Agora que o mercado de transferências terminou o FC Porto, nomeadamente Sérgio Conceição e a sua equipa técnica terá a difícil tarefa de aferir e integrar todos os reforços deste mercado na equipa.
Na totalidade, foram dez os reforços dos azuis e brancos neste mercado, sendo que três deles são novas opções exclusivamente para a posição de ponta-de-lança. Face à escassez de golos marcados pelo setor mais ofensivo da equipa na época passada, Sérgio Conceição restaurou por completo a casa. Terá sido um upgrade?
Olhemos para as saídas, primeiramente. Tiquinho Soares, que abandona o FC Porto para rumar à China, representando o Tianjin Teda FC, fez dez golos na Primeira Liga na época passada. Não era, de todo, um jogador imprescindível no plantel portista, mas tinha algo importante para o sistema tático de Conceição – o jogo aéreo.
Não era apenas Soares que sabia voar entre os centrais. Também Zé Luís, dada a sua estatura física, tinha boas competências no que toca a finalizar de cabeça. O cabo-verdiano regressou ao FK Lokomotiv de Moscovo após uma temporada aquém das expetativas nos dragões – sete golos em 19 jogos na Primeira Liga.
Falemos também de Vincent Aboubakar. Um jogador de quem os adeptos, há alguns anos, esperavam muitas alegrias e um grande encaixe financeiro. As graves lesões sofridas nos últimos dois anos degradaram o protagonismo do camaronês no futebol. Daí não ter marcado nenhum golo nos únicos cinco jogos que realizou na Primeira Liga, ainda que tenha salvado o FC Porto na Liga Europa frente ao BSC Young Boys.
E, por último, o protagonista da maior transferência dos azuis e brancos neste verão – Fábio Silva. Trata-se de uma jovem promessa em ascensão com bons números pelas camadas jovens, mas que não se conseguiu afirmar no plantel principal portista. Com um golo marcado em 12 jogos no principal escalão do futebol português, Fábio ruma a Inglaterra para jogar no Wolverhampton Wanderers FC a troco de 40 milhões de euros. Detinha o recorde de jogador mais novo a estrear-se e a marcar pela equipa principal do emblema portista.
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— FC Porto (@FCPorto) October 7, 2020
No sentido inverso, três atletas chegaram para fazer balanças as redes das balizas adversárias. Três jogadores distintos naquilo que são as suas caraterísticas e momento de carreira, mas que têm uma primeira oportunidade de brilhar num grande clube europeu.
Mehdi Taremi, o mais velho e experiente dos três (29 anos), chega ao FC Porto depois de uma temporada em terminou empatado com Carlos Vinícius e Pizzi na lista de melhores marcadores da Primeira Liga (18 golos em 30 jogos). O iraniano alia o físico e a técnica ao instinto matador tornando-se numa potente arma para o ataque portista, apesar de ainda não ter marcado qualquer golo à terceira jornada. Um avançado que sabe estar no sítio certo à hora certa.
Ainda em Portugal, o FC Porto foi pescar Toni Martínez à equipa revelação do campeonato passado que reside em Vila Nova de Famalicão. O ponta-de-lança espanhol teve uma das melhoras épocas da sua carreira terminando o campeonato com 10 golos em 32 jogos. Toni tem caraterísticas diferentes de Taremi, sendo um ponta-de-lança mais móvel que pode até descair para a linha à procura da bola. A persistência, a velocidade com bola e a capacidade de também conseguir assistir para golo são as principais skills do espanhol.
Por último, mas não menos importante, o jovem brasileiro Evanilson chega do Fluminense FC com rótulo de futura promessa e talvez seja o mais diferente dos avançados do plantel portista. Pela capacidade de finta e drible que tem, pela velocidade que exibe, pelo controlo da bola… no fundo, transmite o sentimento de “joga bonito” que o futebol brasileiro tem. E ainda assim tem muito golo, prova disso foram os 28 golos em 32 jogos pelos sub-20 do “Flu”. Na equipa principal fez dez golos em 25 jogos. Certamente que será um “must see” da Primeira Liga.
No final das contas, apenas Moussa Marega foi o sobrevivente da época passada e para já é a aposta de Sérgio Conceição para o lugar de ponta-de-lança no 4-3-3 de Sérgio Conceição. O maliano segue com dois golos em três jogos e a menos que o FC Porto passe a jogar com dois avançados, Marega não sairá do onze inicial. No geral, o setor mais ofensivo dos dragões deixa de ter tanta capacidade no jogo aéreo e não há, propriamente, um homem de área, mas cresce nas movimentações, na velocidade e no drible. Se será uma evolução ou regressão? Isso só o tempo dirá.