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Numa altura em que todos os pretextos são suficientes para se falar em renovações e mudanças de jogadores, Paulo Bento entra numa fase crítica do seu trabalho enquanto selecionador nacional de Portugal. Com um leque de opções cada vez mais reduzido – umas por envelhecimento dos jogadores, outras por divergências com o treinador – são cada vez maiores as dores de cabeça do treinador para formar um 11 verdadeiramente competitivo e capaz.

De entre as mais variadas críticas às opções de Paulo Bento, aquelas que me têm parecido ter ganho maior relevância nos últimos tempos são as ausências de Adrien e Quaresma das escolhas iniciais da equipa. Estas opções são, obviamente, discutíveis, mas estão longe de serem decisivas para o sucesso/insucesso da equipa. Isto porque tanto uma como a outra posição têm opções com qualidade suficiente para existir este tipo de opções do treinador. Sem recorrer a qualquer auxílio na Internet, lembro-me, de cabeça, de nomes como André Gomes (que é o atual detentor do lugar), João Mário, Rúben Amorim (lesionado), Rafa, Raúl Meireles ou mesmo Marcos Lopes, que podem atuar no lugar do jovem jogador leonino. Pela parte de Quaresma, há, de facto, menos qualidade, mas nomes como Bruma, Vieirinha, Varela, Ricardo Horta e os titulares, Ronaldo e Nani, garantem alguma qualidade ao posto.

Claro que, pela minha parte, eu seria o primeiro a defender a inclusão destes dois jogadores nos convocados habituais de Paulo Bento. Mas o que quero com isto dizer é que estas não são as situações de maior urgência na nossa seleção. O maior problema está lá mais atrás. E se há uns tempos, até Fábio Coentrão aparecer, Portugal tinha uma lacuna no lado esquerdo, agora tem outra do lado direito. Portanto, Paulo Bento e portugueses em geral: temos um enorme problema do lado direito. Não há quem tenha qualidade suficiente para assegurar a estabilidade daquele posto de forma segura para os próximos. Duvidam? Então vamos analisar.

João Pereira é o elo mais fraco da Seleção Portuguesa Fonte: topmercato.com
João Pereira é o elo mais fraco da Seleção Portuguesa
Fonte: topmercato.com

O atual detentor do lugar, João Pereira, está debaixo de fogo. E com clara justificação. João Pereira tornou-se, à vista de todos, no elo mais fraco da defesa por todos os erros que tem acumulado, desde que Paulo Bento lhe deu a titularidade, no início do seu trabalho. O lateral do Valencia tem vindo a perder todas as virtudes que, em tempos, o fizeram parecer um jogador aceitável para as ambições de uma equipa como a de Portugal. No entanto, com o passar do tempo, tem regredido a olhos vistos e transformou-se num lateral inseguro, que não tem capacidade para fechar a sua zona e recuar no terreno nos tempos corretos. Para além disto, nem no capítulo ofensivo – que até seria a sua melhor qualidade – tem conseguido compensar as suas debilidades defensivas. Tornou-se um desastre cada vez maior no capítulo do passe, já que raramente consegue acertar uma tabela, e a sua taxa de cruzamento de sucesso, arrisco eu, deve ter tido uma redução de mais de 50% nos últimos tempos. João Pereira é o reflexo do desgaste desta seleção e o nome que mais próximo deve estar de perder a titularidade com Paulo Bento. O problema, no entanto, são as (quase nulas) opções que o selecionador nacional tem, nesta altura, para o seu lugar.

Olhando para os nomes que, neste momento, estão na pole position para o lugar, consigo apenas encontrar um com capacidade para se elevar ao nível dos seus parceiros na defesa, sem que se notem diferenças desmedidas ao nível da qualidade: falo de Sílvio, que, infelizmente, continua a recuperar de lesão. O lateral de 26 anos, depois de Fábio Coentrão, é o melhor lateral português e a escolha natural para o posto. Rápido, seguro a defender, com uma técnica aprimorada para um jogador que ocupe as zonas mais recuadas do terreno e capaz de gerar grandes desequilíbrios a nível ofensivo. Não tenho dúvidas de que, quando recuperar, é o natural titular do lado direito português. Mas, enquanto tal não se sucede, o problema mantém-se. Olhando para os sub-21, está Ricardo Esgaio. Uma carta fora do baralho, dado que é um jogador inferior a João Pereira, tanto a defender como a atacar. Depois, poderia haver Miguel Lopes, se não estivesse arredado dos titulares no Sporting. A meu ver, depois de Sílvio, até poderia ser a melhor escolha para o posto. É um lateral experiente, com rotinas e que consegue balancear muito bem as suas investidas ao ataque com as suas responsabilidades defensivas. Tem técnica, mas decide muito mal. E, como já referi, não joga, nem vai jogar tão cedo, logo é também carta fora do baralho.

Sílvio seria a melhor opção para o lado direito de Portugal Fonte: wikimedia.org
Sílvio seria a melhor opção para o lado direito de Portugal
Fonte: wikimedia.org

Sobram Cédric Soares e André Almeida. O primeiro é o titular do Sporting e o segundo é pau para toda a obra no Benfica de Jesus. Por uma lógica comum de apostar no jogador que tem disputado mais partidas, a escolha recairia sempre em Cédric. Mas, na seleção, para além dos jogos, temos de olhar para outros fatores. E a qualidade é um deles. Cédric é um jogador dotado tecnicamente, capaz de conseguir boas investidas na zona mais ofensiva do terreno, mas que revela enormes debilidades a nível defensivo. É um jogador pouco seguro das suas ações e que, por norma, concede muito espaço ao seu opositor direto para ganhar terreno na lateral. Tem poucas noções do seu espaço enquanto defesa e a admiração que tem ganho nos últimos meses é única e simplesmente fruto da sua capacidade técnica, que disfarça todas estas componentes. Um pouco à imagem de João Cancelo – de quem até nem falei aqui –, que deslumbrou os críticos no início, mas que, pouco a pouco, foi demonstrando que era mais vocacionado para atacar do que para defender.

E como, nesta altura, Portugal necessita de maior segurança defensiva para o posto, e dado que Sílvio e Miguel Lopes estão indisponíveis, sobra apenas André Almeida. Parecerá mentira, mas o facto é que, atualmente, a melhor solução para o lado direito da nossa defesa é um médio de raiz. Pessoalmente, acho André Almeida um bom trinco – veja-se o bom jogo que fez contra o Sporting, por exemplo – e um competente lateral direito. Peca por não ser o protótipo de um jogador favorito do adepto comum, com uma técnica apurada, que faça arrancadas atrás de arrancadas. André Almeida não é um jogador tecnicista, mas corresponde a tudo aquilo que um treinador pode querer: é seguro, valoriza o espírito de equipa, poucas vezes erra e/ou inventa e não descura, em momento algum, as suas funções táticas básicas em campo. Não é um “lateral” ofensivo, mas confere estabilidade à equipa. E Portugal bem precisa disso. Para Paulo Bento, André Almeida seria a melhor opção para o momento. Por questões de segurança e para garantir que não surgem mais agravantes com a titularidade de João Pereira.

Mário Cagica Oliveira
Mário Cagica Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
O Mário é o fundador do Bola na Rede, professor universitário e comentador de Desporto na DAZN Portugal e Rádio Observador. Vive o Desporto 24/7 e tem em José Mourinho a sua referência.

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