Soube-se ontem que o Sporting vai ocupar a vaga existente na Divisão de Honra deixada com a recusa do Caldas em subir, depois de se ter sagrado campeão da Primeira Divisão Nacional.
Esta foi uma decisão que, para mim – e para a maioria dos sportinguistas –, tem tanto de surpreendente como de incerta. Sé é certo que nós todos queremos ver o nosso clube na divisão máxima de qualquer modalidade, também é verdade que o queremos ver a vencer e a lutar por títulos, e o que se vai passar, caso não aconteçam mudanças muito grandes no plantel, é que vamos ter um Sporting que vai contar com derrotas em todos ou praticamente todos os jogos, sendo que em alguns a diferença talvez se situe em mais de 100 pontos.
Mas afinal o que fez o Sporting aceitar este convite? Segundo a Direção (recordar para os mais desatentos que a modalidade é autónoma, ou seja, não pertence mesmo ao clube), “a dimensão histórica do Sporting Clube de Portugal, o estatuto de fundador do rugby em Portugal, a responsabilidade de em qualquer modalidade ter de lutar para estar entre os melhores, pesou na decisão do clube.” Se não deixa de ser verdade que a importância e a dimensão de um clube como o Sporting, neste caso específico um dos fundadores da modalidade no país, são fatores de peso, a decisão não deixa de ser muito arriscada por estes fatores. Se recordarmos um caso recente e atual do Sporting vemos que o Hóquei em Patins (este ano regressa ao Sporting a nível sénior) teve um crescimento sustentado, começando na formação e indo crescendo com os seus jogadores. O basket leonino, que começou na mesma temporada que o rugby, também apresenta um plano semelhante ao do hóquei; começou com o escalão de minis em ambos os sexos e está a começar a crescer, com a criação do escalão de sub-14. Fora estes escalões, com a criação da modalidade apareceu uma equipa de sub-19 e sénior feminina. No rugby também se verifica este modelo, mas este passo pode ser uma machadada no seguimento deste rumo que vinha a ser acertado, pois o desenvolvimento e aceleramento vão ter de ser maiores do que o esperado.

Fonte: Blogue SPVN
Apesar disso, posso estar a ser injusto, pois até ao início da temporada podem aparecer reforços de peso que farão melhorar a equipa e com isso a sua qualidade. Para a melhoria da qualidade do plantel os patrocínios serão decisivos, e a criação do canal do Sporting poderá ser uma boa alavanca, já que os jogos em casa desta modalidade serão transmitidos no canal. Com isto, a visibilidade vai aumentar, proporcionando um maior retorno a quem patrocinar o clube. Mas com os dados atuais penso ser unânime para todos que este passo foi maior do que a perna, podendo prejudicar toda a secção.
Para já, a única coisa certa é que a equipa contará com o meu apoio e o de todos os sportinguistas em qualquer circunstância. O Estádio Universitário em Lisboa contará, como sempre, com boas molduras humanas no apoio ao Sporting e a quem o defende dentro de campo.