Paulo Gomes está na Tribuna VIP do Bola na Rede, depois de ter estado recentemente no Botafogo SP. Iniciou a carreira de treinador no Luxemburgo, sendo que a sua primeira experiência sénior foi no Muhlenbach, tendo estado também no US Mondorf-les-Bains. Esteve na Arábia Saudita onde foi coordenador de formação no Al Wehda e treinador no Al Najran e Al-Khaleej. Orientou ainda o Al Jabalain.
Tenho acompanhado com grande atenção a chegada de Dedic ao Benfica e, na minha opinião, trata-se de um lateral de alta rotação, extremamente dinâmico e ofensivo, que se destaca por conseguir fazer todo o corredor com muita naturalidade. O que mais me impressiona no seu jogo é a facilidade com que imprime intensidade e verticalidade à equipa, tornando aquele flanco uma autêntica pista de velocidade.
Vejo em Dedic muito mais do que um lateral tradicional. Ele sente-se confortável tanto a dar largura como a atacar espaços interiores com movimentos bem coordenados, o que acrescenta uma variabilidade tática muito interessante ao jogo do Benfica. Isto permite-nos atacar de formas diferentes sem necessidade de alterar o sistema base, algo fundamental para baralhar defesas adversárias.
Outro aspeto que destaco é a sua reação à perda de bola: agressiva e muito rápida. É notório o compromisso com a pressão imediata, o que ajuda a recuperar rapidamente a posse e manter o bloco defensivo subido, uma das marcas do futebol moderno praticado por grandes equipas europeias. No entanto, creio que é precisamente nesta agressividade defensiva que ele terá de ter algumas cautelas. Se, por um lado, a intensidade com que aborda cada lance é uma mais-valia, por outro, esta mesma agressividade pode pô-lo em risco de cometer faltas desnecessárias ou ser ultrapassado se não calibrar bem o tempo de intervenção.
No último terço, considero que Dedic revela um critério acima da média. Gosto da forma como define as jogadas seja a cruzar, a assistir os colegas ou até a aparecer em zonas de finalização. Aprecio também o facto de, por vezes, se incorporar no corredor central, tornando-se ainda mais imprevisível e difícil de marcar.
Resumindo, acredito sinceramente que Dedic vai dar uma nova variabilidade ofensiva ao Benfica. Não será apenas mais um jogador no onze, mas sim alguém capaz de acrescentar soluções inesperadas, verticalidade e dinamismo ao jogo da equipa. Estou convicto de que, se conseguir equilibrar a sua agressividade nos momentos defensivos e mantiver este registo, vai afirmar-se como peça importante e elevar o patamar competitivo do Benfica, tanto a nível nacional como europeu.
