Uma análise ao futebol da “Royal Rumble” entre FC Porto e Sporting CP

Quente, quente, a escaldar. Assim foi um dos clássicos mais importantes do ano, marcado pelas constantes paragens durante a partida e, principalmente, no final. Embora o encontro tenha tido uma duração de 105 minutos, houve um total de apenas 43 minutos de jogo jogado.

Um número muito reduzido, mas suficiente para vermos quatro golos marcados. Façamos uma análise em detalhe ao desenrolar do jogo e aos principais protagonistas, pela positiva e pela negativa.

O FC Porto, nos primeiros minutos, entrou com a faca nos dentes como tem sido hábito. Duas situações perigosas, de Taremi e Pepe, colocaram os leões em alarme. Contudo, foi mesmo o Sporting CP que se adiantou no marcador num lance que determinara a estratégia de Amorim para bater o dragão – os laterais, mais precisamente Matheus Reis, apoiavam o corredor ofensivo em situações de ataque, relegando os médio-ala para terrenos mais interiores de forma a criar superioridade numérica.

Para a defesa do FC Porto, que mantinha uma linha de quatro homens, era difícil suportar as investidas leoninas devido à superioridade numérica que os leões conseguiam com Esgaio e Reis nas alas, que apareciam muitas vezes sem marcação, especialmente Matheus, por João Mário estar mais atento a Nuno Santos e por Otávio estar a pressionar mais à frente.

Matheus Reis
A presença de Matheus Reis era fundamental para a superioridade numérica que os leões iam conseguindo. Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

Assistíamos então a um FC Porto com bola, mas sem saber o que fazer com ela. Vitinha e Uribe, os dois centrocampistas dos azuis e brancos, estavam condicionados tanto na construção a partir de trás como em terrenos mais ofensivos.

Além disso, nas laterais ofensivas do FC Porto, era complicado para Otávio, Fábio Vieira e Taremi, que por vezes descaía para o lado esquerdo, avançarem com bola, uma vez que os verdes e brancos conseguiam colocar três/quatro homens na pressão.

O segundo golo do Sporting CP confirmou a força dos leões no contragolpe e a fragilidade do FC Porto em situações destas. No início da jogada, ainda antes do passe de Matheus Nunes para Nuno Santos, vemos, no meio-campo do FC Porto, João Mário, Mbemba e Pepe em linha defensiva, para além de Otávio e Vitinha que estavam mais recuados, todos no corredor central.

Apenas um dos defesas portista estaria a marcar um adversário (João Mário marcava Nuno Santos), sendo que é possível observar Sarabia, Paulinho e Matheus Reis a aparecerem livres nas alas. Após cruzamento de Matheus Reis, João Mário, que deveria estar a cobrir Nuno Santos, fica para trás e Sarabia surge em boa zona para receber e devolver para o centro da área. Depois disso, Nuno Santos só teve de encostar.

Fábio Vieira, o melhor em campo, foi o líder da reação portista ainda antes do intervalo. Numa jogada que começou no lado esquerdo do ataque portista, que foi bastante utilizado pelos dragões durante toda a partida, e a armada ofensiva azul e branca soube puxar cinco jogadores para pressão, obrigando-os a sair fora das suas posições.

Fábio Vieira só teve de enganá-los com um toque subtil, procurar Taremi que, mais tarde, devolveu-lhe o esférico e com um remate em jeito fez o 1-2. FC Porto fez uso do jogo exterior e da qualidade que apresenta nas alas para terminar a jogada no corredor central, ainda que fora da grande área adversária.

Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Nos segundos 45 minutos pouco ou nada se jogou e, após a expulsão do capitão sportinguista Sebastian Coates (48’), os leões tentaram mitigar as investidas dos dragões. Foram escassas as oportunidades para cada lado, mas estes jogos resolvem-se em detalhes e, uma vez mais, Fábio Vieira mudou o jogo e retribui a assistência para Taremi fazer o golo.

O Sporting CP até tinha quatro homens na grande área no momento do cruzamento e do lado portista estavam apenas Taremi e Evanilson. Feddal e Gonçalo Inácio voaram demasiado baixo para impedir o iraniano de fazer o golo.

Sérgio Conceição pôs a carne toda no assador para vencer o jogo e terminou a partida com Galeno, Francisco Conceição, Fábio Vieira, Taremi, Evanilson, Pepê, Toni Martínez e Otávio, oito homens que pisam posições mais ofensivas. Rúben Amorim quis congelar o jogo do FC Porto e retirou Sarabia e Nuno Santos para lançar Palhinha e Luís Neto, que poderiam oferecer soluções defensivas à equipa verde e branca.

Do lado portista, notas positivas para as exibições de Fábio Vieira e Taremi, bem como para a entrada de Pepê. Nota negativa para o meio-campo portista, Uribe e Vitinha, por não ter encontrado alternativas à estratégia do Sporting CP. Quanto aos leões, os dois Matheus, Reis e Nunes fizeram uma excelente exibição e Ádan merece também destaque por ter salvo o Sporting CP em várias situações.

Contudo, há que fazer uma menção honrosa a Zaidu e Paulinho, que durante toda a confusão no final do jogo, optaram por conversar, abraçados e a assistirem ao sucedido, que não foi, de todo, embelezador do desporto-rei.

Tiago Moura
Tiago Mourahttp://www.bolanarede.pt
Desde criança a colecionar cromos e recortes de jornais de vários jogadores até às longas carreiras nos videojogos no seu clube do coração, foram muitas as alegrias que o desporto rei lhe proporcionou. Assume ficar fulo quando não consegue acompanhar um jogo da equipa da cidade Invicta, mas no que toca a tudo o que acontece à volta do seu clube sente a obrigação de estar sempre atualizado. Estuda Ciências da Comunicação e é através da escrita que se prefere expressar.

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