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Estar ocupado, poesia em Rúben Amorim e a interpretação do ego

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A ocupação pode ser relativizada? Pode, com jeitinho pode. Mas a tendência não aponta nessa direção. Normalmente, quando sou abordado a troco de nenhures e desatam a choramingar – pelas cinco reuniões, pelos dois almoços de família, pelos dez relatórios por entregar e pela conjuntivite do coelho de estimação – a totalidade das reações que possuo fundem-se numa só: “que m****!”. Depois, coloco os óculos de sol e continuo a caminhar.

(In)felizmente, não há muita coisa que me ocupe. Já tentei calcular o tempo de ocupação diário, mas findou em tentativa frustrada pelo facto de não estar ocupado, no tempo devido, a aprender e a apreender as bases matemáticas. Olho algumas vezes para o relógio, reflito estupidamente na maioria das vezes, sou ótimo a dormir, alimento-me razoavelmente bem e faço as camas cá de casa. Se considerarmos algo, sou ocupado. Resta saber o quê.

Por falar em pensamentos estúpidos, na minha cabeça, pairam dois que considero ser motivo de exigência de um debate aberto ao público, partindo do pressuposto que o mesmo é confiável e sério: em primeiro lugar, pergunto se existe alguma plataforma na rede das redes, da estirpe do “Pensador” ou “Citações.br”, capaz de agregar as melhores frases ditas no universo do futebol e, em segundo lugar, se já reuniram e coligiram a obra poética de Rúben Amorim e a colocaram no local acima mencionado.

Rúben Amorim
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

“O Sporting está em primeiro lugar, eles sabem que podem jogar todos e é assim desde o primeiro momento. Quem quiser ter o ego muito grande e quiser sempre jogar, não vai ter grande hipótese”.

Num primeiro momento, importa ressalvar que o trecho apresentado não é da autoria de Adília Lopes. É de Rúben Amorim, treinador do Sporting CP. Ninguém, mais do que eu, teria o maior prazer de extrair da citação notas significativas sobre as possíveis interpretações do poema e realizar uma análise detalhada à estrutura, à fonética e ao adorno do texto. Vou tentar.

O autor apela a uma preocupação que deve ser comum aos que integram e colaboram com o clube de Alvalade, sem exceção: a de colocar o Sporting CP em primeiro lugar, à defesa intransigente, mas humana, de um símbolo que personifica uma só paixão e cultiva milhões de provas de amor. À semelhança de um dos paladinos e crentes na construção messiânica do V Império n’A Mensagem, o técnico leonino acredita numa força emergente no futebol português.

Nos versos de Rúben Amorim, existe uma clara pretensão para a uniformização de dois fatores: o designado “agarrar” do balneário e de o concentrar num só sentido – fazer de todos um e de um todos – e o de mitigar a massa adepta, de a conduzir no chavão das várias mudanças que foram e ainda necessitam de ser feitas, relegando o desavindo e (não sei se) extinto “croquetismo”.

Sporting
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Por acréscimo, invoco a capacidade que Rúben Amorim detém para colocar cada macaco no mesmo galho, em posições do terreno distintas: cada jogador que compõe o plantel do Sporting CP pode ascender ao onze titular de uma assentada e, simultaneamente, ser o principal fator para o desvanecer da sua influência na equipa. Desde o começo da sua estadia no atual campeão nacional, o técnico português já demonstrou que a equipa que joga o encontro do fim de semana é constituída pelos elementos que respondem afirmativamente nos treinos diários.

Podia inscrever, nas linhas que se seguem, outra analogia com prólogo e epílogo em Marx e Engels e sustentada no conceito de “sociedade sem classes”, mas acho uma perda de tempo dadas as mostras do Comunismo para os lados de Leste. A particularidade “ego” e a sua introdução na frase respondem indiretamente, na análise pessoal, ao possível e aclamado regresso de Cristiano Ronaldo à casa que o viu crescer. Especula-se, na imprensa nacional e internacional, onde é que o avançado do Manchester United FC pousará as chuteiras definitivamente e o Sporting CP surge como uma das possibilidades. Rúben Amorim deu o recado, acata-o quem bem entender. Entretanto, para entendimento aprofundado da questão da igualdade, leia-se Aristóteles ou algo do género.

Lembrei-me agora que, por vezes, também me sento no sofá a assistir às conferências de imprensa de Rúben Amorim. Quero sentir-me ocupado. Carrego comigo esse fardo.

 

Romão Rodrigues
Romão Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
Em primeira mão, a informação que considera útil: cruza pensamentos, cabeceia análises sobre futebol e tenta marcar opiniões sobre o universo que o rege. Depois, o que considera acessório: Romão Rodrigues, estudante universitário e apaixonado pelas Letras.                                                                                                                                                 O Romão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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