Julgava eu que com o meu desabafo em forma de artigo da semana passada cobria os maiores problemas do futebol português, mas eis que a claque do Vitória Sport Clube me provou que o contrário. O pior é que este problema não se cinge ao futebol português, abrangendo toda a sociedade.
Os insultos racistas que levaram ao abandono do campo pelo jogador do FC Porto, Moussa Marega, foram o mais recente caso de racismo no futebol nacional, tendo mais projeção mediática devido à atitude corajosa do jogador. No entanto, os insultos de adeptos motivados pela cor de pele dos futebolistas é um problema já antigo, que nos devia unir a todos em torno desta causa em que se defende mais a Humanidade do que clubes e jogadores.
Enquanto houver “adeptos” a imitar sons de macacos nos estádios, o futebol perde toda a sua beleza, e enquanto esses ditos “adeptos” julgarem um jogador pela cor de pele e não pelo talento e esforço, vivendo obcecados com o preto e branco, vamos sempre ser um país e uma sociedade sem cor e absolutamente, retrógrada.
Importa agora esclarecer uma coisa: em geral, a sociedade portuguesa não é racista. Mal de nós se fôssemos, já que somos um país de imigrantes e de emigrantes e temos uma ligação inquebrável com África e as Américas. No entanto, como em todo o lado, há racistas em Portugal. Gente que não evoluiu e continuou a pensar a preto e branco. Pois bem, essas pessoas não podem estragar o espetáculo que é o futebol. Este desporto é uma festa, multicolorida, em que nós, adeptos, festejamos os golos de todos, sem olhar para a cor de pele. É assim que deve ser. E enquanto não for assim para alguns, esses vão sempre destruir a paixão de todos.
Foto de Capa: UEFA