Cabral, Tengstedt ou Leonardo: Qual é a melhor opção? | Benfica

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    Foram 45 os milhões investidos pela estrutura do Benfica na posição mais adiantada no terreno. Posição essa que, planeada e executada da melhor forma, aproxima geralmente a equipa da glória e do sucesso desportivo.

    Numa lista passada composta por nomes como Gonçalo Ramos, Darwin, Jonas, Mitroglou, Óscar Cardozo ou Lima, o Benfica quis juntar ao quadro da história recente do clube os nomes de Tengstedt, Arthur Cabral e Marcos Leonardo.

    Com a época prestes a terminar, e já com tempo suficiente para fazer um balanço sobre o rendimento dos atletas ao serviço do clube, surge a grande incógnita: Qual é o melhor avançado do Benfica atualmente? Analisemos.

    Tengstedt, o primeiro a chegar na época 2022/2023, custou aos cofres do Benfica cerca de sete milhões de euros. Dinamarquês proveniente do Rosenborg da Noruega, o avançado nórdico chegou de surpresa e sem rótulo de estrela. Ele, que na liga norueguesa até apresentava bons números, teve de passar por um período de maior adaptação em Portugal para ter minutos decentes com a camisola das águias.

    Casper Tengstedt no jogo entre o Benfica e o Vizela
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Um jogador que nos primeiros tempos mostrou sempre muitas dificuldades quando entrava dentro das quatro linhas, tornou-se uma peça importante do plantel numa determinada altura da época. Aquando da seca de golos de Arthur Cabral e a não consistência de Musa como titular, Tengstedt cresceu e mostrou-se um jogador bastante útil para a equipa.

    Foi herói frente ao Sporting na reviravolta na Luz e fez uma exibição de encher o olho na receção ao Inter de Milão para a liga milionária. Exibições como essa ajudaram o dinamarquês a ganhar confiança e a subir na consideração do treinador e dos adeptos, até porque, nessa fase, a sua presença em campos fortalecia a fluidez ofensiva do Benfica.

    Destaca-se bastante pelos bons movimentos sem bola, tanto no ataque à profundidade como nos movimentos de rotura, e acrescenta ainda a esses aspetos o facto de ser o primeiro elemento a defender ao fazer pressão na saída de bola adversária, à semelhança do que Gonçalo Ramos fazia na temporada passada.

    Ainda assim, essas qualidades não chegam para se estabelecer como o ponta de lança titular do Benfica porque, olhando para os fundamentos básicos do futebol, uma equipa que não marca golos está sempre mais longe de vencer um encontro. Nesse aspecto, Tengstedt peca bastante, visto que, para um avançado, a sua veia goleadora é quase inexistente, prejudicando a equipa em bastantes momentos decisivos. Ou seja, três golos em 33 encontros disputados com a camisola dos encarnados, não chegam para fazer de Tengstedt uma opção viável para o conjunto da Luz.

    Benfica x Braga
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Arthur Cabral, o principal investimento do Benficapara colmatar a saída de Gonçalo Ramos do clube, chegou à capital por 20 milhões de euros, proveniente da Fiorentina. Uma contratação que surgiu também de forma repentina, depois da saída do português para o PSG. Ele que havia sido eleito o melhor marcador da Liga Conferência na temporada passada, teve mais facilidade em marcar em jogos internacionais do que na própria liga italiana onde, em duas épocas com a camisola da equipa de Florença, havia marcado apenas dez golos.

    Apesar disso, a confiança na sua contratação era elevada, tanto por parte da estrutura como da massa adepta, que via no novo número 9 das águias um matador puro, pronto para estabelecer novos máximos na liga portuguesa. A verdade é que as expectativas não corresponderam com a realidade e até Arthur se adaptar ao estilo de jogo encarnado, passou-se um período de bastante importância para a turma de Roger Schmidt. Depois desse tempo conturbado e, à boleia do calcanhar em Salzburgo que manteve as aspirações europeias do Benfica vivas, o avançado brasileiro entrou numa maré positiva e passou alguns jogos consecutivos a marcar, com destaque para a exibição frente ao Braga para a Taça de Portugal, onde foi dono e senhor do número que carrega nas costas desde que chegou à Luz.

    No entanto, a inconsistência na sua utilização trouxe também alguma irregularidade nas suas prestações que se foram mostrando pobres em alguns momentos. Entre jogos quase utópicos e outros de grande passividade, o estatuto de Arthur Cabral nos encarnados acaba por se estabelecer como um grande ponto de interrogação. Até ao momento, os 11 golos marcados pelo atleta não justificam os 20 milhões investidos na sua figura, contudo, a segunda época pode contar uma história diferente, uma que ainda não foi escrita. Mesmo assim, face ao envolvimento atual, no caso de surgir uma proposta tentadora pelo avançado que cubra o valor investido, o cenário mais provável é a sua saída, não abrindo espaço para uma segunda oportunidade na próxima época. Caso isso não se verifique, a sua permanência pode mudar o paradigma que, neste momento, não o aponta como a melhor solução para o ataque encarnado.

    Marcos Leonardo
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Por último, mas não menos importante, está Marcos Leonardo. O jovem de 20 anos foi adquirido ao Santos por 18 milhões de euros, já em janeiro, num negócio rotulado como uma “oportunidade de mercado”, isto porque, face à quantidade de opções disponíveis para a posição à data, não se previa um novo investimento para a posição mais adiantada no terreno.

    Ainda assim, o avançado que no Brasil já havia marcado 54 golos como sénior, chegou à Luz e rapidamente causou um impacto que não se esperava aquando da sua chegada. Ele que era visto como um produto a evoluir para o futuro, quis desde cedo deixar a sua marca e, em 280 minutos de utilização até ao momento, já leva sete golos de águia ao peito. Um número que reflete um golo a cada 40 minutos, estabelecendo-se assim como o atleta que precisa menos tempo para marcar nas principais ligas europeias. No duelo frente ao Braga, Marcos Leonardo bisou em apenas 25 minutos de utilização ao empurrar o Benfica para a vitória, acabando mesmo por ser eleito como homem do jogo.

    Um avançado que não se serve de uma característica só, junta em si um acumular de aspetos que o tornam num jogador completíssimo, ainda na juventude dos seus 20 anos. Dentro de área, o brasileiro tem uma veia goleadora fora do comum, sabendo aproveitar da melhor formas as ocasiões que lhe são concedidas. Já marcou de pé direito, já marcou de pé esquerdo, já marcou de cabeça e ultrapassou desta forma os concorrentes diretos à posição na lista de melhores marcadores do campeonato num curto espaço de tempo.

    Numa altura em que os encarnados precisam tanto de um elemento que se estabeleça como a principal referência ofensiva, Marcos Leonardo surge para vincar o seu lugar e para mostrar o porquê de ser considerado uma das maiores promessas do futebol mundial atualmente.

    Face ao que foi revisto e analisado, e olhando à situação atual do clube, Marcos Leonardo é, neste momento, a melhor opção para o ataque do Benfica, considerando não só o presente, como também o futuro do clube da Luz.

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    Guilherme Terras Marques
    Guilherme Terras Marques
    Orgulhoso estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vê no futebol e na sua cultura uma paixão. É apenas mais um jovem ambicioso que sonha fazer do jornalismo desportivo a sua vida. Escreve com o novo acordo ortográfico