O campeão versão 2014/15

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Seis jornadas de campeonato podem não ser suficientes para fazer uma análise profunda ao novo Benfica versão 2014/2015, mas esta parece-me ser a altura indicada para retirar as primeiras ilações sobre o desempenho da equipa encarnada neste início de época. No fundo, apontar os defeitos e as virtudes de um Benfica renovado mas não tão diferente do da temporada passada.

Comecemos pelas semelhanças: mentalidade vencedora. O que realmente importa e o que define os campeões. Mesmo sem encantar, pois engana-se quem pense que o vamos fazer regularmente esta temporada, o Benfica continua a ganhar os seus jogos, a encontrar a fórmula certa para o fazer, e as cinco vitórias em seis jogos do campeonato apenas vêm provar que as águias não estão dispostas a entregar de bandeja o título de campeão aos seus rivais, como muitos afirmavam ainda antes do começo da competição. Para além do espírito de vitória, que continua enraizado no plantel, Jorge Jesus e a direcção do Benfica parecem ter conseguido, mais uma vez, reconstruir a equipa de uma forma equilibrada, depois de terem saído mais metade dos titulares obreiros do triplete. Através de alguns acertos tácticos, Jesus conseguiu formular um onze-tipo capaz de superar os maiores desafios nacionais – nas competições europeias o caso muda de figura. Mas, como a prioridade é o campeonato, os homens do plantel encarnado têm capacidade para lutar até ao fim para revalidar o título nacional. Isso já deu para ver apenas com seis jornadas decorridas.

Em função de tantas entradas e saídas durante o defeso, este Benfica molda-se por uma estrutura ligeiramente diferente do que a do ano passado. Sem esquecer que ainda estamos numa fase muito precoce da época e que normalmente as equipas de Jorge Jesus explodem na segunda metade da temporada, a equipa encarnada está mais vulnerável em alguns sectores, principalmente na posição de avançado, e isso tem repercussões evidentes no estilo de jogo da equipa. Apesar de Talisca estar a mostrar a sua veia goleadora neste início de temporada, continuo reticente quanto ao seu papel de segundo avançado no sistema de Jesus. Como já se percebeu, a sua posição não é aquela e, com Enzo e Samaris instalados no onze, o médio brasileiro vai ter dificuldades no seu posto de titular. Obviamente que se trata de uma boa dor de cabeça para Jorge Jesus, mas, a meu ver, a equipa encarnada é mais dinâmica e perigosa se Lima tiver a companhia de Derley ou Jonás ao seu lado. Para além desta nuance, Ola John, em forma e com vontade de mostrar o seu talento, pode perfeitamente preencher o lado esquerdo do ataque encarnado, encostando o 10 Nico Gaitán para o centro e deixando o pé esquerdo do argentino ser a segunda fase da construção de jogo da equipa. Jesus tem usado esta estratégia como plano B e, como se viu nas últimas jornadas, parece resultar na perfeição. Este aspecto do jogo encarnado é o que poderá fazer a diferença na qualidade de jogo da equipa daqui para frente. Não é o único, pois Jardel parece não lidar bem com o estatuto de titular, mas para já é o que pretendo destacar nesta primeira impressão da nova águia. Durante a temporada, todas estas arestas serão limadas por Jorge Jesus, que semanalmente fará a gestão dos jogadores a seu bel-prazer, já que tem à sua disposição um grupo com qualidade e margem de progressão capazes de dar alegrias aos adeptos encarnados.

Depois de perder com o Zenit, uma vitória em Leverkusen é crucial para a qualificação do Benfica na Liga dos Campeões. Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Depois de perder com o Zenit, uma vitória em Leverkusen é crucial para a qualificação do Benfica na Liga dos Campeões.
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Este meu tom confiante e optimista é, de facto, genuíno, mas não disfarça algumas preocupações que naturalmente me apoquentam, não fosse eu adepto encarnado. De entre essas preocupações, destaco a apatia do Benfica perante a Liga dos Campeões. Já que estamos a entrar em mais uma jornada europeia, gostaria de alertar o plantel para, de uma vez por todas, não se amedrontar perante a mais conceituada competição de clubes europeus, mas mostrar ao mundo do futebol que a águia pode voar alto nos grandes palcos. E por grandes palcos refiro-me aos da Liga milionária. Consciente de que o Benfica realizou exibições astronómicas nas passadas edições da Liga Europa, confesso também que a equipa poderia e deveria ter feito muito mais na Liga dos Campeões, pois teve fortes possibilidades de passar a frase de grupos nas duas épocas anteriores – o mínimo que se exige a um clube como o Benfica – e tal não aconteceu. Esta temporada, a competição não começou da melhor forma para as águias, mas pela frente ainda estão mais seis batalhas para a equipa provar que não é inferior a qualquer uma das restantes equipas que compõem o grupo C da Champions League.

Votos de uma exibição ao nosso nível na Alemanha, meu Benfica!

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João Pedro Óca
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