Peseiro, para além do registo de “pé frio”, sempre apresentou lacunas na gestão humana, sendo um treinador com parca capacidade para gerir os egos e expectativas dos seus jogadores.
Esta semana, em Manchester, vimos um dos melhores treinadores do Mundo – provavelmente o melhor, até – a falar sobre Mendy e sobre o excessivo uso das redes sociais do jogador francês. O técnico catalão confessou haver momentos em que sentia a necessidade de “matar” o lateral, uma vez que o mesmo não é capaz de largar o telemóvel.
Curiosamente, cá no burgo, algo semelhante aconteceu no Sporting. Matheus Pereira, descontente com a sua ausência dos convocados no jogo em Moreira de Cónegos, desabafou na rede social Twitter, dizendo que não compreendia a opção de Peseiro.

Fonte: Sporting Clube de Portugal
Concordando ou não com a escolha técnica do treinador, não posso deixar de sentir que os profissionais de futebol de hoje em dia têm demasiados facilitismos e que, por vezes, não percebem o mediatismo que os rodeia.
Se cada um de nós, comuns mortais, estiver descontente com a entidade patronal o que faz é tentar, junto de quem de direito, dialogar para perceber o porquê daquela situação estar a acontecer; sem nunca colocar em causa publicamente a empresa.
No caso dos jogadores profissionais de futebol, a questão parece ser “jogada” totalmente ao contrário. Os atletas aproveitam-se do seu mediatismo para colocar em causa superiores e interferir com a gestão do plantel. O que dirão Nani e Acuña do seu colega e da sua atitude? A verdade até pode ser que Matheus tenha razão e que fosse mais útil em campo do que, por exemplo, Acuña. Porém, há que pensar sempre no conjunto e na equipa, porque são as – verdadeiras – equipas que são campeãs e nunca apenas o Matheus, o Raphinha ou até o Cristiano.
Matheus tem que ser “educado” e tem que perceber que as redes sociais não são apenas frequentadas por amigos próximos e família. Porque, tendo em conta as limitações do seu treinador, muito do sucesso desportivo do Sporting passará pelos jogadores e pela união dos mesmos em torno dos seus objetivos.
artigo revisto por: Ana Ferreira