SL Benfica 3-4 Sporting CP: Taça escreve-se com quatro golos e pinta-se de verde e branco

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A CRÓNICA: PARTIDAZO TERMINA COM SETE GOLOS E SPORTING A ERGUER A NONA TAÇA

O Pavilhão Multiusos de Sines recebeu, ao final desta tarde e início de noite, a 24.ª Final da Taça de Portugal de Futsal masculino. Depois das muitas filas pela procura de bilhetes que se registaram no exterior do Pavilhão durante a manhã, os espetadores compareceram em massa e esgotaram este belíssimo recinto desportivo para o jogo entre o SL Benfica e o Sporting CP.

Quanto ao jogo em si, esta foi a quinta vez que uma Final da Taça culminou em dérbi de Lisboa. Nas quatro partidas anteriores, o Sporting venceu todas e procurava, também, ser a primeira equipa a vencer por quatro vezes consecutivas a prova rainha do Futsal nacional. De recordar que, na última edição realizada, a equipa de Nuno Dias venceu o SC Braga por 7-1.

Com Roncaglio, Silvestre e Tayebi de fora desta partida, por parte do Benfica, e Gonçalo, Zicky e Waltinho, por parte do Sporting, foram preciso apenas nove segundos para o marcador mexer. As águias tiveram a bola de saída, mas foram surpreendidos pela forte pressão do Sporting, que recuperou o esférico e, no três para dois, Tomás Paçó atirou cruzado ao ângulo da baliza de André Sousa.

Depois do início de jogo eletrizante, o jogo entrou numa fase muito física e as faltas começaram a aumentar – aos seis minutos estavam registadas seis faltas e um cartão amarelo por protestos, para Martim. Depois dos desaguisados, as equipas voltaram a focar-se apenas no jogo e quem ganhou foi o espetáculo.

Aos 14 minutos, grande passe de Alex Merlim para o interior da área, Erick Mendonça antecipa-se a Jacaré e, com a ponta do pé, atira para o 0-2. O resultado ia dando alguma justiça àquilo que se passava na quadra, com os leões a serem superiores ao seu rival. Com praticamente cinco minutos por jogar, o Benfica chegou às cinco faltas e, por isso, estava ainda mais condicionado.

Todavia, os encarnados reagiram bem a esse fator e, no espaço de 18(!) segundos, empataram a partida. Primeiro, Ivan Chishkala apareceu a rematar forte, de meia distância, após um canto cobrado na direita por Robinho (1-2). E, depois, foi Rocha a desferir uma autêntica bomba, batendo Guitta, após reposição lateral cobrada por Rómulo (2-2). Com este golo, o pivot brasileiro marca pela primeira vez à sua antiga equipa.

A 74 segundos do intervalo, o Sporting ainda atingiu a sua quinta falta, mas o resultado não viria a sofrer mais alterações e o empate seguiu para o segundo tempo. Nesta primeira parte, o Sporting entrou muito melhor na partida e, após colocar-se a vencer, superiorizou-se ao Benfica, criando as principais ocasiões de perigo. Na baliza encarnada imperava André Sousa, que ia mantendo a sua equipa no jogo. De realçar que as águias nunca deixaram de acreditar e foi com toda essa crença que chegaram ao empate, praticamente em simultâneo. A partir daí a partida equilibrou-se e o espetáculo não saiu defraudado no primeiro tempo.

Na etapa complementar os papéis inverteram-se, com o Sporting a começar com a bola e o Benfica a pressionar alto e quase a obrigar Cavinato a marcar na própria baliza. A bola foi para canto e, na cobrança, Robinho cruzou para o cabeceamento de Rocha, que apareceu sozinho (3-2). O Sporting reagiu e, quando não apareceu André Sousa, foi a barra quem negou o golo a Cardinal, aos 25 minutos. Na jogada seguinte, Afonso recebeu junto à linha, sentou Pauleta e atirou muito ao lado, numa altura em que só tinha Guitta pela frente.

Depois de mais uns episódios faltosos e distribuição de cartões, Rocha recebeu um passe de André Sousa, matou no peito e atirou de pé esquerdo ao poste da baliza de Guitta. Na resposta, Alex Merlim rematou à entrada da área, Esteban apareceu sozinho e desviou para o empate (3-3), apanhando André Sousa em contrapé.

A intensidade do dérbi continuou a aumentar, com as duas equipas a discutirem todos os lances até ao fim. A oito minutos do fim, a equipa de Pulpis atingiu a sua quinta falta e, aos 34 minutos, Chishkala foi displicente, cometeu falta sobre Pany e o Sporting foi a marca dos 10 metros. Na cobrança, Cardinal rematou rasteiro e André Sousa impôs-se com mais uma fantástica defesa.

No minuto seguinte, reposição lateral cobrada por Merlim, Tomás Paçó ganhou a frente a Rocha e, só com André Sousa pela frente, encostou para o 3-4. À entrada para os últimos três minutos de jogo, Pulpis lançou o cinco para quatro, apostando em Chishkala no papel de guarda redes avançado. Com a sua equipa a não aproveitar a superioridade, o treinador espanhol solicitou a sua pausa técnica a 1.45’’ do fim. Logo a seguir, Pany cometeu a quinta falta do Sporting. Nos últimos dois segundos, Henmi recebeu em posição perigosa, mas atirou por cima.

Numa grande partida de Futsal, o Sporting acabou por conquistar a sua quarta Taça de Portugal consecutiva, a nona da sua história e a sexta da era Nuno Dias. Este duelo foi repleto de espetáculo, com o resultado a estar incerto até ao último segundo, com duas reviravoltas e quatro bolas nos ferros pelo meio. O Sporting conquistou, assim, em Sines, o terceiro troféu na presente temporada, faltando ainda disputar os play-offs do Campeonato.

A FIGURA

Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Alex Merlim – Que jogão! Que craque! O que dizer de Alex Merlim?! Quatro assistências, esteve envolvido em todos os golos da sua equipa e também esteve perto de marcar. Já há pouco que se possa dizer do italo-brasileiro. É sensacional a influência que tem na sua equipa e é um privilégio podermos vê-lo em ação.

 

O FORA DE JOGO

Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Cardinal – Em sentido inverso está Cardinal. Está de saída do Sporting e é certo que este jogo não apaga a brilhante história que alcançou, muito pelo contrário, conquistou mais um troféu. Mas nesta partida esteve bastante aquém. Foi anulado pelos fixos do Benfica na primeira parte e, na segunda, atirou à barra quando tinha tudo para fazer o golo e desperdiçou um livre de dez metros que podia ter saído caro. É um grande jogador e, por isso, esperava-se mais de Cardinal.

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

O Benfica não entrou bem na partida, perdeu a bola de saída e sofreu o golo aos nove segundos. Pulpis teve de reajustar e, após a pausa técnica, a sua equipa melhorou e marcou dois golos de rajada. No segundo tempo, o plano estava definido, conseguiram a reviravolta, mas duas falhas defensivas (sem tirar mérito aos leões) custaram a derrota. Em 5×4, foi um desastre total. Destaque ainda para a forma como Pulpis e a sua equipa conseguiram anular os pivots do Sporting ao longo da partida, antecipando-se em grande parte dos duelos.

5 INICIAL E PONTUAÇÕES

André Sousa (8)

Rómulo (6)

Robinho (6)

Ivan Chishkala (6)

Rocha (8)

SUBS UTILIZADOS

Nilson (6)

Afonso Jesus (6)

Rafa Henmi (5)

Arthur (6)

Jacaré (6)

Bruno Cintra (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

Mais um grande jogo tático da equipa de Nuno Dias que, durante grande parte do tempo, jogou em 3×1. Todavia, foi sem pivot e na bola de saída que o Sporting se colocou em vantagem, numa jogada que, certamente, teve trabalho de laboratório da equipa técnica. As águias empataram, os leões foram abaixo, mas reergueram-se na segunda parte, com Merlim a assumir a batuta.

5 INICIAL E PONTUAÇÕES

Guitta (7)

João Matos (7)

Tomás Paçó (8)

Alex Merlim (9)

Diego Cavinato (8)

SUBS UTILIZADOS

Erick Mendonça (7)

Pany Varela (8)

Pauleta (7)

Caio Ruiz (6)

Fernando Cardinal (5)

Esteban Guerrero (7)

Artigo revisto por Joana Mendes

Tiago Alexandre
Tiago Alexandrehttp://www.bolanarede.pt
O Tiago nasceu em Abrantes e, atualmente, estuda em Portalegre, cidade para onde partiu em busca do seu sonho no meio do Jornalismo. Está ligado ao Desporto desde sempre e gosta de rebater as suas opiniões até à última. O Ciclismo e o Futebol - não o 'jogo da bola' - são as suas paixões, sem nunca descurar o Hóquei em Patins, o Futsal e o brilhante mundo dos Esports.

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