Copa América 2024 | A grande antevisão

    Os adeptos estão concentrados no Euro 2024, que por estes dias se disputa na Alemanha, mas convém não esquecer que é já esta noite – de madrugada em Portugal – que arranca a 48ª edição da Copa América, o torneio de seleções mais antigo do Mundo!

    Acontece que esta 48ª versão da competição é uma verdadeira Copa América – seja ela do Norte, do Sul, ou Central. Além das dez seleções da CONMEBOL, organismo que tutela o futebol sul-americano, Estados Unidos, país anfitrião da prova, Canadá, México, Jamaica, Panamá e Costa Rica participam na mais antiga prova de seleções, criando, assim, um torneio verdadeiramente intercontinental.

    A prova será disputada na sua totalidade nos Estados Unidos, tal como aconteceu há oito anos, na Copa América Centenário. A fase de grupos, disputada a três jornadas entre quatro equipas, termina a 2 de julho e, dois dias depois, dá-se início à fase a eliminar. A 9 jogam-se as meias-finais e, no dia 14, o Estádio Hard Rock, em Miami, recebe o jogo decisivo.

    E se em 1916 tudo começou com a Argentina a ser campeã, a equipa de Messi e companhia é também a detentora do título, já que levantou o troféu em 2021, no Brasil. Por isso, é agora a equipa a bater pelos 15 rivais que participam na competição.

    A turma albiceleste estará precisamente em ação no jogo de abertura, diante do Canadá, em Atlanta. Os argentinos são, a par do Uruguai, os maiores vencedores do torneio com 15 troféus conquistados para cada um – o Brasil tem nove; Paraguai, Chile e Peru dois; Colômbia e Bolívia detêm apenas um.

    Aliás, há dez anos, a albiceleste começou uma terrível série de derrotas em finais: em 2014, perdeu o Mundial para a Alemanha e, nos dois anos seguintes, cedeu vitória ao Chile nos desempate por grandes penalidades que deram aos chilenos as duas únicas medalhas de ouro da sua história.

    Agora, esta Copa América pode ser o terceiro torneio seguido… a ganhar. A seleção argentina é campeã continental, campeã do Mundo e pode chegar à terceira conquista consecutiva – de certo modo, à semelhança da Espanha, que venceu dois Euros, em 2008 e 2012, com um Campeonato do Mundo pelo meio, em 2010.

    “Portugueses” em ação

    Convém mencionar que os campeonatos portugueses serão representados por 14 jogadores nesta edição da Copa América.

    Ángel Di María e Nicolás Otamendi, do Benfica, já venceram a prova em 2021 e entram como dois dos veteranos da Argentina para atacar a revalidação.

    Do outro lado da rivalidade e da experiência está a tripla portista do Brasil: Pepê, Evanilson e Wendell estreiam-se em grandes competições com a Canarinha. O FC Porto é, de resto, o clube português mais representado. Além destes três, Stephen Eustáquio, do Canadá, e Jorge Sánchez, mexicano, estão convocados. Para fechar os três grandes, o único representante do Sporting é Franco Israel, no Uruguai.

    Tal como o Brasil, a Venezuela tem três representantes a jogar em Portugal. Matías Lacava, do Vizela, Telasco Segovia, do Casa Pia e Jhonder Cádiz, do Famalicão, foram convocados, sendo que Puma Rodríguez, colega de clube de Cádiz, está, tal como Jovani Welch, do Académico de Viseu, ao serviço do Panamá. Jesús Castillo, peruano do Gil Vicente, fecha esta contabilidade.

    Grupo A – Copa América

    No grupo que estreará a competição nesta quinta-feira, a Argentina quer fazer jus ao favoritismo e arrancar como principal candidata ao título da Copa América. Título esse, aliás, que colocaria a albiceleste como a maior vencedora de toda a Copa América, ultrapassando o Uruguai. Ao seu lado, há outras duas seleções sul-americanas, Peru e Chile, que vivem uma crise – estão fora da zona de classificação para o próximo Mundial -, além do Canadá, que vem crescendo aos poucos no desporto e, inclusive, disputou o último Mundial, no Catar, em 2022.

    Argentina – Além da reputação que vem com os troféus, a comparação com as outras seleções não deixa dúvidas: a Argentina é a favorita à conquista desta Copa América. Lionel Messi é, ainda, o mágico astro. É certo que a idade pesa a todos, mas o detentor da Bola de Ouro continua a espalhar magia por qualquer relvado que pise. Ángel Di María e Nicolás Otamendi, jogadores do Benfica, são alguns dos veteranos, porém, importantes elementos para Lionel Scaloni, que conta também com jogadores mais jovens como Enzo Fernández, Lautaro Martínez ou Julián Álvarez como figuras importantes para atacar a prova.

    Peru – A seleção peruana não chega como uma das favoritas ao título da Copa América, mas pretende dar trabalho aos adversários. Apesar do mau desempenho no início das Eliminatórias Sul-Americanas, a equipa de Jorge Fossati baseia-se num estilo de jogo defensivo, com três centrais e dois alas rápidos, sempre prontos para sair no contra-ataque.

    Duas vezes campeão, o Peru vive um momento de passagem de bastão na seleção. Principal referência da seleção nos últimos anos e estrela do futebol brasileiro na década passada, Paolo Guerrero, aos 40 anos, vive a reta final da carreira. Outro destaque é o ex-Benfica e Sporting André Carrillo, que, ainda assim, não tem presença garantida entre os titulares.

    Chile – A seleção chilena é outra que vive um processo de transição. Comandada por Ricardo Gareca, a equipa não iniciou bem as Eliminatórias, mas apostou (e bem) nos craques veteranos para aliar qualidade técnica a rendimento.

    De facto, os Estados Unidos são um local memorável para a seleção chilena. Em 2016, a equipa comandada por Jorge Sampaoli conquistou o bicampeonato da Copa América em solo norte-americano, com uma vitória sobre a Argentina.

    Canadá – O Canadá chega ao país vizinho com o objetivo de surpreender as outras equipas. Sob o comando dentro de campo de Alphonso Davies, do Bayern de Munique, a equipe de John Herdman tem jovens de olho em mais uma oportunidade de fazer história.

    Em 2022, os canadenses conquistaram uma vaga para a Mundial no Catar, mas foram logo eliminados na fase de grupos, sem qualquer vitória. Agora, com a participação na Copa América, sonham com uma vaga nas fases finais. A arma não tão secreta da equipa é mesmo Alphonso Davies, que joga com mais liberdade, com uma função mais ofensiva e de criação de jogadas.

    Grupo B – Copa América

    O Grupo B da Copa América talvez seja o mais equilibrado dos quatro na competição continental. Tendo o forte – porém em crise – México como cabeça de série, o grupo ainda conta com duas seleções sul-americanas que vivem bons momentos (Equador e Venezuela), além da Jamaica, que corre por fora, mas promete dar trabalho aos outros concorrentes.

    México – A seleção mexicana chega como favorita para o grupo, mas num certo momento de crise de identidade. O técnico, Jaime Lozano, era interino, mas acabou por ganhar um voto de confiança e foi efetivado no cargo. Porém, nos jogos pré-Copa América, “La Tri” vem de quatro derrotas nas últimas seis partidas sendo um deles contra o Brasil, num amigável, por 2-3, além de ter perdido a Liga das Nações da CONCACAF para os Estados Unidos, em março. Com isso, terá de se superar e de se reinventar para tentar chegar longe na competição.

    Equador – Uma das seleções mais emergentes da América do Sul, o Equador chega como um dos favoritos à classificação, principalmente por conta do bom trabalho do seu treinador, o espanhol Félix Sánchez. Dos três amigáveis pré-Copa América, os equatorianos ganharam dois e perderam um, para a Argentina.

    Venezuela – A Venezuela vem, talvez, no melhor momento da sua história, estando dentro da zona de classificação para o próximo Mundial e com uma interessante panóplia de jogadores, principalmente de âmbito ofensivo. Os “brasileiros” Nahuel Ferraresi, do São Paulo, Tomás Rincón, do Santos, Yeferson Soteldo, do Grêmio, e Jefferson Savarino, do Botafogo, são os grandes destaques da formação treinada por Fernando Batista.

    Jamaica – Os ‘Reggae Boyz’ chegam para a Copa América como um dos “outsiders” do torneio, mas procurarão, obviamente, surpreender. A grande esperança é no seu ataque, que tem alguns nomes de peso, como Michail Antonio, do West Ham, Leon Bailey, do Aston Villa, e Demarai Gray, ex-Leicester e hoje na Arábia Saudita. Além disso, contará com o trabalho já bem consolidado do seu treinador, o islandês Heimir Hallgrímsson, que já lá está há quase dois anos.

    Grupo C – Copa América

    Se o grupo B tem tudo para ser o mais equilibrado, o grupo C, por outro lado, tem tudo para ser o mais desequilibrado, uma vez que Estados Unidos e Uruguai surgem como francos favoritos à classificação. No entanto, a Bolívia, treinada pelo brasileiro Antonio Carlos Zago, e o Panamá,  correndo por fora, tentarão surpreender tudo e todos.

    Estados Unidos – A seleção anfitriã da Copa América chega como uma das favoritas no grupo, mas vem de alguns jogos preocupantes, como a derrota por 5 a 1 para a Colômbia, em jogo de preparação. No entanto, com a força da sua cada vez mais fanática torcida pelo futebol, os “Yankees” querem espantar um possível início de crise com a classificação para o “mata-mata”.

    Uruguai – A seleção uruguaia é, como já referido anteriormente, juntamente com a Argentina, o país que mais vezes conquistou a Copa América. Foram 15 as vezes que conquistou esta grande competição. Por isso, nesta edição de 2024, a turma comandada por Marcelo Bielsa, tentará ficar com a liderança isolada no número de títulos da competição. Para isso, terá grandes jogadores à sua disposição, como são os casos de Luis Suárez, Darwin Núñez, o ex-Sporting Ugarte, De La Cruz ou De Arrascaeta.

    Bolívia – A Bolívia chega à Copa América durante um processo de reformulação visando chegar no próximo Mundial. Quem comanda essa mudança é um técnico brasileiro, António Carlos Zago. Desde 1994 que o país não disputa um Mundial, sendo que, coincidentemente, foi no mesmo lugar que será parte dessa próxima grande competição em 2026, precisamente também nos Estados Unidos.

    Panamá – Considerada a maior surpresa de toda a Copa América, o Panamá chega apenas para a sua segunda participação na competição. A seleção treinada por Thomas Christiansen quer fazer história e passar pela primeira vez a fase de grupos.

    Grupo D – Copa América

    Ora, se, no grupo A, reside o grande favorito, está no grupo D a grande concorrente. Apesar do nível do Brasil não ser o mesmo que de outros tempos, a seleção de Dorival Júnior continua a contar com jogadores como Éder Militão, Lucas Paquetá, Endrick, Rodrygo e, como figura de proa, Vinícius Júnior, que vem de mais uma época ao mais alto nível pelo Real Madrid.

    Brasil – Assim sendo, a seleção brasileira está em processo de reformulação, tanto a nível do comando técnico como de jogadores, contando com o já referido trio azul e branco.

    Nos particulares preparatórios para a Copa América, apesar de não ser derrotado, o Brasil não convenceu o seu “torcedor” contra as seleções dos México e dos Estados Unidos. Com os resultados de 2-3, contra os mexicanos, e 1-1, contra os estadunidenses, a seleção recebeu algumas críticas pelo futebol apresentado e a escolha do treinador ainda não é totalmente consensual.

    Colômbia – Com algumas surpresas entre os convocados e jogadores titulares, a seleção colombiana traz os conhecidos James Rodríguez, Richard Ríos, Luis Díaz e Jhon Arias. Com a possibilidade de avanço dos dois primeiros classificados do grupo, a Colômbia será a principal concorrente do Brasil pela vaga na próxima fase.

    Paraguai – Com Miguel Almirón como estrela da equipa (contando ainda com Óscar “Tacuara” Cardozo), os paraguaios buscam a classificação para a segunda fase do torneio, visando tentar surpreender e voltar a vencer a Copa América, assim como ocorreu em 1953 e 1979, embora isso seja tremendamente difícil e improvável de acontecer.

    Costa Rica – Conhecida principalmente pela campanha no Mundial de 2014, que revelou, dentre outros jogadores, o guarda-redes Keylor Navas, que foi multicampeão no Real Madrid, a seleção da Costa Rica tem diversas caras novas. O experiente guardião, inclusive, retirou-se da seleção, abrindo caminho para uma nova disputa na baliza costarriquenha. Recorde-se que a próxima edição da competição será em 2028, mas sobre isso ainda pouco se sabe. Há rumores de que o número de equipas pode ser reduzido para 12, mas ainda nada está oficialmente confirmado. Equador, Estados Unidos e Uruguai/Argentina/Paraguai são as três candidaturas já oficializadas para receber a 49ª edição da competição.

    Assistiremos, então, de “cadeirinha” a esta grande competição, que se alia ao Euro 2024, permitindo-nos ter jogos durante (quase) literalmente todo o dia!

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    Jovem entusiasta e curioso, o Raúl tem 18 anos e está prestes a ingressar na Universidade. O seu objetivo é fazer jornalismo, de preferência desportivo, até porque a sua paixão pelo desporto é infindável e inigualável. Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora ver, falar e escrever sobre futebol, nunca fugindo às táticas envolvidas no mesmo. O desporto-rei é, assim, a sua grande paixão e o seu refúgio para escapulir nos momentos em que a sua grave doença se faz sentir. Ainda assim, também se interessa bastante por NBA, futsal, hóquei em patins, andebol, voleibol e ténis. Acredita que se aprende diariamente e que, por isso, o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.