O Passado Também Chuta: Fernando Chalana

o passado tambem chuta

Apareceu pela CUF, mas, os entendidos disseram-lhe: “não.” O Barreirense esfregou as mãos e disse-lhe: “anda…nós gostamos de ti”. O Benfica, antes que o trigo se passasse, sorriu-lhe e abriu-lhe as portas de par em par. Fernando Chalana começou, mal entrou pela porta, a escrever um novo poema que agigantava a poesia que mimava a relva do Estádio da Luz. A sua carreira foi um belo sprint de cem metros. Mostrou como se jogava com os dois pés, como se levantava a cabeça, como com um toque suave se colocava a bola na cabeça ou nos pés do companheiro, como se chutava com êxito parecendo que acariciava o esférico e se exibia sem rubor a arte do driblem. Eu cresci a gritar no Estádio da Luz as fantasias de António Simões e, sendo já adulto, amadureci a ver Fernando Chalana escrever contos imortais sobre os relvados.

Depois da época dourada do Benfica, passaram pelo clube grandes jogadores e jogadores muito talentosos, mas, se há um que pode ser mencionado no pedestal dos grandes, ao lado de Eusébio, Simões, José Augusto ou Germano, esse chama-se Chalana. Como disse, a sua carreira foi um belo sprint; arrancou rápido e chegou rapidíssimo, mas, também acabou, no campo estelar, antes de tempo. As lesões derivadas da impotência dos seus adversários foi, evidentemente, o principal motivo. E foi uma pena; adorando-o, não lamentei a sua ida para Bordéus. O Benfica, aproveitando o seu caché depois de um extraordinário Europeu de seleções, vendeu-o bem e com esse dinheiro obrou no Estádio da Luz. Fernando Chalana era a cobiça da Europa. Unicamente, considerei um erro para a sua carreira não ter desembarcado em Itália. Seria bonito ver Fernando Chalana com a camisola da Juventus ou do Inter de Milão.

Ganhou meia-dúzia de campeonatos nacionais com o Benfica, duas Taças de Portugal, foi finalista da Taça da UEFA de 82/83 e Campeão de França de 84/85. Conquistou uma medalha de Bronze com a seleção no Campeonato de Europa de 1984 e foi considerado o 5º melhor jogador de Europa. Fernando Chalana não foi mais um, nem foi um anónimo – foi um craque.

Ai vai ele… Fonte: Onze
Ai vai ele…
Fonte: Onze

Posteriormente, sentou-se no banco dos treinadores. Desfilou por diferentes categorias e esporadicamente assumiu o comando da primeira equipa da Luz. Devemos-lhe uma. Bastou-lhe um jogo (contra o Sporting) enquanto esperavam pelo treinador espanhol Camacho para alterar a posição do Miguel. Situou-o como defesa-direito. Foi um êxito. Chegou a Internacional e disputou muitos anos a Liga Espanhola ao serviço do Valência.

Fernando Chalana para além de sentir o futebol, sabe de futebol. Considero que os jogadores, principalmente os das categorias de formação, que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele são uns afortunados.

José Luís Montero
José Luís Montero
Poeta de profissão, José simpatiza com o Oriental e com o Sangalhos.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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