuna. Tem refino técnico na forma como constrói os lances e tira adversários da frente, sabe jogar dentro de área e envolver-se fora dela, combinando e lançando colegas.

Com um perfil mais físico, agressivo e autossuficiente, Fotis Ioannidis tem a imagem de um falso associativo. Não tem o mesmo requinte e leveza com que Luis Suárez flutua em campo, mas também se liga facilmente com os colegas e joga em apoio. Traz outras valências nas diagonais, no ataque ao espaço e na forma como se impõe a partir da corpulência, procurando constantemente o contacto para ganhar posição e dar sequência aos lances. O papel de super sub encaixa na perfeição, mas o grego está na luta pela titularidade.

Fotis Ioannidis Sporting
Fonte: Ana Beles / Bola na Rede

Outra nuance do jogo do Sporting com João Simões prende-se com a facilidade com que os leões conseguem colocar mais uma unidade no terço ofensivo. O médio destacou-se na formação precisamente pela forma como conseguia movimentar-se para ocupar os espaços abertos. Perante blocos mais baixos e menos espaços, continua a ter nos movimentos sem bola uma arma. Além das vantagens numéricas, da surpresa para os defesas, há uma sinergia a ser criada com Pedro Gonçalves que, partindo das entrelinhas, pode ganhar liberdade no seu jogo. Diante blocos menos baixos, há potencial na forma como os dois elementos serão capazes de permutar posições e como Pote poderá passar a ver o jogo ainda mais vezes de frente.

Por fim, e saltando nomes como Maxi Araújo, um pilar de competitividade e de ameaça exterior, Francisco Trincão, fundamental nas transições pela forma como consegue colocar rapidamente um colega de frente para o jogo, ou o pilar Morten Hjulmand, de novo nos eixos, há que salientar a exibição da dupla defensiva.

Sporting Adeptos
Fonte: Ana Beles / Bola na Rede

Travar o Alverca não é tão simples como aparentou. A força física de Marezi, um avançado autossuficiente e corpulento, aliada à capacidade de Lincoln trabalhar a bola e às chegadas em velocidade de Cédric Nuozzi e Nabil Touaizi são armas interessantes dos ribatejanos, que têm potencial para, com uma maior ligação entre um grupo 100% novo, ser uma das surpresas da segunda volta. Ainda assim, raramente causaram comichão ao Sporting.

A exibição da dupla de centrais, mas principalmente de Ousmane Diomande, foi avassaladora. De resto, o costa-marfinense é o mais importante elemento da linha defensiva dos leões porque serve de complemento quer a Zeno Debast, quer a Gonçalo Inácio. Faz dos duelos e da imposição pelo ar a sua força, vencendo no físico e não permitindo grande espaço aos adversários. Dominador no panorama português.

A temporada é longa, mas o Sporting ganhou pontos comparado à última temporada. O plantel é mais profundo, há duas alternativas válidas por posição e os regressos de Daniel Bragança e Nuno Santos estão mais próximos. Nesta fase, não há equipa mais engenhoca a desmontar adversários que os leões de Rui Borges.

Sporting Jogadores
Fonte: Ana Beles / Bola na Rede

BnR na Conferência de Imprensa

Bola na Rede: Já destacou a importância da profundidade no plano estratégico do Alverca. No duelo particular entre o Marezi e o Diomande, bastante evidente ao longo do jogo, o que pretendia do ponta de lança?

Custódio Castro: Acabámos por tentar fazer uma dupla largura à esquerda com o Cédric [Nuozzi] e o Chissu [Chissumba] a jogar um bocadinho de trás para a frente. Se a bola entrasse mais à frente, acabava por poder ser ao contrário, com o Chissu por fora e o Cédric por dentro. Tínhamos dois médios contra dois com o objetivo de soltar o Lincoln. Aqui e ali conseguimos, mas o espaço que eu queria, nas costas dos médios, acabou por não acontecer muito. Isto depois ia gerar ou não a atração do Gonçalo Inácio, deixando ou não o Lincoln só ou o Marko [Marezi] 1X1 com o central. Era esse tipo de situações que queríamos, depois com o apoio do Nabil [Touaizi] e do Cédric ou do Chissu, dependendo da situação. Claro que quando era mais baixa, muitas vezes não nos iam deixar montar essa profundidade e largura, porque é uma equipa muito forte a reagir e que joga junta há muito tempo. São os campeões nacionais. Era o que tentávamos, criar dupla largura, soltar ou não o Lincoln, tentar colocar a bola no seu pé esquerdo e aproveitar esse nível físico e técnico que o Marko tem.

Bola na Rede: Já aqui falou na linha de seis do Alverca. A verdade é que, com bola, também vimos muitas vezes o Sporting com uma espécie de linha de seis com a projeção de um dos médios para as entrelinhas, principalmente desde a ascensão do João Simões à primeira equipa com estes movimentos de trás para a frente. Quão importante pode ser esta presença adicional de um médio nesta zona para a evolução de jogo do Sporting, porque normalmente há de gerar superioridade.

Rui Borges: Sim. Uma boa pergunta, antes demais. É bom falar do jogo e de futebol nesse sentido e nessa parte. Numa fase inicial não era essa a estratégia, depois fomos percebendo que quando conseguíamos empurrar o Alverca mais para baixo, eles estavam a defender tão baixo que criámos mais desequilíbrios quando, apesar de estarmos a construir a dois, com o Ousmane [Diomande] e o [Gonçalo] Inácio, não precisávamos de ter os dois médios curtos. Empurrámos e tentámos empurrar o [João] Simões para um espaço mais à frente para andarmos 1+3 no espaço entrelinhas. Se o Pote andasse numa zona mais central, o Simões andava a três nas segundas linhas mais à esquerda, se o Pote andasse mais pela esquerda, teria de andar mais por zonas interiores. Se forem ver, na primeira parte foi isso que acabou por acontecer. O Simões andou tanto à esquerda para buscar a profundidade como por dentro para arranjar espaço para receber entrelinhas num espaço mais à frente. Porquê? Porque o Alverca estava só com a referência deles na frente a tentar dificultar a construção dos nossos dois centrais e quando o Simões aumentou, o Morten [Hjulmand] conseguiu jogar quase sempre sozinho e de frente para o jogo também. Não tínhamos que estar ali com os dois médios, não tínhamos essa necessidade, e tentámos ter mais um homem à frente para romper com diagonais curtas e empurrar defesas do adversário para trás, ligar mais no espaço entrelinhas e criar situações de finalização. Se formos ver, as situações de finalização no início da segunda parte, são sempre 1+3 entrelinhas com o Simões ou por dentro entrelinhas ou a romper por fora à esquerda. Depois criámos o risco na transição, porque só tínhamos dois homens mais um médio, mas como o Alverca só tinha um jogador e não estava com capacidade de sair em aceleração pelas larguras, o nosso foco era anular a referência. Saíram sempre pela referência, e o Ousmane e o Inácio fizeram um belíssimo jogo e foram anulando-o. De forma estratégica tentámos empurrar o Simões depois das leituras estratégicas nos primeiros 15 minutos. Era algo que estava a funcionar de alguma forma. Só o Simões tem três situações de finalização dentro de área.

Diogo Ribeiro
Diogo Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
O Diogo tem formação em Ciências da Comunicação, Jornalismo e 4-4-2 losango. Acredita que nem tudo gira à volta do futebol, mas que o mundo fica muito mais bonito quando a bola começa a girar.

Subscreve!

Artigos Populares

O polémico lance na origem do golo de Casemiro no Nottingham Forest x Manchester United

Casemiro colocou o Manchester United em vantagem contra o Nottingham Forest. Golo de canto procedido de decisão contestada.

Ricardo Mangas pode custar mais de 320 mil euros ao Sporting: o que diz o relatório dos leões?

Ricardo Mangas trocou o Spartak Moscovo pelo Sporting por 320 mil euros, mas o valor da transferência pode aumentar.

Sporting x Alverca trouxe marca negativa para os leões

A partida entre o Sporting e o Alverca foi a que contou com menos público em Alvalade desde o começo da temporada.

Kylian Mbappé já recebeu a Bota de Ouro: «É uma honra ganhar este primeiro prémio e ser reconhecido como o melhor marcador da Europa»

Kylian Mbappé venceu a Bota de Ouro referente à última época. Avançado do Real Madrid com post de agradecimento.

PUB

Mais Artigos Populares

FC Porto vai proteger avançado com cláusula de 20 milhões de euros

O FC Porto quer anunciar em breve a renovação de contrato com Eduardo Ferreira, jogador de apenas 17 anos de idade.

Pedro Gonçalves aproxima-se de Vangelis Pavlidis

Pedro Gonçalves marcou mais um golona Primeira Liga, depois de ter batido André Gomes na partida entre o Sporting e o Alverca.

Manchester United de Ruben Amorim reuniu 6 nomes na lista de alvos e prepara 60 milhões de euros por médio para janeiro

O Manchester United quer reforçar o meio-campo com mais um nome. Conor Gallagher é um dos nomes desejados e os red devils preparam proposta.