Final Four da Taça da Liga | Sorte ou estratégia?

Já é conhecida a final da Taça da Liga. Sabem aquele amigo que gosta de apoiar os underdogs? Ou aquele que aposta nos cenários menos esperados, pelo plot? Parece que Deus premiou ambos nesta Final Four da Taça da Liga. Lá está, há apenas uma certeza no futebol: a incerteza e é exatamente esse ingrediente que enriquece a receita. Agora vamos pensar, a eliminação do Sporting e do Benfica deveu-se à sorte ou à estratégia?

Sorte. O Sporting podia ter ido para o intervalo com um enorme sorriso e um saco de golos (foram três bolas ao ferro, incluído um míssil de Pote). Embora o Braga tenha melhorado na segunda parte, o Sporting foi o seu próprio inimigo ao falhar inúmeras oportunidades. E o Benfica optou pelo mesmo caminho e deu continuidade ao festival do desperdício. Podia e devia ter marcado mais cedo, porém deixou a decisão para mais tarde e caiu nas grandes penalidades com o Estoril.

Estratégia. Quem não marca sofre. Na primeira meia-final da Taça da Liga, o Braga começou por sofrer na saída de jogo e ligação, perdas de bola e criação acessível do adversário. Porém, aguentou o forte. Na segunda parte, Artur Jorge venceu Rúben Amorim nas alterações. O Braga continuou com um meio-campo móvel, mas mudou a forma de atacar ao trocar Álvaro Djaló por Abel Ruiz, que foi eficaz. O Estoril teve muito mérito e competiu. Fechou-se num 5-4-1 com as linhas juntas e compactas para impedir a criação interior, lançando transições ofensivas sobretudo com Rodrigo Gomes e Rafik Guitane. Intensos e agressivos na defesa, rápidos e verticais no ataque.

Ambos. Depois destes jogos, pode haver dois focos por parte dos adeptos: a equipa teve sorte ou foi estrategicamente superior? O normal é olhar para as grandes oportunidades falhadas e apontar como o único fator que explica o sucedido. É o mais forte, mas não inteiramente exclusivo. É assim um misto. Apesar da sorte que o Braga e o Estoril tiveram em momentos, saem com a estratégia vencedora: diferentes, mas ambas de mãos dadas com a eficácia. O fator psicológico também influencia e, pela maior “obrigação” que têm de ganhar, pode pesar mais balança do Benfica e Sporting.

Individualidades

Um dos aspetos que o Braga apresenta maiores dificuldades é precisamente a defesa e iriam enfrentar o monstro do momento, Viktor Gyokeres. Ainda assim, José Fonte e, sobretudo, Paulo Oliveira foram muito sólidos e anularam o avançado sueco. João Moutinho continua a espalhar magia aos 37 anos e ainda dava uma perninha em várias equipas. Rodrigo Zalazar brilhou e tem sido regular nas suas exibições, tal como Francisco Trincão.

Continuando no Sporting, Pedro Gonçalves fez uma das melhores exibições da temporada, enquanto Ricardo Esgaio uma das piores. No eixo defensivo, vale a pena destacar a prestação de Eduardo Quaresma, que tem provado que merece a titularidade. O defesa-central revela vontade, energia e muita garra, desde o processo defensivo até ajudar com arrancadas.

Avançado para as restantes equipas (Benfica e Estoril), há dois aspetos que quero salientar: a faixa lateral esquerda do Benfica. Álvaro Fernández necessita de jogar, pois Morato oferece muito pouco ofensivamente e, na minha opinião, não se adequa a essa posição. No mesmo lado, João Mário, que embora ajude na criação, não tem tido o rendimento esperado e há boas opções no banco, podia ter sido substituído. O mesmo com Ángel Di María, que não teve uma boa noite. António Silva, João Neves e, especialmente, Fredrik Aurnes fizeram uma bela partida.

Em relação ao Estoril, há talento para dar e vender. Rodrigo Gomes surge um craque: rápido, ágil e com bom toque de bola. Rafik Guitane é dono de uma bela técnica e foi decisivo contra o Benfica. No meio-campo, apresentam dois jogadores associados ao Sporting: Koba (em vias de ser jogador do clube) e Mateus Fernandes (cedido). O empréstimo de Mateus Fernandes está a ter bom resultado. Encontra-se mais maduro, inteligente e habilidoso. No fundo, tornou-se melhor jogador e pode vir a ser opção para o Sporting num futuro próximo.

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Diogo Lagos Reis
Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.

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