Marko Grujic | Muita expetativa, pouco resultado final

O médio sérvio chegou ao Dragão no final do mercado de transferências para preencher uma grande lacuna no meio-campo portista – a saída de Danilo Pereira. Esperava-se muito de Grujic, vinha de empréstimo do Liverpool FC, apesar de nunca ter chegado à equipa principal dos reds, e de duas épocas muito aceitáveis ao serviço do Hertha de Berlim.

Eu próprio escrevi, aquando da sua chegada, que seria um substituto à altura de Danilo Pereira, mas a verdade é que não tem mostrado nem perto do que se esperava. Não foi titular desde o início, como é normal com uma nova contratação, e nunca conseguiu destronar a dupla Sérgio Oliveira–Uribe. Teve as suas primeiras oportunidades nos jogos da Taça e da Liga dos Campeões, mas claramente que não estava com o ritmo de jogo desejado.

Grujic mostrou-se muitas vezes displicente com a bola nos pés, com muitos passes fáceis errados, e demasiado agressivo sem bola. Esperava-se também uma forte chegada à área e um remate de fora de área perigoso, mas a verdade é que não temos visto nada do género por parte do sérvio.

Esperava-se um jogador que fosse capaz de aliar um bom jogo físico a uma forte componente técnica, mas não tem sido esse o caso. Nota-se que se consegue impor ao usar o seu corpo, mas nem sempre fá-lo bem, e tem mostrado bastantes falhas na receção e no passe. E, em geral, não tem parecido muito interessado em melhorar. E qualquer jogador que pareça não estar empenhado a 100% no jogo vai ter muitas dificuldades com Sérgio Conceição.

 Sem exibições que impressionassem, e com a dupla de meio-campo titular a conseguir ganhar bastante consistência e continuidade, Grujic vai ter que elevar muito o seu nível para conseguir entrar no onze inicial. E seria sem dúvida alguma muito importante para o FC Porto ter um terceiro médio que fosse realmente capaz de criar competição a Sérgio e Uribe.

Mas, infelizmente, Grujic tem sido mais um caso de um jogador que vem emprestado para o Dragão, e que não parece ter grande interesse em destacar-se realmente. Esperava-se muito tanto do sérvio como de Sarr e Felipe Anderson, e nenhum dos jogadores tem conseguido mostrar tudo aquilo que prometiam.

Jogadores que terão certamente um salário muito alto têm que render mais em termos futebolísticos, já que não o poderão render em termos financeiros. Mas o que temos visto tem sido estes jogadores a tirarem oportunidades aos mais jovens do plantel, que certamente não terão problemas em mostrar que querem jogar pelo clube. Sarr estava, até uma certa altura, a jogar mais que Diogo Leite, que já provou ser melhor que o francês, o lugar de Felipe Anderson no plantel podia facilmente ter sido logo preenchido com João Mário, e mesmo Romário podia estar a ter mais minutos de jogo se não fosse a presença de Grujic.

É importante que o plantel seja largo e que a competição pelos lugares seja alta, mas pede-se também mais rigor no mercado de transferência, especialmente quando se trata de jogadores emprestados sem opção de compra. A justificação será certamente a de que a situação financeira do clube não terá permitido a compra de jogadores a título definitivo, mas será que os salários que o FC Porto está a pagar a estes três jogadores não podiam ter sido investidos de outra forma?

Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

Alexandre Matos
Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.

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