Cumprido o sorteio para o mundial do próximo ano na América do Norte, a nossa rubrica de scouting dá destaque a alguns nomes que poderão surpreender durante maior competição internacional de seleções. De jovens promissores a figuras chave das nações menos conhecidas, iremos nos próximos meses dar a conhecer alguns dos talentos a ter em conta no verão de 2026.
O primeiro visado, Mousa Al-Taamari (também conhecido por Al-Tamari), nasceu em Amã, capital da Jordânia, em junho de 1997. Chegou à Europa em 2018 para representar os cipriotas do APOEL e, após uma passagem pela liga belga, chegou ao Montpellier em 2023 para se tornar o primeiro jordaniano a jogar numa liga do top-5 europeu.
Em fevereiro de 2025, trocou o Montpellier pelo Rennes, onde tem vindo a mostrar uma capacidade notável para causar desequilíbrios e ultrapassar as defesas adversárias. Jogando maioritariamente na ala direita, como extremo “de pé trocado”, Al-Taamari é dotado de uma velocidade e capacidade técnica admiráveis.
É um jogador versátil, que pode ocupar também uma posição no flanco extremo ou atrás do ponta de lança, papel que desempenha frequentemente ao serviço da seleção. Ao contrário do que acontece com alguns extremos, não é um jogador egoísta, oferecendo frequentemente a bola aos seus colegas depois de criar a superioridade numérica no último terço do terreno. Sendo um esquerdino na direita, tem também a tendência de puxar a bola da linha para o interior, para desferir remates para o segundo poste.
Não tem uma estampa física particularmente imponente, mas compensa com a raça e resiliência que o próprio diz serem característicos da seleção da Jordânia. Com mais experiência em grandes palcos que a maioria dos seus compatriotas, Al-Taamari é admirado tanto pelos companheiros como pelos adeptos, e visto como um líder, apesar de não ser o capitão de equipa.
Com performances decisivas, ajudou o seu país a chegar à final da Taça Asiática de 2023, surpreendendo a Coreia do Sul nas meias-finais, e à primeira qualificação para um Mundial da sua história. Em 2026, o extremo de 29 anos já não contará como fator surpresa, com os adversários a saberem que é indubitavelmente o maior desequilibrador da sua equipa.
Num grupo em que vai defrontar Argentina, Argélia e Áustria, chegar aos 16-avos de final não vai ser tarefa fácil para a Jordânia. No entanto, é sem pressão que a equipa do Médio Oriente vai abordar a grande competição. Como underdogs na fase de grupos, vão precisar de qualidade no contra-ataque, algo que Al-Taamari pode providenciar.
Na contagem decrescente para o Mundial, podemos acompanhar o extremo jordaniano na Ligue 1. Ao serviço do Rennes, tem dois golos e três assistências no seu registo da época. A sua última exibição na vitória por 3-1 frente ao Brest foi decisiva, com um golo e uma assistência, sendo considerado o homem do jogo.
Mousa Al-Taamari é o jogador jordaniano no ativo com mais internacionalizações (85) e faz parte do período de ouro do futebol da sua nação. Em 2026, mais história será escrita e o jogador do Rennes fará mais uma vez parte dela, quem sabe se como protagonista.

