📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Que jogos devo rever nesta Quarentena? FC Barcelona 2-0 SL Benfica

- Advertisement -

O FC Barcelona 2-0 SL Benfica de 2006 não é um jogo com resultado satisfatório e que nos encha de orgulho benfiquista, mas as circunstâncias dentro e fora de campo fazem-no ser merecedor de atenção detalhada; à distância de 13 anos, cabe-nos valorizar o que havia de bom e discernir diferenças competitivas para a actualidade.

A eliminatória com o Barcelona opôs duas forças completamente distintas. O Barcelona de Rikjaard transformar-se-ia na principal potência do continente daquela temporada e aquele Benfica de Koeman distinguiu-se como a melhor prestação europeia do clube dos 10 anos antecedentes.

Desde 1998/1999 que o Benfica não pisava solo Champions e a prestação extraordinária como underdogo Manchester United de Ferguson e o Liverpool de Benítez, que meses antes tinha ganho a troféu ao Milan no épico 3-3, eram colossos assustadores para aquele Benfica – devolveu grande parte do orgulho perdido nos anos negros da instituição.

Não abundava na equipa o talento individual de outros tempos, mas a disponibilidade física de Beto (titular em todos os jogos europeus) ou Alcides era um agradável complemento à qualidade dos homens mais adiantados. A questão da baliza, onde foram rodando, de acordo com as lesões, Moreira e Quim (até à chegada de Moretto em Janeiro), foi a imagem de marca da instabilidade e do desequilíbrio do plantel, a quem só a desmedida ambição internacional de Ronald Koeman permitiu a imensa apetência competitiva para embates de grande nível, traduzindo-se depois num rídiculo desleixo nas provas nacionais.

A segunda mão em Barcelona é precedida de um 0-0 na Luz, onde o árbitro Steve Bennett teve clara interferência no resultado, assumindo-se como protagonista num relvado inundado de estrelas. Moretto defendeu o que pôde com as mãos e quase ia deitando tudo a perder com os pés, em dois lances caricatos e demonstrativos da instabilidade emocional do brasileiro, capaz do pior e do melhor.

Na Catalunha, Koeman encara a ausência de Nuno Gomes com uma aposta num ataque móvel, onde Simão e Geovanni suportariam Fabrizio Micolli como ‘9’. Ricardo Rocha, que fez questão de esconder Ronaldinho no bolso, na primeira mão, repetiu a titularidade na lateral direita.

Foi Ronaldinho a principal figura daquele Barcelona: um prodígio no seu auge e o ídolo de uma geração
Fonte: UEFA

O jogo é um viveiro de emoções fortes, de lances de fazer corar de vergonha os mais inaptos e por ‘ses’ que ainda perduram no imaginário dos benfiquistas: o que seria da eliminatória se a bola de Simão entra?

Já nos idos da segunda metade, Micolli recolhe e parte para o contra-ataque, com Simão a acompanhá-lo no lado oposto. Num laivo da técnica prodigiosa do italiano, o passe em arco chega açucarado aos pés do camisola 20.

À altura, todos nós estávamos habituados a ver aquele meio palmo de gente a resolver jogos com a naturalidade dos grandes génios e naquele momento estaríamos petrificados, à espera da explosão de alegria; acontece que, no confronto com Valdés, Simãozinho fez o que não era costume e atirou para fora, um lance que fez Paulo Catarro e Gabriel Alves, aos microfones da RTP, reagir com uma inesquecível cacofonia de forma a soltar a angústia.

Nunca saberemos o que teria acontecido com 1-1, mas o encontro com o AC Milan nas meias-finais seria um prémio merecido para a coragem e sentido de missão daquela equipa.

O jogo é também demonstrativo de um ambiente escaldante em Camp Nou, como talvez já não seja comum, hoje que a globalização e o vagar dos tempos propiciou o aluguer das bancadas a adeptos nada identificados com a cultura dos clubes.

Com 98 mil em polvorosa, aquele Barcelona arrancou definitivamente para a conquista da Liga dos Campeões – que concretizaria dois meses depois, no Stade de France, frente ao Arsenal. De atentar o onze culé do meio-campo para a frente: Van Bommel, Iniesta, Deco, Ronaldinho, Larsson e Eto’o. Inacreditável.

Deixamos aqui o jogo para poder ver, rever e saborear.

ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

SL Benfica: Moretto; Ricardo Rocha, Luisão, Anderson e Léo; Beto (Robert, 72′), Petit, Manuel Fernandes (Marcel, 82′); Geovanni (Karagounis, 55′), Simão e Micolli.

FC Barcelona: Valdés; Belletti, Oleguer, Puyol e Van Bronckhorst; Van Bommel (Edmilson, 85′), Iniesta, Deco, Ronaldinho, Larsson (Giuly, 86′) e Eto’o.

Artigo revisto por Diogo Teixeira

Pedro Cantoneiro
Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, de opinião que o futebol é a arte suprema.

Subscreve!

Artigos Populares

Grémio anuncia saída de Mano Menezes e abre conversas com Luís Castro

O Grémio anuncia que Mano Menezes não continuará na próxima época e agradece o trabalho desenvolvido desde o seu regresso. O clube brasileiro vira agora a sua atenção para Luís Castro.

Deiver Machado reforça Nantes de Luís Castro até 2027

Deiver Machado chega do Lens a troco de 400 mil euros e procura afirmar-se para manter viva a ambição de estar no Mundial 2026. Luís Castro ganha uma solução imediata para a esquerda da defesa.

Hansi Flick descarta problemas com Lamine Yamal: «É bom que ele reaja quando sai»

Hansi Flick pronunciou-se sobre a substituição de Lamine Yamal. Treinador do Barcelona agradado com o desagrado mostrado pelo extremo.

Alisson Santos quer ser campeão pelo Sporting e chegar à Seleção do Brasil: «Sei que nada é impossível»

Alisson Santos sonha com ser campeão pelo Sporting e chegar à Seleção do Brasil. «Sei que nada é impossível e vou trabalhar para isso».

PUB

Mais Artigos Populares

Ivan Baptista: «O Benfica tem de fazer dos melhores jogos e esperar que o Barcelona não esteja tão inspirado como costuma estar»

Ivan Baptista projeta o Barcelona x Benfica. Águias deslocam-se à Catalunha para a jornada 5 da Champions League Feminina.

Quando a coragem se sobrepõe ao impossível | Bayern Munique 3-1 Sporting

A primeira meia hora foi espelho precisamente disso, isto é, de um Sporting sem os principais criativos, empurrado para um bloco baixo

Ousmane Diomande e Zeno Debast de fora: eis as soluções do Sporting para a posição de defesa central

O Sporting vai ficar sem dois dos defesas centrais em simultâneos durante um período de tempo. Rui Borges terá de olhar para dentro.