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Young, Wild, and Free

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diva de alvalade catarina

Cheguei ao intervalo do jogo de domingo com um misto entre um nó no estômago e uma falta de ar estranha no peito. É que já me vinha desabituando a que o Sporting me inquietasse, me deixasse em ânsias, com suspiros nervosos, súbitos e repentinos, como tem feito nas últimas semanas. A bem dizer, como apenas tem feito desde o jogo com o vizinho rico da Segunda Circular.

Este Sporting continua a ter muitas falhas, muitas incoerências – dentro e fora do campo -, muitas inconstâncias, e isto ainda que não possamos negar a evidente melhoria na capacidade para disfarçar algumas delas, fruto da preparação bem estruturada e, no fundo, do trabalho desenvolvido por Marco Silva. Como bem dizia Luís Freitas Lobo, logo após o golo de Tanaka, também Marco se precipita muitas vezes. Muitíssimas. Age por impulso (se há pessoa que sabe o que isso é e que não o condena em nada, acreditem (!), sou eu), deixa-se levar por repentismos próprios da juventude, por si partilhada nestas bandas da responsabilidade de liderar equipas grandes (e grandes equipas).

Esta juventude que tanto nos faz claudicar em momentos chave é, por outro lado, causa maior de uma das minhas virtudes favoritas, tão extensível ao mundo do futebol e que tanta cor dá às nossas vidas: a irreverência, o arrojo, a capacidade de assumir riscos que, a agir racional e cautelosamente, provavelmente nunca correríamos!

Por falar em juventude, depuis déjà longtemps ando para escrever sobre a nossa mais nova dupla de centrais, única coisa que, nas últimas duas semanas, me tem tranquilizado neste Sporting.

A qualidade que Tobias tem revelado não me surpreende em nada. Lembro-me de o ver jogar em juniores, com idade de juvenil, nas deslocações a Faro e, bem assim, de o ver em campo aquando do reaparecimento das equipas B’s, no segundo escalão do futebol português. A sua afirmação quase simultânea no plantel principal, primeiro, e no onze, depois, não é senão mais uma manifestação concreta de uma política de formação tão bem sustentada, que tão bons frutos nos deu no passado como no presente e que, honestamente, tenho muitas dúvidas que continuem a proliferar daqui a dez ou quinze anos…

Tobias tem tudo para ser o patrão desta defesa por muitos e bons anos, se por cá o conseguirmos, entretanto, manter: tempos de entrada à bola quase sempre perfeitos, um metro e oitenta e oito de uma agressividade inata e em nada confundível com belicismos (poderíamos apelidá-los de estilo Bruno Alves, não acham?!), jogo aéreo forte, uma boa gestão dos tempos de pressing e de contenção, não excessivamente faltoso e, mais do que tudo, tremendamente sereno nas manifestações da sua – espero – irreverente juventude! Este é um equilíbrio difícil de obter, com o qual eu própria me debato diariamente. Se, por um lado, nos esforçamos para não desvirtuar o arrojo da irreverência, que tantas vezes nos brinda com novas soluções, novos métodos, novas dinâmicas, por outro tememos a catástrofe, porque ela é sempre hipótese quando pisamos terrenos verdes. Talvez seja da serenidade de Paulo Oliveira, quiçá da responsabilidade que sente – legitimamente – carregar aos ombros, mas Tobias tem respondido, quase sempre, mais do que bem.

A Paulo Oliveira não me consigo referir como a um miúdo da minha idade, embora factualmente o seja. E não consigo porque dele emana uma serenidade que eu me acho incapaz de vir a demonstrar daqui a 50 anos, quanto mais na flor dos 23 aninhos. E isso, meus caros, ou se tem ou não se tem. Mostra-se, não se pragueja. Noutros mundos que não o das quatro linhas, apontar-lhe-iam a frieza de espírito, o pragmatismo, até o calculismo, nos quais eu apenas consigo identificar virtuosismos, mas aos quais o homem comum, medíocre e invejoso, aponta, pejorativamente, o dedo.

Cada um por si tem uma grande margem de progressão. Juntos, ela deixa de ser grande e passa a ser enorme. Que nunca percam o Norte, e que se lhe lembrem que, em Alvalade, se grita por ambos, na Curva Sul!

SL,

P.S.– Sublime, Nani! Fosse outro o dia e sobre tal haveria sido esta crónica, intitulada de “Os Grandes também choram”.

Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

Catarina Santinha
Catarina Santinhahttp://www.bolanarede.pt
Mulher do Norte por natureza, está emigrada no Algarve e deixou o coração em Lisboa, cuidadosamente depositado no seu Cativo em Alvalade. Leoa de coração, jurista por paixão, fanática do fitness por opção, a Catarina sabe que o sangue que corre nas suas veias é verde, e recusa-se a conceber que possa ser doutra cor.                                                                                                                                                 A Catarina não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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