As VARiáveis do vídeo-árbitro e a subjectividade que ajuda

HÁ UM FUTEBOL PORTUGUÊS ANTES DO VAR E DEPOIS DELE?

Antes do VAR, falou-se durante muitos anos das escolhas dúbias dos árbitros para determinados jogos, e as decisões destes em determinados lances, de determinados jogos, em que eram protagonistas determinados clubes.

Nesse tempo, ainda que houvesse, por infortúnio do autor, uma decisão totalmente inexplicável que resultasse num resultado completamente enviesado, nada acontecia. No máximo ouvir-se-iam os rivais a reclamar durante uns dias, mas nada mais que isso.

A verdade é que, apesar de se ter tentado passar a ideia de que no final a balança ficava equilibrada entre os três grandes (e este pensamento já significava que todos sabiam que alguns eram beneficiados, mas era normal, e ninguém se importava), os que ganhavam eram sempre os mesmos. Os dois, que a certa altura se tornou apenas um, e depois o outro até surgir o VAR.

Curiosamente, desde que o VAR foi implementado as forças ficaram um pouco mais equilibradas. É tão estranho que, em termos globais, desde a época 2017/2018 o Sporting já ganhou mais títulos no futebol (seis), que águias (três), e dragões (cinco), sendo um desses títulos o de campeão nacional. Quem diria.

Por alguma razão o Sporting foi o clube que mais lutou pela verdade desportiva, revelou o sistema, e fez tudo para que as tecnologias fossem implementadas no futebol para que se tomassem melhores decisões. Felizmente esse sonho concretizou-se, e veio ajudar o clube leonino.

E não veio ajudar para dar vantagem sobre os outros, veio antes permitir que as decisões fossem mais justas e equilibradas, dando hipótese a que o Sporting se mantivesse na luta por títulos. Porque antes, os leões ficavam bem cedo arredados dos momentos de decisão, o que só mostra a mentira que era o futebol em Portugal. Porque agora conseguimos estar lá.

VAR Sporting
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Não quero dizer que o VAR tenha resolvido todos os problemas do futebol nacional, porque estaria a ser utópico. Primeiro porque o VAR abrange uma lista muito restrita de lances de jogo, com pressupostos muito subjectivos que dão azo a interpretações completamente diferentes por quem está a operar a tecnologia e a tomar decisões, que são os mesmos árbitros que as tomavam antes. E como os árbitros são seres humanos, e esses seres têm sempre ajuda do chavão “o ser humano não é perfeito e pode errar”, continuam a valer-se disso para justificar decisões absurdas. E quando não usam essa, é a intensidade, ou porque a tecnologia falhou, porque também tem esse direito, e até que lá vá o informático “desligar, e voltar a ligar” já passou um penalti, uma expulsão, ou não se viu a intensidade de um pontapé de “Kung Fu”.

A realidade é que, mesmo com estas arestas por limar, o campo ficou muito menos inclinado, e o Sporting já consegue ver reconhecida a sua qualidade e mérito com títulos. Porque só não via quem não queria que o clube de alvalade, em 40 anos não podia ser só duas vezes campeão, quando em muitos anos tinha claramente melhores jogadores que os rivais, e no final ganhava sempre um de dois.

O VAR continua a ter uma análise subjectiva, e talvez se mantenha assim por muitos anos, para que quem decide se possa servir disso quando chegam as decisões importantes, caso haja uma tabela classificativa juntinha e apertada. E quanto a isto, acredito que conseguimos ser campeões porque conseguimos ganhar uma vantagem muito confortável sem que “eles” dessem por isso. Veremos agora o que vai acontecer, quando “eles” já estão avisados e precavidos.

A ver pelos lances do último clássico, em que valeu até “Boxe”, ou num jogo lá para os lados dos Açores, em que parecia um daqueles voos de Bruce Lee num dos seus filmes, acredito que vai ser bem mais complicado para o Sporting competir no topo da tabela. Ainda assim, abençoado seja o VAR, quando é bem utilizado.

 

Nuno Almeida
Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.

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