CF Estrela Amadora 3-6 SL Benfica B: Uma noite de loucos na Reboleira

A CRÓNICA: ÁGUIAS ULTRAPASSAM ESTRELA EM DURO TESTE NA REBOLEIRA COM POLÉMICA À MISTURA

No Estádio José Gomes, na Reboleira, o CF Estrela da Amadora e o SL Benfica B mediram forças na 12.ª jornada da Segunda Liga. Os três pontos garantiam às águias uma subida ao céu classificativo, mas a equipa tricolor estava invicta há cinco jogos. Esperava-se uma boa partida de futebol.

E assim começou, pelo menos. Momentos é que não faltaram. A partir da faixa lateral direita, Sérgio Conceição cruza bem alto, onde a águia não chega, para a cabeça de Madson que toca também para a cabeça de Salomão. Pingue-pongue e entra (1-0). Faz-se magia no Estádio José Gomes, mas por muito pouco tempo.

Cerca de dez minutos depois, o CF Estrela da Amadora vive um período muito negro. O autor do golo, Salomão, lesiona-se (obrigando a substituição), o central André Duarte é expulso e ainda sofre grande penalidade para o adversário.

Henrique Araújo empata a partida (1-1) e, apesar de não estarem no “inferno” da luz, aquece o estádio, e de que maneira! Muita controvérsia, polémica e uma chuva de insultos dos adeptos caseiros.

À mercê dos pesados incidentes, o CF Estrela da Amadora via-se preso no seu meio-campo, enquanto a formação vermelha ia atrás da vitória. Tentaram, tentaram e lá conseguiram. Uma belíssima jogada de equipa que termina nos pés de Tiago Gouveia. Estava feito a remontada (1-2), mas a emoção não parecia acabar por aqui.

Bem-dito e bem certo. Restavam apenas cinco minutos para o final da primeira parte: o suficiente para dois golos. E que golos! Primeiro, por uma longa bola de Gonçalo Tabuaço (guarda-redes tricolor) para a recepção e finalização de Sérgio Conceição, que coloca a bola no canto inferior esquerdo e um sorriso em todos os adeptos caseiros.

Quatro minutos depois, o SL Benfica B e Tiago Gouveia (outra vez) ripostaram da mesma moeda e lançaram as águias de novo para a liderança no marcador.

Regressou a segunda parte e a polémica voltou a entrar em campo, agora com a expulsão de Afonso Figueiredo, lateral-esquerdo do CF Estrela da Amadora. Jogavam nove contra 11. Nesta sequência, aconteceu o que já se adivinhava: mais um golo encarnado. Após mais um trabalho de equipa sublime, as águias combinavam suavemente e Henrique Araújo termina o serviço (2-4).

A verdade é que, a meio da segunda parte, havia mais polémica do que propriamente futebol. Ainda assim, a máquina encarnada não tirava o pé do acelerador e, após uma falha defensiva do Estrela, Duk não desperdiça e faz o 2-5.

Tal superioridade benfiquista não impediu o terceiro golo do CF Estrela da Amadora, nascido do flanco direito (assistência de Sérgio Conceição) e último toque de Tiago Melo para o 3-5.

A este ponto, já nem sabia se era uma partida de futebol ou de pingue-pongue. Marca um, logo a seguir marca o outro. E foi o que aconteceu uma vez mais. Na jogada seguinte ao golo tricolor, foi a vez da cor vermelha com Jair Tavares a fazer o sexto golo do SL Benfica B (3-6).

Mas, como tudo na vida, chegou ao fim 90 minutos que, com a quantidade de momentos que teve, equivalia a cinco ou seis partidas. O CF Estrela da Amadora cai derrotado em casa, enquanto o SL Benfica alcança o desejado: os três pontos e a subida à primeira posição da Segunda Liga. Que jogo de loucos!

 

A FIGURA

Tiago Gouveia – Esteve desconcertante. No mano-a-mano, frente a um adversário de grande qualidade (Sérgio Conceição), o jovem do SL Benfica B esteve bastante bem, levando a melhor em vários lances. É rápido e tem grande qualidade técnica. Para além disso, corou a bela exibição com dois golos, um deles para ver e rever.

O FORA DE JOGO

André Duarte – Sem recurso à imagem televisiva, é difícil perceber o que se passa no lance em que André Duarte é expulso. No entanto, o que é certo é que a sua equipa ficou em desvantagem numérica no jogo bastante cedo por sua causa e isso é algo que não deveria acontecer, sobretudo vindo de um jogador que tem sido tão importante nesta caminhada do Estrela.

 

ANÁLISE TÁTICA – CF ESTRELA AMADORA

O Estrela começou a partida no seu típico 4-1-4-1, com Mamadu Traoré a ter a função de unir a defesa o meio-campo. Sempre com os laterais bem subidos, o primeiro golo surgiu mesmo numa situação desse tipo, com a incursão de Sérgio Conceição.

Após a expulsão o Estrela tentou alinhar numa espécie de 4-3-2, com Mamadu a descer para ocupar a posição de central, Chapi, Diogo Pinto e Miguel Rosa no miolo e, responsáveis por agitar o ataque tricolor, estavam Madson e Paulinho.

Por fim, depois da segunda expulsão, a formação da casa passou a alinhar num 4-1-2-1, sendo que a profundidade era assegurada pelas (cada vez mais raras) subidas dos laterais.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Gonçalo Tabuaço (4)

Mamadu Traoré (6)

André Duarte (2)

Paulinho (5)

Diogo Pinto (5)

Anthony Correia (6)

Diogo Salomão (6)

Afonso Figueiredo (4)

Madson (6)

Chapi (6)

Sérgio Conceição (7)

SUBS UTILIZADOS

Miguel Rosa (6)

Matheus Dantas (4)

Tiago Melo (6)

Leandro Tipote (6)

Aloísio (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA B

O SL Benfica B iniciou o jogo montada num 4-2-3-1. Neste esquema, assistimos a Paulo Bernardo a ocupar a posição de médio centro ofensivo, sendo que tanto aparecia a procurar o espaço atrás da linha defensiva do Estrela, como fazia movimentos de aproximação e procurava ter bola entrelinhas.

Tiago Gouveia e Sandro Cruz mostraram bom entendimento no flanco esquerdo das águias, sendo que grande parte das investidas encarnadas eram feitas por este lado.

Depois da segunda expulsão, o SL Benfica B foi dono e senhor do jogo, dominando a posse de bola no meio-campo estrelista.

 11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Svilar (6)

Sandro Cruz (6)

Pedro Álvaro (4)

Tomás Araújo (6)

Fabinho (6)

Paulo Bernardo (7)

Rafael Brito (6)

Martim Neto (6)

Tiago Gouveia (9)

Henrique Araújo (9)

Umaro Embaló (6)

SUBS UTILIZADOS

Miguel Nóbrega (6)

Diogo Capitão (6)

Jair Tavares (6)

Duk (7)

João Neto (-)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

CF Estrela Amadora

O CF Estrela da Amadora veio à conferência de imprensa representado pelo seu diretor de comunicação, Marco Ferreira. Fique com algumas das frases fortes da sua intervenção:

– “Assistimos a algo absolutamente inacreditável!”

“O árbitro condicionou todo o jogo.”

“A história deste jogo começa na quinta-feira, quando o árbitro decide informar a Liga de que o nosso equipamento tricolor era difícil de distinguir do equipamento todo preto do Benfica. Achámos esta situação para os apanhados, porque já fizemos dois jogos esta época (contra o Viseu e a Académica) em que o adversário estava todo de preto.”

“Este jovem árbitro consegue expulsar um jogador estando de costas para o lance. Consegue expulsar outro jogador e rir na cara dele. Estamos a falar do Afonso Figueiredo, que chegou a um nível que este árbitro nunca vai chegar.”

– “No penálti, o jogador do Benfica ainda não caiu e o árbitro já apitou.”

– “Exigimos um pedido de desculpas da Liga.”

– “Vamos agir criminalmente contra o árbitro assistente Nuno Pereira. Por mais bocas que venham da bancada, não pode responder em tom violento e ameaçador aos adeptos que estão na bancada e pagaram bilhete para lá estar.”

– “Vamos fazer, pela primeira vez no futebol português, com que uma equipa de arbitragem seja punida judicialmente pelo que aconteceu aqui hoje.”

 

SL Benfica B

BnR: Boa noite, mister. Aos 71 minutos, numa altura em que SL Benfica B ganhava por 4-2, fez três alterações táticas na equipa. Qual foi o seu objetivo e se teve o efeito pretendido?

Nélson Veríssimo: Mais tarde ou mais cedo, íamos acabar por mexer na equipa. Acabou por entrar o Capitão, o Jair e o Duk. O Duk e o Jair acabaram por entrar mais no sentido de refrescar a frente de ataque. Queríamos manter a equipa pressionante e com mais capacidade de recuperar a bola. Se conseguíssemos recuperar a bola mais à frente, estaríamos mais próximos da baliza do Estrela. Depois, a questão do Capitão foi mais para sair o Brito, que tem quatro amarelos. Em função das necessidades da equipa, tive de fazer esse tipo de gestão. De referir também que o empenho que os nossos jogadores têm tido treino após treino, leva-nos a acreditar que qualquer um deles pode ser opção”.

Artigo redigido por Diogo Reis e Alexandre Ribeiro

Redação BnR
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